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Militantes realizam mobilização “Bolsonaro Nunca Mais”

Além de Campinas, as principais manifestações ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife

Por: Mariana Neves

Manifestantes se concentraram no Largo do Rosário, em Campinas. A manifestação foi acompanhada por cartazes, bandeiras e expressões artísticas (Foto: Luiz Oliveira)

Neste sábado (9), movimentos sociais, centrais sindicais, partidos políticos, entre outros, realizaram a Mobilização Nacional “Bolsonaro Nunca Mais”. Em Campinas, os manifestantes se reuniram pacificamente por volta das 9 horas da manhã no Largo do Rosário e protestaram, por meio de discursos e apresentações culturais, contra o aumento no preço dos combustíveis, do desemprego, do gás de cozinha, da fome e também pelo número de mortos pela Covid-19 em todo País. Segundo a Polícia Militar, 150 pessoas participaram do ato. O esvaziamento, segundo os organizadores, pode ter sido causado por dois fatores: medo de ataques e também a pandemia.

“Tá na hora do nosso povo acordar definitivamente”, disse o Padre Benedito Ferrato, 76, Assessor de Comunicação da Pastoral Operária de Campinas. Para ele, o País precisa retomar a democracia e os direitos humanos frente ao que chamou de “desgoverno” do atual presidente e, para isso, é necessário movimentos na rua e atos como o deste sábado.

Integrante do movimento “Marcha Mundial das Mulheres”, Lourdes Simões diz que o atual presidente é letal para as mulheres (Foto: Luiz Oliveira)

Lourdes Simões, 64, faz parte do movimento internacional “Marcha Mundial das Mulheres” e diz que a imagem e os discursos que o presidente Jair Bolsonaro (PL) passa incentivam a violência contra as mulheres no cotidiano. “Nós manifestantes, estamos aqui pela campanha ‘Fora Bolsonaro’, mas principalmente porque Bolsonaro é letal para as mulheres”, disse Lourdes sobre o motivo da participação na manifestação. Para ela, principalmente neste ano eleitoral, é fundamental a mobilização nas ruas e também nas redes sociais.

Os irmãos Marta e Paulo Solyszko, moradores de Campinas, reforçaram a falta de participação da população campineira no ato deste sábado (Foto: Luiz Oliveira)

“Pela quantidade de pessoas presentes no ato, o povo aqui em Campinas não está mobilizado com o ‘Fora Bolsonaro’”, opinou a moradora do Parque Industrial, Marta Solyszko, 73, aposentada que ainda atua como professora, acompanhada do irmão Paulo, 72, marceneiro aposentado e morador da Vila Costa e Silva. Para eles, era necessária uma maior participação dos cidadãos no ato deste sábado na cidade, revendo estratégias feitas pelos organizadores, a fim de impactar de alguma maneira no atual cenário político.

A Vereadora Paolla Miguel (PT) foi uma das militantes que marcou presença no ato e, em cima do carro de som, discursou sobre a importância de políticas que visem o povo como prioridade e o bem das minorias. Sendo a parlamentar mais jovem da cidade a assumir o mandato em 2021 e a única mulher pertencente ao grupo LGBTQIA+, Paolla ressaltou a ocupação nas ruas como meio para uma política progressista e de priorização do povo.

 A militante Ivone Gosse, 54, auxiliar-administrativa da Central Única dos Trabalhadores (CUT-SP), diz que a luta pela mudança precisa ser feita no dia-a-dia. Em sua visão política sobre o cenário eleitoral, ela comenta que a terceira via, termo dado a outra escolha para voto nas urnas além do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente, Luíz Inácio Lula (PT), não é uma boa alternativa visando a priorização do trabalhador. “Os partidos que estão hoje na terceira via, quando chegar no segundo turno, eu tenho certeza que eles vão estar ao lado do Bolsonaro”, declara Gosse. Na última pesquisa do Datafolha sobre a intenção de voto dos brasileiros para presidente, Lula lidera com 43%, seguido de Bolsonaro com 26% das intenções de voto.

Secretário de cultura da CUT-SP, Índio diz que um dos motivos pelo protesto é o aumento das pessoas passando fome no país (Foto: Mariana Neves)

Também da CUT-SP no cargo de secretário da cultura, Carlos Fábio, 46, conhecido como “Índio”, disse que um dos motivos pelo ato também é a fome. Segundo pesquisa divulgada pela Rede Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN) no ano passado, a insegurança alimentar grave, ou seja, a fome, atinge 19 milhões de brasileiros, por volta de 9% da população.

Jovens do movimento de esquerda também discursaram e ressaltaram a importância da própria participação política como “faísca” para mudança. No ano eleitoral, foi falado sobre a emissão do título de eleitor como maneira de mudar quem será eleito para presidente. Segundo o levantamento realizado pela Justiça Eleitoral em março deste ano, o número de novos títulos entre jovens entre 15 a 17 anos cresceu mais de 45%, onde a emissão nessa faixa etária é facultativa.

Link Dado Título de Eleitor: https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2022/Abril/procura-por-titulo-de-eleitor-entre-jovens-com-15-a-17-anos-cresceu-45-em-um-mes

Link dado da fome no Brasil: https://sasop.org.br/2021/04/rede-penssan-lanca-relatorio-da-pesquisa-sobre-inseguranca-alimentar-no-contexto-da-pandemia-da-covid-19-no-brasil-e-campanha-olhe-para-a-fome/

Orientação e edição: Prof. Gilberto Roldão


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