Além da beleza das criptas, local é morada eterna de grandes figuras nacionais da política, arte e crenças populares

Por: Maria Alice Trevizam e Kamila Minari

Localizado a poucos quilômetros do coração de Piracicaba, encontra-se o Cemitério da Saudade, fundado em 1860. De extensa tradição, o local abriga cerca de 150 mil restos mortais em seus diversos jazigos. Contrário à função usual de um cemitério no imaginário popular, o local não serve apenas como local de luto, mas também como fonte de evidências da rica cultura local e brasileira.

Próximo à entrada do local, por exemplo, é possível encontrar o túmulo de Prudente de Morais, presidente do Brasil durante a República de 1894 a 1898.

Caminhando mais à frente é possível visitar o jazigo de Almeida Júnior, popular pintor e desenhista do século XIX, amplamente conhecido pelas telas “Caipira Picando Fumo” e “O Violeiro”.

Adentrando o campo das crenças populares, uma parada obrigatória em toda visita ao cemitério é o túmulo do Padre Galvão. A sepultura do clérigo se destaca das demais por se encontrar no meio de um dos corredores principais, se destacando entre os demais. Populares da região acreditam que no dia de seu velório seu caixão tenha caído no chão à caminho do lugar que estava reservado e que, de maneira sobrenatural, ninguém presente tenha conseguido o tirar dali, fazendo com que tivesse que ser sepultado no corredor. Por conta desse forte mito local, diversos fiéis pedem milagres ao padre sepultado e o agradecem pelos desejos atendidos com pequenas placas ou decorações.

O mesmo fenômeno das placas de agradecimento também se repete nesta última parada da visita, no jazigo do ícone da política e saúde local Alfredo José Cardoso. Por ter sido vereador e ter atuado arduamente no atendimento da população da cidade como médico, Cardoso também recebe pedidos e agradecimentos em sua última morada.

O Cemitério da Saudade é localizado na Av. Piracicamirim, 2201, em Piracicaba. Ele está aberto para a visitação todos os dias, das 7h às 18h.

Orientação: Profa. Amanda Artioli

Edição: Henrick Borba