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Escolas de música se reinventam na pandemia

Música traz sentimento de bem-estar e a procura por aulas aumentou, consideravelmente, durante a quarentena

Por Giovanna Laranjo

A pandemia do Covid-19 afetou gravemente o setor econômico do país, principalmente dos pequenos negócios. Pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostrou que 5,3 milhões de pequenas empresas no Brasil tiveram que mudar os seus negócios em 2020.

No entanto, algumas delas conseguiram adaptar-se aos novos tempos e se manter no mercado. A School of Rock Santana, escola de música da zona norte de São Paulo, foi uma delas. Inaugurada no início do primeiro lockdown em março do ano passado, ela mudou sua estratégia para não fechar: ao invés das aulas presenciais, a escola passou a oferecer encontros remotos para os poucos alunos que se interessaram pela sua proposta. A empresa sobreviveu e hoje tem 116 alunos e caminha para a produção de seu quarto show.

Danilo Frizzarini músico e diretor da School of Rock Santana, conta que as reformas para a construção da escola começaram em dezembro de 2019, com o plano de abrir as portas em janeiro de 2020. No entanto, as reformas se estenderam até março, pouco antes do primeiro lockdown. “Passamos por momentos muito difíceis e achávamos que não teríamos forças para aguentar”, afirma. “A gente foi no tudo ou nada, investimos tudo que tínhamos, não tinha mais segunda chance até que chegou o momento em que pensamos em vender o negócio”.

Julian Dota toca na última apresentação feita pela escola, em 27 de novembro passado (Foto: Acervo Pessoal)

Apesar das dificuldades e dos momentos de preocupação, a escola se manteve confiante. Segundo Frizzarini, a partir de junho do ano passado a procura por aulas de música aumentou, consideravelmente. Com alunos de diversas idades, a escola promove aulas indivíduas e práticas de banda para aqueles que querem aprender em grupo. Cada semestre as bandas ensaiam para uma apresentação, com um tema relacionado à história do rock, que é o principal estilo musical da escola.

O mesmo ocorreu com a Academia do Rock de Campinas, localizada no bairro Parque Padro. A escola já está aberta há três anos e seu método é baseado no repertório do rock, com aulas individuais onde são aplicadas teorias com métodos da escola e exercícios de técnica e repertório.

Estúdio da Academia do Rock Campinas, letreiro e instrumentos utilizados pelos alunos (Foto: Acervo Pessoal)

Atualmente com 115 alunos, a escola enfrentou grandes desafios durante a pandemia. “Perdemos em torno de 40% dos alunos”, declarou Armando Rinaldi, proprietário da Academia do Rock. Mas as inovações e a paixão pela música mantiveram a escola aberta. “No período entre março e agosto de 2020 oferecemos aulas na modalidade online e, para aqueles que não quiseram, congelamos os contratos. A principal mudança e desafio foram as aulas de canto e de bateria, com plataformas e técnicas para evitar o delay entre estímulo e resposta. Alguns alunos passaram para as vídeo-aulas”, disse.

Rinaldi afirmou que o aumento da procura por aulas de música ocorreu em setembro desse ano, pois muitos brasileiros optaram por poupar suas economias durante o lockdown. Porém, segundo ele, o sentimento de fazer algo para si próprio fez muitas pessoas buscarem algo que desse satisfação pessoal.

Benefícios

A procura por aulas de música cresceu no país, segundo uma pesquisa realizada pela GetNinjas, plataforma de contratação de serviços. Em agosto deste ano houve um aumento de 50% pela procura por aulas de música em comparação a julho.

Segundo o diretor da Academia do Rock, Armando Rinaldi, a música, assim como diversas outras formas de arte, gera um sentimento de bem-estar e satisfação, sobretudo quando a pessoa percebe a evolução na técnica e na performance, gerando confiança e prazer.

Em um período de incertezas, como o da pandemia, a música foi uma grande aliada de muita gente para superar as dificuldades. “Um ano antes da pandemia fui diagnosticada com depressão. Quando ela [pandemia] começou, meu estado mental piorou e a música foi uma maneira que eu achei de acalmar meu coração”, explica Isabella Souza, de 16 anos, aluna da School of Rock Santana. “A música era e continua sendo algo que me faz muito feliz. Eu me orgulho de poder dizer que a música me ajudou a me encontrar no meio de uma bagunça que não era minha”.

Julian Dota, de 16 anos, estuda baixo na School of Rock Santana desde junho do ano passado. “A música significa tudo para mim e a escola me incentivou ainda mais”, declarou o baixista, que quer ser músico.

Orientação: Profa. Cecília Toledo

Edição: Oscar Nucci


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