As pessoas estão optando cada vez mais pelas “bikes” tanto para transporte diário quanto para o próprio lazer, apesar da alta nos preços

Por Ana Clara Cruz e Marcos Vinicius Paranhos

A procura pelo ciclismo sobe e o valor das bicicletas também. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas no ano de 2020 confirmou a onda de crescimento do mercado de bicicletas no Brasil, registrando média de 50% de aumento nas vendas em comparação a 2019. Mesmo com a pandemia, no primeiro semestre de 2021 o Brasil teve expansão média de 34,17% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado.

Eduardo Penido, praticante de ciclismo há mais de 20 anos, conta que “o ciclismo se tornou uma opção por ser um esporte individual. A bicicleta ajudou muito na pandemia já que as pessoas ficaram ‘presas’, mas poder sair e ver lugares novos, respirar e exercitar o corpo foi de grande valia para quem estava desesperado passando por esse período. Então, se há um esporte que cresceu muito na pandemia, foi o ciclismo”.

O empresário Sergio Tetzlaf conta que, no seu estabelecimento, a procura pelas bicicletas aumentou, no mínimo, 60%. O aumento do preço das bicicletas é explicado pelos custos de envio de um contêiner da Ásia até o Brasil que registram alta desde 2020. Até julho do ano passado era possível, por exemplo, contratar um contêiner de 40 pés de Xangai até o porto de Santos por cerca de mil dólares. Um ano depois o valor chegou aos US$ 20 mil, com possíveis taxas extras e a eventual indisponibilidade de espaço para novos pedidos.

Carlos Augusto Bordignon tornou-se ciclista durante a pandemia e explica que “a prática foi intensa”. A sua percepção é que nesse período houve adesão aos esportes individuais. “Tive amigos que não costumavam pedalar e decidiram comprar uma bike. A pandemia mudou muito o nosso estilo de vida”, avalia.

Um dos fatores que mais chamam atenção para o ciclismo durante tempos de pandemia é o fato de ser um esporte que pode ser praticado em grupo mesmo com o distanciamento social. Para Letícia Rosa, “formar um grupo de ciclismo foi excelente,

com amigos você se diverte e há o companheirismo. Foi na pandemia que eu descobri que gostava de pedalar, até então nunca tinha pedalado na vida. Descobri esse esporte que tanto amo e mudou a minha vida da água para o vinho”, revela.

Pedalar uma bicicleta possui diversos pontos positivos, desde ocupar menos espaços nas vias, até melhorar a qualidade de vida. A Cartilha do Ciclista, emitida pelo Governo Federal, informa que o veículo além de não poluir, não provocar congestionamento, custar menos do que um carro e possuir menor custo de manutenção, também combate o sedentarismo, ajuda a reduzir os riscos de doenças do coração e previne doenças nos ossos e nos músculos.

Cuidados ao andar de bike – Segundo o Departamento Estadual de Trânsito, assim como os demais veículos, a bicicleta também deve possuir alguns equipamentos obrigatórios, que são estabelecidos no artigo 105 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), são eles: campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo. Para garantir um passeio mais seguro, o Detran-SP considera essencial escolher bem a sua rota, pedalar sempre na mão correta, ficar longe das portas dos veículos, não furar o sinal, proteger os pedestres, ser educado e dar preferência para andar nas ciclovias.

Orientação:  Profª Rosemary Bars

Edição: Letícia Almeida