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Pandemia aumenta o número de streamers como profissão

Embora o mercado seja uma novidade, ele tem sido a preferência entre os jovens

Por Vinicius Dias e Vinicius Villas Boas

Com o aumento do consumo de streaming durante a pandemia, segundo dados da empresa de pesquisa Kantar Ibope Media, apresentada no primeiro trimestre do ano, evidenciando que o Brasil bateu um novo recorde do consumo de vídeos no ano de 2020, diversos jovens enxergaram uma oportunidade de rentabilizar durante o período de reclusão.

Com um crescimento de aproximadamente 79% no número de espectadores simultâneos, segundo o site Twitch Tracker, a profissão de streamer na plataforma da Twitch se tornou uma realidade para os jovens depois que o Home Office se fez obrigatório após março do ano passado, saindo do número médio de 1.638.049 espectadores em para 2.931.862 no mesmo período após um ano de quarentena.

Vitor “SaVyTzZ”: Saí do emprego em um momento que já estava estabilizado e já tinha um norte do que fazer, nunca cheguei a ganhar o que eu ganho hoje em dia” (Foto: Vinicius Dias)

Vitor “SaVyTzZ” Savioli (25), um produtor de conteúdo de Call of Duty: Warzone, diz que embora o mercado seja muito novo ainda e tenha crescido absurdamente em decorrência da pandemia, quando alguém começa a ganhar dinheiro na área ninguém chega e ensina como pagar os impostos e ficar dentro da lei. “Eu tive que abrir um CNPJ, e procurei quatro escritórios até achar um cara que realmente conseguisse me ajudar”, diz.

O Streamer revela que a decisão de se dedicar inteiramente às lives foi assertiva no aspecto econômico. Ele, que era estagiário em uma agência bancária em São Paulo (SP), explica que, financeiramente, está melhor com a atual escolha. “Eu moro atualmente com meu pai e meu irmão, e sou eu quem paga todas as contas de casa, só com (a profissão na) internet. Saí do emprego em um momento que já estava estabilizado e já tinha um norte do que fazer, nunca cheguei a ganhar o que eu ganho hoje em dia, então na questão de rentabilidade é muito bom, porém não é todo mundo que tá assim”, completa SaVyTzZ.

Eduardo Furlan “GetwayFPS”: “Eu queria trabalhar com publicidade, só que não da forma tradicional que o pessoal trabalha, que é saindo da faculdade e indo para uma agência” (Foto: Vinicius Dias)

Já Eduardo Furlan (21), estudante de Publicidade e Propaganda, que começou a trabalhar como streamer em janeiro deste ano, fazendo lives de Call of Duty: Warzone e é conhecido no meio como “GetwayFPS”, conta que a profissão é um trabalho como qualquer outro, e é preciso respeitar uma rotina de trabalho para conseguir uma audiência engajada e se consolidar cenário de produtores de conteúdo, respeitando sempre o tempo de cada coisa e não se precipitando para não acabar fazendo nenhuma loucura para conseguir um público de forma desesperada. “A gente recebe por WatchTime e é preciso ter essa rotina. Eu atualmente estou fazendo Lives das 16h às 21h, mais ou menos, porque aí eu consigo parar, consigo jantar, tomar um banho e ficar tranquilo para pensar no roteiro, porque é que vem ideias para vídeo” completa o jovem.

O estudante de Americana (SP) revela ainda que a faculdade teve papel importante na escolha de fazer livestreams, e afirma que procurava um modo de exercer a profissão além do convencional. “Eu queria trabalhar com publicidade, só que não da forma tradicional que o pessoal trabalha, que é saindo da faculdade e indo para uma agência, indo para uma empresa. E foi bem a época que começou a surgir (a profissão de) streaming, começou a surgir criação de conteúdo como uma profissão forte dentro do cenário”, explica.

Lucca Loureiro, estudante: “A primeira coisa que um streamer deve ter é identidade” (Foto: Vinícius Dias)

Atualmente a Twitch é a plataforma que desponta frente às concorrentes, tendo a maior média de visualizações, streamers e espectadores. Recentemente, a plataforma reduziu o valor de inscrição aos canais, uma espécie de adesão feita pelos seguidores para apoiar financeiramente as lives dos criadores. “SaVyTzZ” explica que, embora a plataforma seja pioneira, ultimamente tem deixado a desejar. “Eu tive uma redução de 70% da renda, e estou no limite de ficar “ruim. Eu que sou um streamer médio já faz diferença, imagina para quem é menor. Pode esperar que em janeiro vai haver uma migração em massa para outras plataformas, como a Trovo, Booyah, e o próprio Facebook”, acredita.

A profissão que cresce em popularidade a cada dia requer algumas habilidades por parte do streamer que fidelizam e aumentam o público. Lucca Loureiro (20), estudante de administração, diz que começou a assistir streams durante a pandemia, e que existe um perfil de criador de conteúdo que o atrai para lives. “A primeira coisa que um streamer deve ter é identidade e não forçar ser uma pessoa que você não é, ter uma interação com as pessoas que estão assistindo e mandando mensagem, e ter uma qualidade decente mesmo com equipamentos inferiores. Acho que essas coisas são essenciais”, completa.

Orientação: Prof. Gilberto Roldão

Edição: Luiz Oliveira


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