Destaque
A produção orgânica possibilita o acesso de pessoas de baixa renda a uma alimentação de qualidade
Por Allane Moraes
Durante a pandemia da Covid-19, muitos alimentos sofreram um aumento de preço significativo. A carne foi o principal produto impactado nesse cenário. De acordo com a consultoria LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) é previsto que, este ano, o preço da carne bovina tenha aumento de 17,6%, a carne suína de 15,1% e a carne de frango de 11,8%.
Diante deste contexto inflacionário, moradores da região do Campo Grande, em Campinas, encontraram na horta comunitária do Parque Itajaí uma alternativa para manter a alimentação saudável. Para substituir a carne, as pessoas consomem as PANCs (Plantas Alimentícias Não-Convencionais), tais como o peixinho, a ora pro nóbis e a beldroega.
Acesse aqui o Facebook da horta
João Novais (64), colaborador da horta, explica que a planta conhecida como peixinho pode ser consumido no lugar do peixe, assim como a beldroega, que é rica em ômega 3. A ora pro nóbis, que é rica em ferro e proteína, pode substituir a carne vermelha. Seu João também diz que na horta, além de plantarem jaca, eles também a cozinham para fazer carne de jaca, uma alternativa vegana saborosa para quem não pode comprar as carnes convencionais.
Outras plantas produzidas na horta são consideradas ervas medicinais. A erva de bicho, por exemplo, pode ser usada para tratar hemorroida. A serralha pode auxiliar no combate à dores de estômago, o fazendeiro é digestivo e o caruru é utilizado na estimulação neural. Por isso, muitas pessoas procuram as verduras da horta.
Rodrigo Ileck (27), morador da região, afirma que costuma frequentar o lugar. “Eu sou vegetariano, e comprar verduras e leguminosas aqui é muito mais em conta do que comprar no mercado. Além de ser um produto completamente orgânico, ajuda a família e o bairro”, explica.
João Novais diz que essa procura pela horta é muito importante para os colaboradores, porque muitos deles tiram de lá sua fonte de renda. A horta não só possibilita o acesso a alimentos de qualidade para o bairro, como também garante o sustento daqueles que trabalham lá.
A horta não recebe nenhuma contribuição econômica do governo federal desde 2009. Como o dinheiro arrecado com as vendas serve de salário para os colaboradores, que dependem dele para se sustentar, existe uma dificuldade de manutenção do espaço. Por isso, os colaboradores organizaram uma arrecadação de dinheiro para construir uma irrigação e aumentar a produção do local.
Acesse aqui o site de arrecadações destinadas à horta
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Marcela Peixoto
Veja mais matéria sobre Destaque
Campinas lança meta para reduzir gases do efeito estufa
A cidade será a décima a ter um plano e visa reduzir seis milhões de toneladas
Brasileira em Harvard descobre tratamento para COVID-19
A pesquisadora usou a perda do pai como motivação para liderar a pesquisa sobre o vírus
Mães que eternizam momentos a partir de objetos
Tradição da preservação das vivências vem se modernizando com novas iniciativas
Artur Nogueira estreia na Taça das Favelas neste sábado
Cidade é a segunda do interior paulista a aderir ao campeonato, seguindo Campinas
87,2% dos jovens campineiros ainda não emitiram título
Entre 16 e 17 anos, o voto é facultativo, mas ONG incentiva a participação
ONG oferece cursos profissionalizantes em Monte Mor
Instituição visa especializar moradores da comunidade na área de estética