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Jogo entre times de futsal fomenta visibilidade sobre Síndrome de Down

Amistoso entre a Ponte Preta S21 e o Pulo Futsal acontece neste domingo em Campinas

Por: Rafael Smaira

Os times Ponte Preta S21 e Pulo disputarão um amistoso para incentivar a visibilidade sobre a Síndrome de Down em Campinas (SP) neste domingo (20), data que antecede o dia internacional de conscientização sobre a síndrome.

A partida entre a equipe principal do S21, formada por jovens com Síndrome de Down, e os jogadores do time profissional do Pulo Futsal acontece às 10 horas no Ginásio Municipal Rogê Ferreira. O jogo será gratuito e aberto ao público.

De acordo com Maurício Carvalho, um dos idealizadores do time S21, o amistoso tem como principal objetivo dar destaque ao time e trazer mais apoiadores à causa de famílias que lutam pela inclusão de crianças, jovens e adultos com Síndrome de Down. “É muito mais que Futsal, a gente como obrigação fazer e deixar o mundo melhor”, afirma Maurício.

O organizador do amistoso também pondera que os benefícios em um evento como este ocorrem em duas vias: tanto aos jovens que disputam quanto as pessoas externas do time, que terão contato com jovens com deficiência. “Se um dia algum dos jogadores do Pulo ou alguém da torcida tiver um filho ou filha com Down, não será uma surpresa. Eles lembrarão dos jovens com Down capazes de tudo que jogaram contra. O jogo extrapola as linhas da quadra”, analisa.

Time Ponte Preta S21 durante jogo de futsal (Foto: Marcos Ribolli)

O projeto

Maurício Carvalho é pai de um jovem de 25 com Síndrome de Down e atleta do time. Segundo ele, a ideia de criar um time surgiu em 2015 em parceria com o fotojornalista esportivo e também pai de um jovem com Down, Marcos Ribolli e o educador físico e fisioterapeuta José Antônio de Oliveira. Ao longo de sete anos de história, o time fechou a parceria com a Ponte Preta e atende gratuitamente 60 atletas entre categorias a partir de seis anos, com atletas de até 40 anos.

Atualmente, o S21 é a primeira equipe de Futsal Down de Campinas com categoria masculina e feminina e o primeiro time a contar com uma educadora física com Síndrome de Down. Segundo Carvalho, o time se organiza por meio da construção coletiva voluntária de profissionais de educação física, psicologia, famílias e amigos.

Da esquerda para a direita, os idealizadores do amistoso: Maurício Carvalho, seu filho Rafael Atkinson Carvalho, José Antônio de Oliveira, Marcos Ribolli e seu filho João Pedro Matos Ribolli (Foto: Marcos Ribolli)

Além da organização do time campineiro, Carvalho, Ribolli e Oliveira auxiliam equipes de outras cidades e estados do País na estruturação de equipes no futebol. “Somos um projeto referência e, como organizadores, é nosso dever fomentar que mais times cresçam pelo Brasil e mais pessoas com Down possam ser impactadas positivamente”, conta Carvalho.

O organizador define que “no S21 buscamos não só alto rendimento, mas também promover o desenvolvimento humano. É muito mais que medalhas ou troféus, é o desenvolvimento das pessoas”. Carvalho pontua que a prática esportiva estimula a responsabilidade, o conhecimento de regras e práticas de convivência. Ainda segundo ele, a prática esportiva de forma coletiva incentiva o sentimento de pertencimento nos participantes, que se identificam com atletas de outros times durante as competições.

Além dos aspectos desenvolvidos nos jogadores, o organizador do evento conta que o esporte proporciona aos familiares a oportunidade de ver jovens e crianças com Down se superando e desenvolvendo no futsal e em outras esferas da vida. “A emoção de um pai e uma mãe ao ver o filho marcar um gol é gigante. O esporte contagia”, diz ele. Carvalho comemora a formação de uma rede de apoio entre os pais de participantes, que, segundo ele, é importante para a troca de vivências e superação de desafios.

Benefícios

A fisioterapeuta especializada em atendimento neurológico infantil Elem Marta Torello reitera que os benefícios da prática esportiva se estendem aos campos físico, psicológico e social. A profissional aponta que “crianças, adolescentes e adultos com necessidades especiais devem se inserir nessas atividades para que usufruam desses benefícios”.

Elem também explica que o músculo adquire o desenvolvimento por meio da capacidade de contração e relaxamento e, em modalidades como o futsal, o estímulo em diferentes eixos e planos é valioso às musculaturas e articulações. “Em pessoas com Síndrome de Down, que têm tendência a ter hipotonia muscular, a prática esportiva melhora o tônus muscular, o conjunto de coordenação motora e percepção do corpo no espaço”, explica.

Orientação: Profa. Cecília Toledo

Edição: Oscar Nucci


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