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Dificuldade para conseguir um emprego é uma das reclamações; projetos sociais ajudam na inserção
Por: Larissa Idem Silva
A lei Nº 8.213, instituída em 24 de julho de 1991, assegura e promove a igualdade de condições, o exercício dos direitos e liberdades de pessoas com deficiência. Em 2015 a lei foi editada e, entrou em vigor em 2016, a ação que determina empresas com 100 funcionários ou mais que reservem de 2% a 5% das vagas para pessoas com deficiência. Rodrigo Ramos, o psicólogo responsável pelo setor de empregabilidade na Apae Campinas, afirma que o mercado de trabalho inclui cada vez mais as pessoas com deficiência. “Mas isso só acontece porque existe a lei de cotas”, reforça. Segundo ele, há quatro processos enfrentados por pessoas com deficiências: marginalização, segregação, integração e a inclusão.
Ricardo também acrescenta que a maior parte das empresas está na integração, que seria a oferta de vagas destinadas apenas a pessoas com deficiência. Para ele, o ideal é a inclusão, ou seja, quando a empresa oferta uma vaga, se adapta e oferece recursos para quem está de fora.
A ONG Sorri Campinas, que existe há 36 anos na cidade, realiza um trabalho com pessoas com deficiência, em que ministram aulas, oficinas e mentorias para inseri-las no mercado de trabalho. Ester Piza, terapeuta e coordenadora de atividades da ONG, relata que esse processo é feito em conjunto com a empresa, a família e a pessoa com deficiência. Ela enfatiza que após a lei de Inclusão ter entrado em vigor, muitos lugares ainda olham para a deficiência como um modelo biológico, em que a deficiência fala além da pessoa. ”É um olhar que exclui o potencial e observa apenas as limitações”, afirma. Ela acrescenta que “precisamos entender a deficiência como uma característica e não o que determina a pessoa”.
Letícia Menezes, estudante de teatro e aluna da Sorri Campinas, participou de um curta-metragem do Canal Futura, publicado no YouTube em novembro de 2023. Com o nome “Conversa de Camarim – As Paralisadas em Ação” o curta narra sua trajetória e dificuldades, principalmente ao seguir seu sonho de ser atriz. De acordo com Letícia, “a inclusão só vai até a página dois. Eu me inscrevi para diversos cursos e faculdades de teatro, mas não passei em nenhum, por conta da acessibilidade, e isso não acontece só comigo, acontece com todos”. Fabrício Santana e Lucas Donizette também se inseriram no mercado de trabalho recentemente. Eles foram contratados em um mercado atacadista e, para eles, esse momento foi muito importante, principalmente pelos aprendizados diários e contato com diferentes pessoas.
A assistente social do Centro de Iniciação e Qualificação Profissional da Apae, Viviana Jundurian, diz que a inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho contribui para o bem-estar tanto do trabalhador, quanto da família. Por incentivar a autonomia e essa pessoa passa a ver um sentido maior em suas tarefas, a sentir-se útil e contribuir financeiramente em casa.
Hoje, a Apae de Campinas possui cerca de 240 alunos e, de acordo com Viviana, mais de 400 pessoas já passaram pela instituição. Na ONG Sorri Campinas, a Ester também estima que atualmente atende aproximadamente 250 pessoas, em todos os segmentos da organização
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Théo Miranda
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