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Feira Solidária reúne a comunidade na região dos Amarais

Espaço foi criado para as mulheres artesãs e confeiteiras comercializarem seus produtos nas ruas do bairro

Por: Isabela Meletti e Luísa Oyama

A feira de artesanato e comida, realizada no bairro Jardim São Marcos na região dos Amarais, em Campinas, tem contribuído com a comunidade local, viabilizando um ambiente de convivência entre os moradores e geração de renda para as mulheres do bairro. A Feira Solidária é uma iniciativa do Coletivo Saber em Arte, organização sem fins lucrativos, que existe desde setembro de 2021.

A ideia de montar uma feira na região do Amarais surgiu a partir da necessidade de um espaço que se destinasse a criação de renda para mulheres moradoras do bairro e incentivar o empreendedorismo feminino durante o pós pandemia. A feira conta com diversas expositoras, residentes da região, que vendem seus produtos, todos os domingos das 9h às 13h e, quinzenalmente aos sábados, das 10h às 16h.

Os produtos vendidos na feira são produzidos inteiramente pelas expositoras (Foto: Luísa Oyama)

Segundo Kelly Kirner, membro e conselheira fiscal da organização, o Coletivo Saber em Arte tem como principal finalidade oferecer ações culturais e formativas para a promoção de renda e de identidade cultural na região do Amarais, e que, através da Feira, esse objetivo está sendo alcançado. A feira em si, de acordo com moradores da comunidade que a frequentam, tornou-se um ambiente de cooperação entre as pessoas do bairro e as expositoras, a comunidade se ajuda na montagem das barracas e na organização dos produtos, além de compartilharem entre si novas ideias para implementarem em seus trabalhos.

Kelcilene Degrecci é expositora e fala sobre os benefícios de estar participando dela. “Eu acho muito bom estar aqui. O melhor daqui é a união que temos entre nós, é sempre uma torcendo pela outra, sempre estamos nos ajudando e isso é muito bacana. Foi o que mais chamou minha atenção, logo no início, quando eu vim para cá.” As mulheres participantes acreditam que a Feira estimulou o senso de coletividade entre a população da região do Amarais, unindo e fortalecendo a comunidade.

A artesã Patrícia Souto conta sobre o funcionamento dessa coletividade. “Nós somos muito unidas, a gente se ajuda muito, tanto com ideias, quanto com a montagem e a desmontagem das nossas barracas. Sempre compartilhamos novas propostas umas com as outras, uma delas foi a de trazer para a Feira um produto de boa qualidade com preço que a nossa população consiga comprar, então a gente realiza nossas produções com matéria-prima reciclável e reutilizada, e assim, temos conseguido mostrar para os moradores da região que dá para comprar artesanato de qualidade com preço acessível.”

Além do senso de comunidade proporcionada pela feira também promove um escape terapêutico e de crescimento emocional, visto que no cenário pandêmico muitas moradoras do bairro passaram a desenvolver problemas psicológicos, como a ansiedade, frutos do isolamento e do cenário imprevisível que assolava o mundo. Assim, as mulheres do Amarais passaram a se interessar pelo artesanato e utilizá-lo como um meio de lidar com essa ansiedade. A feira veio então como um meio de expor esses hobbies que foram adquiridos durante a pandemia e os transformaram em uma chance de renda extra para essas mulheres e até mesmo de um novo emprego. Além disso, as expositoras relatam que conseguem trabalhar também a questão da timidez, já que passam o dia conversando com clientes.

Há um ano, Irani Silva foi chamada para expor seu trabalho com plantas, suculentas e arranjos (Foto: Luísa Oyama)

Patrícia, que mora há mais de 30 anos no bairro Jardim São Marcos, afirma sempre ter gostado de artesanato, mas que há um ano, quando começou a participar da feira, pôde sair do seu antigo emprego para se dedicar totalmente ao trabalho artesanal e seguir seu objetivo de conseguir obter renda somente a partir de seus produtos feitos a mão. Ela afirma a feira a fez descobrir a importância do trabalho coletivo e da ajuda ao próximo. Irani Silva, que também vende seus produtos na feira, diz que a união entre o grupo de mulheres ajuda na organização da Feira Solidária. Ela expõe o trabalho que realiza com as suculentas, criando artigos de decoração e arranjos destinados aos vasos de plantas. A expositora Kelcilene Degrecci, que vende bolos e tortas, conta sua experiência pessoal. “Eu sempre gostei de fazer bolo. E eu sempre quis uma oportunidade, porque meu sonho na verdade é me tornar uma fornecedora. Então, eu achei  feira uma oportunidade para poder divulgar o meu trabalho e quem sabe realizar esse meu sonho o quanto antes.”

Outro ponto muito comentado por moradores que frequentam a feira, foi a possibilidade de poder fazer compras em um ambiente aberto, que proporciona ao cliente maior interação com as pessoas da região e menos individualização. “Aqui tem um diferencial, nós podemos fazer compras ao ar livre, diferente do shopping ou do mercado, nesses lugares fechados. Mas aqui é diferente, aqui tem liberdade para olhar o produto com calma, conversar, conhecer mais gente da região, fazer amizade. Aqui a gente acaba interagindo mais com as pessoas do que se estivéssemos em um mercado ou em um shopping,” afirma Eliana Modesto, moradora que visita a feira aos domingos.

Orientação: Profa. Rose Bars

Edição: Gabriela Lamas


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