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Setransp e Emdec atribuem redução dos acidentes ao trabalho de conscientização
Por Elton Mateus e Gabriela Pessanha
A cidade de Campinas registra uma redução de 58% dos óbitos causados por acidentes de trânsito na última década desde o início das Ações pela Segurança no Trânsito, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU). O balanço corresponde ao ano de 2020 divulgado no “Caderno de Acidentalidade no Trânsito em Campinas”, organizado pela Emdec.
Segundo o médico cirurgião, Dr. José Gonzaga Teixeira de Camargo, coordenador de um projeto de extensão da PUC-Campinas, que trabalha com a conscientização e prevenção de acidentes, havia uma expectativa em relação a diminuição de acidentes envolvendo bebidas alcoólicas por conta do fechamento de bares no controle da pandemia.
Porém, Gonzaga chama atenção para a porcentagem de 39,3% de motociclistas como vítimas fatais de acidentes, divulgado no Caderno Acidentalidade. Ele explica que, mesmo com a diminuição de casos registrados, houve um aumento de atividades envolvendo motoboys durante o período de análise da pesquisa, o que poderia justificar a permanência de taxas altas para essas situações.
O médico, que expressa o desejo de presenciar a inexistência de acidentes no trânsito, diz acreditar que o trabalho de conscientização e educação da população, desempenhado pela Emdec, o SAMU entre outras instituições, ainda se mostra como o meio mais eficaz para colher resultados positivos. “Além de falar sobre a redução de casos é preciso dizer o porque isso acontece”, diz Gonzaga.
Por meio da assessoria, a Diretoria de Projetos Estratégicos e Cidade Inteligente da Setransp e Emdec, diz que o município de Campinas tem um histórico importante e forte vocação na educação de trânsito e que buscam trabalhar a questão da segurança no trânsito de forma transversal, com o apoio de outros órgãos, setores e segmentos.
Uma das ações promovidas concentra campanhas educativas em plataformas remotas por conta da pandemia. A Setransp e a Emdec dizem apostar na formação da cidadania e na mudança social de comportamentos de riscos, como a imprudência entre os pedestres e condutores, além de abordar a ética, diversidade, inclusão social e acessibilidade.
O Dr. José Gonzaga, conta que seu projeto de extensão voltado para estudantes do ensino médio de escolas públicas precisou ser suspenso por conta do fechamento das escolas, no entanto, passou a assumir uma nova característica por meio das redes sociais. “Pretendemos realizar entrevistas com especialistas, podcasts, vídeos e postagens”, conta o médico.
Principais causas
Álcool e drogas são as maiores causas para acidentes urbanos, representando 26,10%, e nos rodoviários, com 29% do índice. Os dados foram divulgados no Boletim Epidemiológico de Mortalidade no Trânsito, publicado em 18 de maio, pela Devisa, que faz parte da Secretaria de Saúde de Campinas.
Segundo a pesquisa, entre os fatores responsáveis por acidentes estão o abuso da velocidade, desrespeito à sinalização e imprudência dos pedestres. Para obter os resultados, o boletim analisou 124 acidentes com óbitos registrados em Campinas, sendo 60 deles em rodovias e 60 em vias urbanas.
O professor Antonio Fabiano Leonel (41) trabalha há 13 anos dando aulas teóricas em Centros de Formação para Condutores (CFC). Ele explica que a direção defensiva, que incentiva atenção e respeito das regras no trânsito, é ensinada nas aulas e que os alunos demonstram interesse nas aulas.
Para ele, existem alguns tipos de motorista que podem ou não cometer infrações. O veterano – que já dirige há alguns anos -, aquele que costuma trafegar com a família no veículo, o jovem que tirou a carteira de habilitação recentemente. Por isso, ele diz acreditar que o aumento de fiscalização e de campanhas publicitárias poderiam ajudar a solucionar o problema. “A educação em salas de aula e campanhas que atingissem todos os tipos de motoristas também serviriam como prevenção para estes descuidos”, diz o instrutor.
Segundo Fabiano, a autoconfiança é um dos motivos que leva o motorista a cometer a mesma infração várias vezes mesmo sabendo que está agindo errado. “Ele faz uma vez, faz outra e nenhuma fiscalização pega, aquilo vira um comportamento diário”, explica o professor.
Maio Amarelo
O Maio Amarelo, dedicado à conscientização e segurança no trânsito, está chegando ao final. No entanto, Campinas, por meio da Emdec, ainda contará com uma última atividade, nesta-quinta-feira (27): Um encontro virtual sob o tema “Idosos em movimento”, às 14 horas. O evento é gratuito e com participação aberta para o público. Mais informações: www.emdec.com.br/maioamarelo.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Luiz Oliveira
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