Raíssa Zogbi e Maria Rita Alonso, em encontro remoto promovido pela Faculdade de Jornalismo                                                                                                                     

Raíssa (acima) e Maria Rita: preocupação com meio ambiente e conforto vieram para ficar no mundo da moda (Imagem: Facebook)

Por Rebeca Dias

“A moda é um relato da vida social e do nosso contexto. Sem a vida social e sem contexto, a moda quase que não faz sentido de existir”, afirmou a jornalista especializada em moda, da Rádio Eldorado, ex-editora de moda do Estadão e colunista da revista Marie Claire, Maria Rita Alonso, na abertura de um debate sobre as tendências no mundo da moda no cenário contemporâneo.

Tendo por tema “O jornalismo de moda pós-pandemia” e mediação da professora Ciça Toledo, o debate reuniu a também jornalista Raíssa Zogbi, coordenadora de conteúdo da revista Z Magazine, em encontro remoto promovido pela Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas na noite de quinta-feira (6).

Segundo Maria Rita, a pandemia da Covid-19 apenas acelerou tendências que vinham crescendo nos últimos anos, como a preocupação com a sustentabilidade e o conforto. De acordo com a jornalista, a procura por brechós – comportamento que se verifica especialmente entre os mais jovens – é uma evidência da preocupação com a preservação dos recursos naturais.

Segundo a jornalista Raíssa Zogbi, o comportamento dos consumidores antenados na sustentabilidade vem provocando mudanças também na indústria do setor. “Sustentabilidade não é só uma questão ambiental, é a sustentabilidade vista nos seus três pilares: econômico social e ambiental”, ponderou.

Uma outra tendência que as debatedoras apontaram como decorrente do período de isolamento social para evitar os avanços do novo coronavírus, é a preocupação em relação ao conforto do usuário e às compras online, que cresceram 61% no período, segundo dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).

A coordenadora de conteúdo da Z Magazine observou que a venda de itens como pijamas, por exemplo, disparou na pandemia, muito em função de as pessoas terem que ficar mais tempo em casa por causa dos protocolos de distanciamento e do trabalho remoto. “As pessoas finalmente entenderam que é possível ter seu estilo, se vestir bem, querer estar na moda e ter o conforto como uma prioridade”, disse Raíssa.

A colunista da Marie Claire, por sua vez, afirmou que as iniciativas de uma moda mais preocupada com o meio ambiente já estão sendo colocadas em prática pelos empresários do ramo. Maria Rita apontou exemplos como o da marca “Salvatore Ferragamo”, que fez uma linha de roupas a partir de seda produzida com fibras de cascas de laranjas.

O processo de produção que usa a fruta como matéria prima começa com a extração da celulose do que sobra nas cascas após uma fruta ser espremida. As fibras podem ser misturadas com outros materiais, como algodão e elastano, oferecendo ainda mais versatilidade à vestimenta.

Aqui, acesso ao debate sobre jornalismo de moda.

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Oscar Nucci