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Aumento da fome motiva campanhas de apoio às famílias

Extrema pobreza volta a crescer em Campinas e instituições atuam para ajudar

Por: Alanis Mancini

Além da pandemia, o Brasil enfrenta o problema da extrema pobreza e a volta da fome. Segundo dados da Secretaria de Assistência Social de Campinas, houve um aumento de 14% de pessoas nessa situação na cidade desde o início da pandemia devido à crise econômica e perda de renda. A partir disso, instituições começaram a atuar em campanhas para mobilização de doações e distribuições de comida para a população mais vulnerável.

Sílnia diz que desde 2018, a fome já é um tema recorrente para a FEAC (Foto: Site FEAC).

A Fundação FEAC de Campinas lançou o projeto “Mobiliza Campinas” em março de 2020, no início da pandemia, com a crença de que a fome se agravaria nesse período. Em 2021, o projeto continuou e foi perceptível o aumento na procura por ajuda financeira. De acordo com Sílnia Prado, líder do programa Fortalecimento de Vínculos que é base para o Mobiliza Campinas, o número de pessoas que procuravam as instituições aumentou, famílias começaram a procurar a organização porque vizinhos disseram que lá havia cestas básicas e cartão para compras. “Consequentemente, o número de atendimentos com esse público aumentou exponencialmente”, afirma.

Ainda de acordo com Sílnia, o projeto Mobiliza Campinas trabalha com a arrecadação de doações, onde eles recarregam cartões alimentação no valor de R$ 120,00 por mês e fazem a distribuição dos cartões que podem ser usados nos comércios credencializados. “Mantivemos o cartão em 2021, porque ele atua em dois pontos fundamentais: ele dá autonomia e dignidade para as famílias, fazendo com que elas possam comprar os itens que necessitam e permite o aquecimento e manutenção do comércio local, impedindo que outras famílias percam suas rendas também” explica.

A cozinha solidária funciona com parcerias com o CEASA, sindicatos, CUT, entre outros (Foto: Arquivo Pessoal).

Outro projeto que ganhou espaço em 2021 foi o “Cozinha Solidária São Marcos”, realizado pela Paróquia São Marcos e o Padre Antônio Rodrigues Alves, que atua na distribuição de cerca de 300 refeições por dia, de segunda a sexta, contando com a participação de voluntários. “O projeto Cozinha Solidária tem a premissa de distribuir comida de qualidade se preocupando com a sustentabilidade, então evitamos o uso de descartáveis, as pessoas levam as suas vasilhas e nós colocamos a comida” explica o Padre.

Padre Antônio afirma que já houve a distribuição de 23 mil refeições (Foto: Arquivo Pessoal).

Além disso, o projeto visa a proposta de oficinas de capacitação, como cursos de confeitaria e gastronomia, para que as pessoas se qualifiquem, comercializem os alimentos e possam sair da situação de vulnerabilidade. O padre também explica que percebeu o aumento da fome pelas doações de cestas básicas que fazia em sua paróquia. “Eu atendia 30 famílias, hoje eu atendo 600 famílias no mês distribuindo as cestas. Então, a pandemia escancarou a desigualdade social e o país que já estava em desenvolvimento, retrocedeu anos, fruto da crise econômica que se agravou com a pandemia” constata.

O processo de retomada econômica e alimentar pode ser lento e esses projetos atuam dependendo das doações e parcerias. Sílnia Prado diz que a FEAC já está elaborando a edição de 2022 do Mobiliza Campinas. “Para essas famílias voltarem ao patamar que estavam que já não era ideal, vão ser anos de recuperação” afirma.

Orientação: Prof. Gilberto Roldão

Edição: Alanis Mancini


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