Destaque

Abelhas nativas sem ferrão podem ser cultivadas em casa

A meliponicultura ganha destaque na cidade, não apenas como fonte de renda, mas como uma ferramenta de educação ambiental

Por Washington Felipe Teodoro da Silva

As abelhas sem ferrão, também chamadas de abelhas indígenas ou nativas, emergem como atores essenciais na polinização de plantas, sejam elas nativas ou cultivadas. No Brasil, há registro de mais de 250 espécies desses insetos, com aproximadamente 200 delas sem ferrão, como a Jataí, Mandaçaia e Tubuna, destacando a rica biodiversidade desses polinizadores. Guilherme Aguirre, biólogo e meliponicultor em Campinas, ilustra como a meliponicultura pode transformar a relação das pessoas com o meio ambiente.

Durante seus estudos na faculdade, Aguirre notou uma lacuna no conhecimento sobre abelhas nativas sem ferrão, com um foco rápido e superficial em espécies invasoras. Motivado a preencher essa lacuna, fundou o Meliponário “Airbnbee”. Aguirre destaca que o desconhecimento sobre essas abelhas muitas vezes leva à confusão e até mesmo ao medo. “O objetivo é evidenciar à população a importância das abelhas sem ferrão e promover a meliponicultura como uma atividade sustentável”, afirma Guilherme.

Guilherme Aguirre extraindo mel de uma de suas colmeias de abelhas nativas (Foto por: Washington Felipe)

O meliponicultor ressalta que, além de contribuir para a preservação ambiental, a prática da meliponicultura também proporciona uma oportunidade única de conectar as pessoas com a natureza, desmistificando a imagem das abelhas e ressaltando seu papel crucial no equilíbrio ecológico.

Rafaela Ribeiro, engenheira civil, levou sua filha Alice Santos, de apenas 10 anos, para participar de um workshop de férias no “Airbnbee”. Na atividade, ministrada por Aguirre, aprenderam como atrair um enxame para um ninho isca e depois transferi-lo para uma moradia permanente. E reproduziram o processo em casa.

Rafaela Violalo, Gustavo castro dos Santos e Alice Violado dos Santos junto a sua casinha de abelhas jataí (Foto por: Washington Felipe)

Alice, estudante, decidiu ter uma moradia de abelhas após iniciar um projeto de estudo com esses insetos na escola. O interesse por esses animais foi tão grande que ela optou por ter uma colmeia em casa. “Eu queria ter uma moradia de abelhas, porque assim dava para entender melhor”, explicou Alice.

José Carlos da Silva, meliponicultor e um dos fundadores da Associação de Meliponicultores de Campinas (Amecamp), destaca que “Para quem busca produzir mel de qualidade de forma sustentável, as abelhas sem ferrão são uma escolha notável”. Ele ressalta que essas abelhas desempenham um papel crucial na conservação da biodiversidade.

A Amecamp, além de congregar produtores, promove cursos, palestras e eventos dedicados à divulgação do conhecimento sobre meliponicultura e a importância das abelhas sem ferrão. “A meliponicultura é uma atividade acessível a todos, mesmo em espaços reduzidos, proporcionando uma maneira significativa de contribuir para a preservação do meio ambiente”, enfatiza Silva.

Orientação: Profa. Rose Bars

Edição: Théo Miranda


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