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Torcida única completa sete anos no Estado de São Paulo

Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Guarani e Ponte Preta tem apenas a torcida mandante presente em seus confrontos desde 2016

Por Théo Miranda e Gustavo Cabral

Em 2023, a medida de torcida única no estado de São Paulo, para jogos entre Ponte Preta, Guarani, Corinthians, São Paulo, Santos e Palmeiras completou sete anos. Essa medida foi tomada após casos de violência entre torcidas, o que gera debate até hoje. A violência está presente no futebol há muito tempo, já que as rivalidades, impulsionadas pela paixão e fanatismo dos torcedores, foram se acirrando ao longo dos anos. Esses conflitos acarretaram, inclusive, em mortes, de 2010 a 2015 foram registrados 113 casos fatais relacionados a briga entre torcidas no Estado de São Paulo. Essa situação fez com que parte da sociedade passasse a enxergar o estádio de futebol como um lugar perigoso e propício para a violência.

A medida tomada pela FPF (Federação Paulista de Futebol) em 2016 foi responsável pela queda de 75% nos casos de óbito em brigas de torcidas, desassociando o futebol da violência. (Foto: Théo Miranda)

Felipe Olivério, advogado e ex-diretor da Torcida Lança Verde do Guarani, contou um pouco sobre como acontecem confusões e brigas entre torcidas no estádio. Segundo ele, as confusões acontecem também entre clubes menores do interior, mas com as torcidas dos clubes maiores, as brigas são mais violentas e constantes. Ele diz também que, muitas vezes, já viu a própria polícia iniciar conflito com os torcedores. “Os polícias tem uma visão muito distorcida dos torcedores que vão ao estádio. Na cabeça deles, todos são violentos e marginais. Sendo assim, eles mesmos iniciam conflitos com torcedores.” No entanto, também frisou que a maioria das confusões parte dos torcedores.

O advogado relatou já ter presenciado casos em que, por conta da torcida única, torcedores da equipe visitante não ficaram em suas casas, mas sim nas ruas ao redor do estádio, deixando o ambiente ainda mais propício a brigas. Acontecimentos como esse relatado geram a sensação de que a medida tomada pela FPF (Federação Paulista de Futebol) não é eficiente. Porém, Guilherme Marreto, que foi advogado da Ponte Preta por dois anos, explicou que, no Estado de São Paulo, essa medida só foi implementada após repetitivos casos de violência entre torcidas e ressaltou sua importância. “Desde então, os números apontam que houve uma queda no número de mortos e de confrontos em clássicos” afirma. A visão de Marreto coincide com os índices apontados pela polícia, onde os casos de brigas de torcidas terminadas em morte foram reduzidos em 75% após a medida tomada pela FPF.

113 pessoas foram mortas em confrontos entre torcidas no estado de São Paulo entre 2010 e 2015 (Foto: Théo Miranda)

Aldemar de Oliveira, mais conhecido como Jacaré, é um torcedor icônico da Ponte Preta, sendo membro de uma das torcidas organizadas do clube há mais de 30 anos. Jacaré deixou evidente sua paixão pela equipe campineira. “A Ponte Preta é minha vida e se resume, principalmente, em raça, vontade e amor” disse. O relato do torcedor apaixonado mostra que em São Paulo o futebol não é tratado apenas como um esporte, mas sim como um estilo de vida.

Porém, devemos tomar cuidado para que esse sentimento não cegue o torcedor, podendo levá-lo a agredir física ou verbalmente um rival. As medidas tomadas pelas autoridades e clubes para que crimes no ambiente dos jogos sejam evitados são destacadas pelo ex-delegado de polícia e hoje primeiro secretário da Ponte Preta, Hamilton Caviolla Filho. “Toda nossa preocupação hoje é isolar essas torcidas para que não haja problemas

e essa paixão não vire uma agressão.” Disse. Ele afirma que a polícia também se prepara mais para os grandes jogos “Normalmente temos 40 policiais cuidando da partida, mas contra o Guarani teremos por volta de 800 homens cuidando da segurança.”

Orientação: Profa. Rose Bars

Edição: Théo Miranda


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