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Mulheres são maioria entre analfabetos de Campinas

Carvalho Filho, diretor da Fumec, diz que meta é erradicar analfabetismo no município até 2024                                                                                                                                                                                                              

Por Fernanda Almeida

Carvalho Filho: o analfabeto é excluído de todos os ambientes de que participa (Foto: Fernanda Almeida)

Em entrevista ao Digitais, para um balanço da campanha “Fevereiro Violeta”, de combate ao analfabetismo, o diretor executivo da Fundação Municipal para Educação Comunitária (Fumec), José Batista de Carvalho Filho, informou que a maioria dos analfabetos do município pertence ao sexo feminino. Do total das 16.252 pessoas acima de 16 anos que não sabem ler ou escrever, registradas pelo Tribunal Regional Eleitoral em Campinas, 10.110 são mulheres, o que representa 62,2% do total, enquanto os homens ficam com 37,8% dos casos.

Ao analisar a condição social a que são submetidos os adultos que não aprenderam a ler ou escrever, Carvalho Filho disse que o processo de exclusão que os analfabetos sofrem começa dentro de casa. “Normalmente, o analfabeto apresenta um comportamento de retração, ele tem vergonha de se manifestar como pessoa analfabeta, é excluído de todos os ambientes de que participa, inclusive da própria família”, disse ao reiterar que o analfabetismo praticamente inviabiliza o exercício da plena cidadania.

Carvalho Filho disse que Campinas ocupa hoje a quinta posição no ranking dos municípios com mais de 1 milhão de habitantes no combate ao analfabetismo. “A meta é atingir, no próximo ano, pelo menos o segundo lugar”, afirmou. Segundo ele, a intenção é erradicar por completo o problema até o ano de 2024.

“Campinas já possui o selo de erradicação. Mas, se hoje, temos 2,63% de pessoas analfabetas acima de quinze anos, esse índice tem que cair ou chegar próximo de zero. Essa é a meta principal”, disse.

A Fumec oferece assistência para o programa EJA (Educação de Jovens e Adultos) nos anos iniciais, do primeiro ao quinto, e EJA nos anos finais, do sexto ao nono ano de estudo. Seu público-alvo são pessoas estratificadas como pobres e miseráveis, que são as que sobrevivem apenas com o auxílio do Bolsa Família.

Diferentemente de outros países, como a Argentina, que contam com voluntários para o ensino de seus analfabetos, Campinas trabalha exclusivamente com professores concursados, que recebem formação continuada e têm todo o apoio de recursos pedagógicos para desenvolver o trabalho, afirmou.

Com a campanha “Fevereiro Violeta”, cuja primeira edição ocorreu em 2019, a divulgação do trabalho da Fumec é feita através de postos de atendimento, distribuição de cartazes em lugares de grande movimentação e inserções na mídia. O objetivo é estimular analfabetos ou pessoas de baixa escolaridade a entrarem no programa, garantindo a elas o mínimo de independência.

“Um aluno veio em uma das reuniões da Fumec depois que ele aprendeu a ler e a escrever. Ao chegar na reunião, que foi no nono andar da Prefeitura de Campinas, estava emocionado porque, pela primeira vez na vida, ele não dependeu de ninguém para apertar o número nove no elevador”, contou entusiasmado Carvalho Filho.

A Fumec está localizada à rua Antônio Cesarino, 985, e possui 127 classes já funcionando em 2020. Os interessados em encaminhar beneficiários ao programa podem entrar em contato através do telefone 3234-3906, ramal 1, onde funciona a sede do órgão.

Abaixo, link para a entrevista completa com José Batista de Carvalho Filho:

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Bruna Carnielli

 


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