Cultura & Espetáculos
A caminhada turística, que reuniu 18 pessoas, faz parte das comemorações do mês dedicado a Carlos Gomes
Por: Beatriz Silveira
Partindo da praça Imprensa Fluminense, a caminhada histórica em homenagem ao maestro Carlos Gomes revelou aos 18 participantes, no último domingo (24), o “abandono dos prédios históricos da cidade de Campinas”. A avaliação é de um dos guias turísticos do passeio, Rômulo Schincariol, especialista em história e patrimônio cultural, pela PUC-Campinas. Construções como o Casa da Banda Carlos Gomes, na avenida Benjamin Constant, estão marcadas por pichações, desgastes temporais e furtos de placas informativas.
‘’Tudo é uma questão de educação de base. A representação do que um dia foi a fachada da casa do maestro é um local onde a pixação não deveria estar presente’’, criticou uma das participantes do evento, Cleide Maria dos Santos, técnica em turismo pela ETEC Bento Quirino. “A pixação em si é uma expressão artística, mas tem que ter o seu devido lugar”, comentou.
A rota proposta para comemorar o mês em que Campinas homenageia Carlos Gomes equilibra a vida do maior compositor de óperas da América Latina com fatos curiosos sobre a cidade.
A praça Imprensa Fluminense, por exemplo, por onde o passeio circulou, carrega este nome para homenagear uma rádio do Rio de Janeiro, emissora que divulgou a epidemia de febre amarela de 1889 em Campinas. Sabe-se, também, que o time de futebol Guarani foi batizado assim em função do maior sucesso de Carlos Gomes.
Os guias do passeio ainda informam que os campineiros conhecem o codinome Princesa d’Oeste pelo qual a cidade é conhecida, mas não sabem que foi dado pelo imperador Dom Pedro II, que tinha grande apreço por Campinas. O município ficava a Oeste da capital brasileira da época.
O passeio – que é “instigante e necessário’’, como resumiu Guilherme Maciel Bastos, mestre em sociologia pela UFG – tem início na praça Impresa Fluminense e segue pela rua Antônio Cesarino. Em seguida, vai para a avenida Benjamin Constant, onde se concentra a maior parte do evento.
Parando em frente à Biblioteca Municipal de Campinas, os caminhantes observam o monumento “As Andorinhas”, uma outra referência à cidade, devido à grande quantidade de pássaros da espécie. Este mesmo fato inspirou o texto “As andorinhas de Campinas”, de Rui Barbosa.
Logo após, o passeio segue para o Largo das Andorinhas, onde se localiza o monumento que, visto de cima, forma o numeral 2, em homenagem ao bicentenário de Campinas.
Ao passar pelo antigo Beco dos Infernos, os caminhantes são direcionados novamente para a rua Benjamin Constant, onde se observa o prédio depredado que leva o nome de Banda Carlos Gomes. A parada seguinte é no marco zero da cidade de Campinas, onde está sepultado o copo do maestro. O ponto principal do passeio vem logo depois, o Museu Carlos Gomes, localizado no Centro de Ciências Letras e Artes (CCLA), onde estão preservados o piano, partituras, fotografias pessoais e objetos que fizeram parte da vida do músico.
O Palacio dos Azulejos, o único prédio histórico de Campinas tombado nacionalmente, também faz parte do passeio turístico. Parte-se dele em direção à rua Regente Feijó, onde um dia Carlos Gomes morou em um imóvel representado apenas por um grafite escondido por pichações, e uma placa de identificação.
De lá, o passeio é direcionado para a Catedral Metropolitana de Campinas, a maior do mundo construída com a técnica de taipa de pilão. O ponto final do passeio é a praça Carlos Gomes, local onde a banda do maestro tocava aos domingos, lugar que um dia foi lixão, mas que também é berço do time que deu origem ao Guarani Futebol Clube.
A próxima e última caminhada histórica, com início às 9h30 e duração prevista de 3 horas, acontecerá dia 30 de setembro, próximo domingo. É necessário realizar inscrição através do Portal Cultura Campinas, havendo limite de 40 vagas por passeio. É aconselhável levar protetor solar, água e lanche para a rota.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Isabela Meletti
Veja mais matéria sobre Cultura & Espetáculos
Herói sem caráter reabre o MAC de Campinas
Macunaíma, de Mário de Andrade, inspira 34 artistas contemporâneos, com trabalhos que vão da pintura à videoarte
Mulher ciborgue é submissa no cinema, apura pesquisadora
Em oficina no Sesc-Campinas, a antropóloga Isabel Wittmann analisa filmes como Metrópolis, Blade Runner e Ex-Machina
Sesi Campinas é referência no ensino de jovens na cidade
Campinas conta com duas unidades da instituição no município
Desfile de escolas de samba volta a acontecer em Campinas
O evento foi paralisado há nove anos atrás
Conheça sobre a Torre do Castelo localizada em Campinas
No passado a instalação servia como uma caixa d’água para a cidade
Atleta campineiro é destaque na seleção brasileira de futsal down
O jogador foi eleito três vezes o melhor do mundo