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Time de futsal com Síndrome de Down da Ponte Preta dá um show de inclusão
Por: Adriano Bueno, Raphael Henrique Reis Guerra e João Marcelo Nucci Marrei
Criar uma equipe de futebol de salão de jogadores com Síndrome de Down comprovou para Maurício Carvalho, um dos idealizadores da modalidade na Ponte Preta, que um jogo vai muito além de ganhar ou perder uma partida.
Segundo ele, a equipe, que começou com 8 atletas em 2019, já reúne 50 jogadores, com categorias masculina e feminina e divisões de base. Carvalho, cujo filho Raphael, que tem Síndrome de Down, integra o time da Ponte Preta, destaca que o sentimento de fazer parte de uma equipe, a elevação da autoestima e o respeito são vitórias muito importantes para esses atletas. Confira abaixo a entrevista.
Quando o projeto teve seu início e quais foram suas raízes?
Mauricio Carvalho – O projeto se iniciou em junho de 2019 com 8 atletas. Hoje, são mais de 50, sendo masculino e feminino. É a primeira equipe do Brasil com divisão de base a partir dos 6 anos de idade.
Quais competições os atletas jogam, e qual a importância delas para a modalidade?
Mauricio Carvalho – A modalidade se iniciou em 2003, através da Associação Paradesportiva JR de São Paulo. Já existem campeonatos, como o campeonato brasileiro e o paulista. Em especial foi realizado o terceiro mundial em Lima (Peru), no dia 10 de abril deste ano e o Brasil sagrou-se bicampeão mundial de Futsal Down. O Brasil tem entre 30 e 40 equipes, a maior parte no Estado de São Paulo. Mas existem equipes no Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais, Amazonas, entre outros estados. O próximo campeonato está programado para dezembro deste ano: é a Copa do Brasil. Será realizada na cidade de Luís Antônio, no Estado de São Paulo, próxima de Rio Preto.
Qual a motivação e a importância, de quem está envolvido no projeto?
Mauricio Carvalho – A motivação e a importância são dos atletas. Eles são os protagonistas. Essa é uma inversão de valores, que a maior parte da sociedade ainda faz. É um prejulgamento de que eles são incapazes, e não são. Quando oferecida a oportunidade e o treinamento, eles aprendem e fazem. A gente usa muito uma frase que é: “Atitude e a oportunidade driblando o preconceito”. Então cabe a nós organizadores desses projetos ligados ao esporte, oferecer a oportunidade para as pessoas com deficiência, neste caso, as pessoas com Síndrome de Down.
O que nós temos de relatos dos pais aqui de Campinas, são mais de 50 famílias, dizendo que nunca viram tanta evolução em relação a qualquer outro tipo de atividade que os filhos fizessem antes, como está acontecendo com o futsal Down. É uma evolução não só da parte física, mas também da parte de comportamento. Os atletas passam a pertencer a um grupo, tem elevação da autoestima, melhora do humor e da memória. E as melhoras não são só da parte relacionada ao grupo, mas também em questão das regras do jogo, do respeito, de saber esperar e, principalmente, da autonomia e do amadurecimento.
Edição e orientação: Prof. Artur Araujo
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