Ciência
Em Campinas, as vacinas recomendadas pelo calendário vacinal têm tido procura abaixo da média
Por João Marcelo Marrey
No Centro de Saúde São Vicente, em Campinas, as vacinas recomendadas pelo calendário vacinal têm tido procura abaixo da média. A vacina da gripe, por exemplo, apresentou queda nos grupos de gestantes e crianças. No caso das gestantes, foram vacinadas 51 e eram esperadas 142 (51% de taxa de vacinação). E no caso das crianças, foram aplicadas 393 vacinas e eram esperadas 824 (47% de taxa de vacinação). Como explica a enfermeira Juliana Midori. “A procura por vacinas está em queda. Em agosto de 2022, 363 pessoas tomaram a vacina contra Covid-19 e em agosto de 2023, apenas 97 pessoas foram vacinadas contra a doença”, compara. Com relação a covid-19, foram aplicadas 3.342.583 doses esse ano em moradores de Campinas.
Houve piora nos indicies de vacinação básica, mas atualmente a tendência é uma elevação na aplicação das vacinas, apenas no grupo dos idosos. Foram 1031 idosos vacinados e eram esperados 1139 (91% de taxa de vacinação). A enfermeira ainda acrescenta. “falamos em vacinas recomendadas, pois nenhuma vacina é compulsoriamente obrigatória. No caso das crianças, por exemplo, muitas delas fazem a vacinação em função de benefícios como Bolsa Família ou por solicitação da escola”
De acordo com a Secretária de Saúde de Campinas, a vacina da gripe apresenta baixa procura na cidade. Entre abril e agosto foram aplicadas 325.413 doses de vacinas contra a doença, número abaixo do esperado pelo órgão de saúde da cidade. O esperado era vacinar 90% de cada publico. Os públicos vacinados contra a doença são crianças (38%), gestantes (44%), idosos (80%) e trabalhadores de área de saúde (48%).
A médica do centro de Saúde, Vitória Loureiro explica que “quando se vacina um número grande de pessoas se cria uma imunidade coletiva e isso faz com que as doenças não se espalhem facilmente e, às vezes, até fazem com que aquela doença realmente desapareça de um território”. A prefeitura de Campinas realiza a campanha da multivacinação em todos os 67 centros de saúde da cidade até dia 1 de dezembro, Com objetivo de elevar o número de pessoas vacinadas.
Segundo a médica, a desconfiança da população nas vacinas faz com que muitas pessoas acabem não se vacinando. “As pessoas optam por não se vacinarem por desinformação e percepção de que algumas doenças já foram erradicadas e isso criou um clima de desconfiança. Atualmente, as redes sociais também contribuem para isso”, salienta. Caceo Barros, diretor de serviços do fórum de Campinas, não se vacinou contra a Covid-19. “Grupos impositivas à utilização, alegando a emergência sanitária, degladiam com aqueles que se sentem receosos quanto a segurança de sua fabricação expressa. Também é possível notar a falta de pesquisas quanto a reações adversas. As pesquisas até agora publicadas não demostram os efeitos a longo prazo, bem como evidenciam a presença de taxas superiores as aceitáveis em outras medicações”, justifica.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Théo Miranda
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