Ciência
Polinização de cafezais visa aumentar grãos e criar fragrância mais intensa, aprimorando o produto para o gosto gourmet
Por: Ingridy Porto e Pietra Moraes
Pesquisadores que criaram startup Pollin Tech pretendem enriquecer a polinização do café no Brasil com abelhas treinadas. O grupo empreendedor destaca que o uso das abelhas será algo inovador e ajudará a impulsionar a economia local com redução de gastos e foco no meio ambiente.
De acordo com os fundadores, a entomologista Marcela Barbosa, a professora Maria Imaculada e o ecólogo João Robazzi, os grãos produzidos por meio desta nova forma de cultivo são capazes de render mais, pois a cereja do café nasceria maior e com uma fragrância mais intensa, melhorando a experiência sensorial de quem consome.
A ação das abelhas na agricultura é um método antigo, já que elas podem ser treinadas a ‘farejar’ flores específicas, influenciando positivamente o plantio de uma região. “Os insetos possuem memória olfativa, entretanto, a inovação para o uso em grãos é um destaque que poderá influenciar o mercado local de comerciantes pelo Brasil”, afirmou Robazzi.,
“É a cultura, em termos de plantas, que mais precisa de polinização no Brasil. Pedimos um financiamento para a Fapesp [Fundação de Amparo À Pesquisa do Estado de São Paulo] e decidimos investir fundo nessa pesquisa. Nossa perspectiva é aumentar em 30% a produtividade do café”, acrescentou o ecólogo.
A ideia surgiu após uma das pesquisadoras, Marcela Barbosa, acompanhar um seminário de uma empresa argentina sobre a importância do treinamento das abelhas em girassóis. A entomologista entrou em contato com o ecólogo, para pôr em prática o treinamento de abelhas para grãos de café.
“Primeiro analisamos os compostos químicos do café e depois fizemos uma mistura de biomoléculas sintéticas que imitassem a fragrância do café na percepção da abelha”, explicou Robazzi.
Até o momento, o cientista explica que os testes nas abelhas foram bem-sucedidos e aprovados na primeira fase da Fapesp, entretanto, os animais só foram treinados em laboratório, e caso a próxima etapa seja aprovada pela instituição financiadora, os novos testes serão feitos em campos.
“No momento nossas abelhas já sabem a diferença do odor do café artificial com o natural. É capaz que os resultados em campo sejam os mesmos dos laboratórios”, conclui o ecólogo.
Orientação: Prof. Artur Araujo
Edição: Suelen Biason
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