Cultura & Espetáculos
O estudante Erick Gabriel diz que a obra Raízes explora vínculos com sua ancestralidade
Por: João Gabriel
A escultura de um homem ajoelhado à frente de uma raiz de árvore é uma das obras em destaque na exposição Gravado na Memória, que alunos do curso de Artes Visuais promovem até a próxima segunda-feira (16), na galeria de arte da Escola de Arquitetura, Artes e Design, da PUC-Campinas.
“Minha obra explora o vínculo que tenho com a minha ancestralidade, mostrando como esse vínculo é fundamental, como artista e como afrodescendente”, descreve o estudante Erick Gabriel a respeito do trabalho Raízes: um encontro com a ancestralidade.
De acordo com a professora Paula Almozara, da Faculdade de Artes Visuais e do PPG em Linguagens Mídia e Arte (Limiar), a exposição reúne trabalhos de conclusão de curso de seus alunos, buscando documentar o processo criativo de cada um. Segundo disse, o desafio foi levar os estudantes ao uso de diferentes suportes, seja em moldura, fanart, instalação, escultura e outras possibilidades da arte contemporânea.
No caso de Erick Gabriel, o estudante buscou registros de memórias da cultura africana, tentando conectar o presente com o passado. Construída inteiramente em gesso, a escultura busca representar “um resgate das memórias dos meus antepassados”, diz.
Já a estudante Isabela Damasceno traz a obra Sweet Silence, na qual busca retratar como a memória é um organismo vivo,“ e de que maneira uma coisa que aconteceu no passado pode mudar o curso da nossa vida”. Com base no argumento de que a memória tem um significado diferente para cada pessoa, a estudante trabalha com fotos contemporâneas e com o apoio de uma produção audiovisual.
No contemporâneo, a estudante Isabela Berini buscou inspiração nos quadrinhos, com a obra Hotel 77, para produzir uma história focada no gênero terror slasher. “É um subgênero de terror, que quase sempre está envolvendo assassinos psicopatas que matam aleatoriamente”, explica.
Já a estudante Beatriz Mechi traz a obra Afeto, através da qual discute associação desse sentimento com o grafite como expressão de uma arte para ser vista. Segundo a jovem, o afeto tem vários sentidos e pode ser interpretado de diferentes formas. “É um sentimento que varia de pessoa para pessoa”, pondera.
A quinta autora a integrar a exposição, Luisa Panzini, está presente com a obra Mordida, que conta com recursos da animação em stop motion de todas as tatuagens que ela fez. Cada frame é uma pessoa diferente. Em seu trabalho, ela busca discutir a relação do ser humano com a pele.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Isabela Meletti
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