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Valores impostos na infância mantém o predomínio do machismo

Assunto foi debatido durante o evento, “Mulheres em Pauta”, realizado no Senac Campinas em setembro

Por: Marília Coimbra

Evento reúne mulheres para debater temas femininos nos dias atuais. (Foto: Marília Coimbra)

O julgamento contra mulheres ocorre desde a infância, quando o indivíduo forma seus valores e princípios. A conclusão é das especialistas que participaram, na segunda-feira, dia 04 de setembro, do evento “Mulheres em Pauta” promovido pela Project Management Institute São Paulo (PMI), no Senac Campinas, com o tema “Mulheres inspiradoras de hoje e do futuro”, em busca de motivar mulheres a prosperarem na sociedade.

A mesa que debateu o tema, a empreendedora, feminista, escritora e cofundadora da SG Aprendizagem, Flora Alves, afirmou que o pensamento machista está instalado na sociedade no geral, incluindo mulheres, já que este é desenvolvido desde a infância. O argumento foi complementado por Moara Vieira, especialista na área de Gestão de Pessoas, Desenvolvimento Humano e professora de RH, quando afirmou que na infância se uma menina gosta de jogar bola, brincar de carrinho ou até mesmo vídeo game, ela é vista como “fora do normal” ou “masculina”.

Rafaela Furlan: “Nesse momento o que mais precisamos é de empatia”. (Foto: Marília Coimbra)

Rafaela Furlan, empreendedora e ex-executiva em multinacionais, disse acreditar que uma criação onde há apoio dos pais com o que deseja fazer conta muito. A empreendedora citou sua mãe ao contar que quando criança foi colocada para fazer ballet, mas sua vontade era jogar futebol, e quando contou isso para a mãe, não teve julgamentos e sim apoio para que ela seguisse suas vontades independente de opiniões alheias.

Outro problema relatado pelas especialistas é a dificuldade das mulheres em entrar em ambientes de trabalho onde a empresa é predominantemente masculina e os direitos trabalhistas na maternidade. Sara Barbalho, gerente de qualidade e sustentabilidade LATAM, comentou sobre a dificuldade de convencer pessoas de que mulheres também podem realizar trabalhos que são vistos como masculinos, como por exemplo um operador de empilhadeiras.

Sara Barbalho: “É impressionante a surpresa das pessoas quando contratam uma mulher”. (Foto: Marília Coimbra)

Segundo Sara, empresas predominantemente masculinas procuram contratar a maior quantidade possível de homens, tirando a oportunidade de mulheres. “É impressionante a surpresa das pessoas quando contratam uma mulher em vez de um homem e veem que ela fez melhor que ele. A partir do momento que uma mulher entra na empresa e mostra que é capaz, é só elogio”, complementou. Flora Alves acrescentou que a insegurança feminina em olhar para profissões e se ver fazendo conta muito no processo de contratação. “Existem muitas mulheres qualificadas que tem medo de se arriscar e errar. É melhor pedir desculpas por se arriscar a fazer algo do que pedir licença para tentar”, afirmou.

Na questão de maternidade, as especialistas dizem concordar no fato de que o mercado de trabalho está melhorando, mas que ainda tem muitas coisas para melhorar. Rafaela, como empreendedora, disse acreditar que ser vulnerável na maternidade não é errado. “É impossível ser perfeita em tudo. Não existe a mulher perfeita. Ser mãe, trabalhar e se cuidar ao mesmo tempo não é uma tarefa fácil, nesse momento o que mais precisamos é de empatia, tanto dentro como fora de casa e do trabalho”, completou.

Orientador: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Giovanna Sottero


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