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Hemocentro da Unicamp pede doações para a população para evitar impacto nas cirurgias e em tratamento de doenças crônicas
Por Gabriela Lamas
Os estoques de sangue seguem em situação crítica no Hemocentro da Unicamp, que é responsável pela distribuição para os hospitais que atendem o Sistema Único de Saúde na região. Cirurgias e tratamentos podem ser adiados e até cancelados pela falta de doações. A situação costuma ter variações durante o ano, como explica, enfermeiro e responsável técnico pela equipe de enfermagem da área de coleta de sangue do Hemocentro. “Estamos vivendo realmente um momento crítico, normalmente durante o ano a gente tem essas variações, principalmente em períodos de férias escolares e final de ano. Porém, desde o início da pandemia, a gente percebe uma mudança no comportamento das pessoas”, disse Leandro Nicioli.
A distribuição das doações de sangue é feita por agências transfusionais, de acordo com a demanda dos hospitais da macrorregião de Campinas, que atendem os serviços do SUS. São mais de 40 cidades atendidas pelo banco de sangue dos postos do Hemocentro da Unicamp, envolvendo Hospital Mário Gatti, Hospital Estadual de Sumaré e o Hemonúcleo de Piracicaba. Além desses postos, existe a opção de doar pelo ônibus quando circula em pontos estratégicos que está ligado também às coletas externas, e que circulam por cidades, empresas, escolas, faculdades, clubes entre outros locais com condições sanitárias.
A demanda por sangue não tem fim, frisa o enfermeiro Leandro Nicioli, necessária para tratamento de doenças crônicas, cirurgias, acidentes que causam hemorragias nas vítimas, tratamento de câncer e outras gravidades. “Existem várias doenças crônicas, como falciforme, talassemias, que demandam sangue. Essas pessoas precisam continuamente de transfusões”, explica.
Segundo ele, o status de conforto está difícil de ser atingido, ou seja, um estoque de sangue que possa atingir a demanda. “Atualmente a gente mantém um nível crítico de estoque frequente, estamos com dificuldade de sair e ficar em uma zona de conforto”, disse o enfermeiro. Em sua avaliação, para se ter uma zona de conforto é necessário ter um estoque de sangue nas agências de coleta, a fim de não precisar adiar, cancelar ou deixar de atender algum paciente por falta de sangue. Nesses casos de desabastecimento dos estoques, existe um protocolo de contingência, onde é feito um reforço de divulgação nas grandes mídias e nas redes sociais.
A maior demanda são os tipos de sangue O- e A +, de acordo com o perfil populacional. Existe um painel interativo na página principal do Hemocentro, que é possível acompanhar o status do banco. Para ser um doador, é preciso seguir algumas recomendações como; pesar no mínimo 50Kg, estar descansado, não estar em jejum, apenas evitar alimentos gordurosos e ter entre 18 e 69 anos, candidatos de 16 e 17 anos precisam do responsável para doar, entre outros critérios exigidos.
No Hemocentro existe além da doação de sangue, doação de medula óssea e aférese, que é o componente do sangue que passa por uma máquina que retém parte das plaquetas ou hemácias. Depois o sangue do paciente retorna pelo acesso que está ligado na veia. É um processo mais demorado comparado às doações de sangue. Ingrid Torsani, de 46 anos, tornou-se doadora de plaquetas. Ela começou quando a equipe do Hemocentro perguntou para ela se ela teria um tempo maior para doar, já que é um processo mais demorado. Ela costuma ir uma vez por mês fazer a doação de aférese. Para ela, essa é a única forma de ajudar as pessoas de uma forma positiva. “As pessoas têm muito pouco conhecimento do processo de doação”, finalizou quando foi questionada sobre pessoas que não vão doar.
Márcio Pinto, é biólogo e trabalha no setor de Aférese dentro do Hemocentro da Unicamp, ele reforça que a situação vivenciada é delicada. A diferença para doação comum é que o sangue passa por um processamento durante o procedimento. “Leucemia, linfoma e cânceres do sistema sanguíneo ou aqueles que tomam quimioterapia muito forte, como câncer de mama”, explica sobre o público que mais necessita de plaquetas.
André Luís de Campos Ferreira, de 58 anos, é doador de sangue do tipo A-, há 23 anos. Ele conta que realiza as doações por praticar a cidadania, amor ao próximo e salvar vidas. “Sempre há um tempo para repensar e fazer esse ato de cidadania e solidariedade”.
SERVIÇO – Hemocentro de Campinas – Unicamp, de segunda a sábado – 7h30min às 15h. (19) 3521-8705. Rua Carlos Chagas, 480 – Cidade Universitária.
Hospital Municipal “Dr Mário Gatti”
Segunda a Sábado – 7h30min às 15h
(19) 3272-5501
Av. Prefeito Faria Lima, 200 – Pq. Itália
Hospital Estadual de Sumaré
Segunda a Sábado – 7h30min às 12h
(19) 3883-8909
Av. da Amizade, 2400 – Jd. Bela Vista
Hemonúcleo de Piracicaba
Segunda a Sábado – 7h30min às 13h
(19) 3422-2019
Av. Independência, 953 – Bairro Alto
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Théo Miranda
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