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Golpistas cibernéticos invadem redes sociais

Crimes nas redes são registrados todos os dias; especialistas recomendam troca de senha com frequência

Por: Isabela Nicomedes

Ataques cibernéticos são crimes realizados dentro das redes digitais, articulados por hackers ou golpistas, e têm como finalidade fazer uso não autorizado da conta da vítima. Os crimes são caracterizados de diversas formas, em diferentes redes sociais e os motivos principais são expor, roubar e obter informações confidenciais dos outros. O ano de 2021 foi um marco em relação a esses golpes, pois ganhou destaque por ser o mais expressivo desde 2011. De acordo com o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, o segmento mais interessado pelos golpistas foi o de Banco e Cartões, com 2,3 milhões de tentativas de ataque. 

Mariana Menèghinni conta sua experiência quando foi vítima de golpe em suas redes sociais (Foto: Divulgação)

A apresentadora do programa ‘Trocando Ideias’ da Rádio Difusora AM, Mariana Menèghinni, foi vítima de hackers recentemente, quando invadiram suas redes sociais e se aproveitaram para aplicarem golpes. Sua rede principal de trabalho, o Instagram, foi o mais usado pelos golpistas para conseguirem realizar o crime se passando por ela. “Toda a situação me deixou extremamente preocupada, em especial a situação das vítimas que achavam estar negociando comigo”, diz preocupada em avisar seus seguidores.

Para a advogada e especialista em Direito Digital, Beatriz Pistarini, quando se trata de crimes na vida virtual das pessoas, os riscos são grandes. “Uma infinidade de ameaças que podem gerar diferentes tipos de prejuízos ao usuário. Na maioria das vezes, os danos são de cunho financeiro”. É o que aconteceu com a jornalista Débora Ferneda, a qual ficou sem controle das suas contas durante doze dias com os hackers tentando aplicar golpes em seus contatos. Ela conta sobre uma conhecida que só não enviou uma transferência de R$500, pois desconfiou da insistência excessiva e ligou para a amiga a fim de saber o que estava acontecendo.

Débora Ferneda: “Tive receio de usarem fotos particulares dos meus filhos para alguma ação ilícita” (Foto: Divulgação)

Para Débora, a decepção foi também com a plataforma digital. “Me senti revoltada com o sistema de segurança oferecido pelo Instagram, pois, achei que os hackers não encontraram qualquer tipo de barreira de proteção”. O engenheiro de computação pós-graduado em Ciência de Dados, Gabriel de Oliveira, explica que dificilmente os dados, quando estão na internet, serão protegidos. “Assim como as espécies se adaptam ao ambiente, os invasores se adaptam as defesas. É um eterno jogo, ganho pela defesa, mas também pelos invasores”, diz ele.

O cenário para os profissionais de softwares a quesito da cibersegurança vai ficar cada vez mais crítico, segundo a empresa de tecnologia estadunidense Bitglass Malware and Ransomware, a qual informa que 75% dos profissionais da área acreditam que esses ataques aumentarão neste ano. Na formatação de plataformas digitais, Gabriel de Oliveira afirma que há a preocupação com os riscos de invasão. “Todos os protocolos precisam ser bem conhecidos e ajustados de maneira a impedir que cada usuário tenha acesso a mais do que deveria”, informa o engenheiro.

“A depender do dano financeiro, vale a pena contratar serviços advocatícios”, diz Beatriz Pistarini (Foto: Divulgação)

A advogada especialista em Direito Digital Beatriz Pistarini orienta quais passos a vítima de algum golpe cibernético deve tomar: a ação primordial é registrar um Boletim de Ocorrência, seja na delegacia mais próxima ou diretamente na internet no site da Polícia Civil. “A depender do dano, é interessante que a vítima acompanhe seus extratos bancários e de cartão de crédito”, diz ela, além de recomendar a troca de senhas das contas digitais e bloquear os cartões bancários.

A vida virtual está presente cada vez mais com o passar dos anos, e com a pandemia e a adaptação a esse universo, sua existência se faz necessária. Para Débora, esse mundo digital tem suas vantagens com a proximidade de quem está longe, mas também seus perigos, como o grande consumo de dados. “Podem representar um risco também, (…), pelo excesso de informações, que por muitas vezes são difundidas sem checagem correta dos fatos”, diz a jornalista.

Depois do ocorrido, Mariana Menèghinni diz que a situação deixou uma lição. “Aprendi que estamos vulneráveis o tempo todo, e o controle que achamos que temos é meramente ilusório”, conta a apresentadora. O engenheiro de computação Gabriel de Oliveira esclarece que a maioria das invasões é devido ao próprio erro do usuário. Medidas de proteção, como criar uma senha para as contas que não sejam fáceis e trocar constantemente são segredos da cibersegurança.

Confira o vídeo publicado pela apresentadora Mariana Menèghinni a respeito do seu caso de hackeamento nas suas redes sociais:

Orientação: Profa. Rose Bars

Edição: Oscar Nucci


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