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Eleitores já se animam para o 2º turno

André, eleitor de Lula, e Leonardo, de Bolsonaro, têm esperança na vitória de seus candidatos

Por: Aline Nascimento

Em Campinas, os eleitores de Lula e Bolsonaro renovam esperança de que seus candidatos consigam se eleger no segundo turno da campanha eleitoral deste ano, em 30 de outubro. Neste domingo (02), 123 milhões de eleitores brasileiros foram às urnas, e decidiram que Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) irão se encontrar novamente em menos de 30 dias.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contabilizou 48,42% de votos para o ex-presidente Lula; e 43,21% para o presidente Bolsonaro, que busca a reeleição. A ex-senadora Simone Tebet (MDB) foi a terceira colocada, com 4,16% dos votos, sobrando a Ciro Gomes (PDT) a quarta colocação. Os demais postulantes praticamente não pontuaram.

Com 48,42% dos votos, Lula venceu em 14 dos estados e no exterior, sendo predominante em 11 capitais, incluindo a metrópole São Paulo, onde obteve a porcentagem de 47,54%. Mesmo assim, Bolsonaro foi predominante do Estado de São Paulo, com 47,71%. Bolsonaro ganhou no interior de São Paulo, conquistando colégios eleitorais como Campinas, onde recebeu 49,07% dos votos. Em Vinhedo, alcançou 59,19% dos votos.

O índice de abstenção deste ano foi o maior desde 1998. Segundo dados do TSE, 32 milhões de eleitores não compareceram às suas sessões, o que corresponde a um nível de abstenção de 20,9%. O maior colégio eleitoral do país, São Paulo, teve uma taxa de abstenção de 21,6%. Em compensação, o percentual de votos nulos e brancos é o menor desde 1994. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, houve 5,4 milhões votos brancos ou nulos, o equivalente a 4,41% do total.

André e Renata Pimentel: “Só tem coisa ruim nesse governo” (Foto: Selfie).

Renata Pimentel, 45 anos, e seu marido André Pimentel, 50 anos, eleitores da cidade de Campinas (SP), foram às urnas neste domingo (2) para votar no ex-presidente Lula. Renata, consultora de moda formada em psicologia, tem uma família majoritariamente com o mesmo posicionamento político que ela, com poucas exceções. Sua escolha pelo Partido dos Trabalhadores foi motivada pela gestão do atual presidente, durante seu mandato.

“A minha escolha pelo PT foi porque o Bolsonaro não faz nada pelos pobres. Ele não fez nada para combater a Covid, e a reforma da Previdência vai causar, com o tempo, o empobrecimento da população. Tem corrupção no governo dele, mas não é investigado, tem o desmatamento… Só tem coisa ruim nesse governo”, justificou André Pimentel.

Durante a apuração dos votos, Renata ficou surpresa com a proximidade percentual de Lula e Bolsonaro. Decepcionada, acha que o Lula pode perder no segundo turno. Isso porque, apesar de ter imaginado que poderia ter segundo turno, pensou que a diferença entre eles seria maior, como era indicado nas pesquisas anteriores.

Leonardo Aguiar: “Eu espero uma virada no segundo turno” (Foto: Selfie).

O último Datafolha, divulgado neste sábado (1), véspera da eleição, mostrava o ex-presidente Lula com 50% dos votos válidos, enquanto o presidente Jair Bolsonaro pontuava apenas 36%. A mesma pesquisa apontava que 52% não votariam no presidente Bolsonaro de jeito nenhum, enquanto 40% falavam que não votariam no Lula (PT) sob nenhuma hipótese.

Leonardo Aguiar, 25 anos, também de Campinas (SP), é eleitor do Bolsonaro, e disse ter medo que Lula saísse vitorioso já no primeiro turno, pois as pesquisas apontavam que havia essa possibilidade. Professor de futevôlei, formado em educação física, Leonardo disse que suas expectativas foram correspondidas neste primeiro turno. Apesar de ele ter um fio de esperança de que seu candidato ganhasse no primeiro turno, esperava que houvesse um segundo turno.

Leonardo votou em Bolsonaro em 2018. Ele conta que tinha expectativas maiores por seu governo, e tinha esperança de mudanças radicais. Contudo, ele acredita que a pandemia influenciou negativamente o mandato de Bolsonaro. “Não supriu minhas expectativas. Mas também, não acho que fez um governo tão ruim, dentro do que podia ser feito, em um momento de crise na saúde”, ponderou.

Com sua família e amigos, em maioria, defensores de seu candidato, Leonardo escolheu Bolsonaro por conta daquilo que ele defende. Ele argumenta que as propostas e princípios do presidente estão mais próximos de seus princípios que outros candidatos, como a oposição à ideologia de gênero, a liberação do aborto e a legalização de drogas. Para ele, essas posições são inegociáveis. “Isso está bem longe do que o Lula oferece”, reitera.

Além do presidente, os eleitores do Estado de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, com mais de 34,6 milhões de eleitores, votaram para governador, deputado estadual e senador. Pela primeira vez em 28 anos, desde 1994, o PSDB não será líder do governo de São Paulo. O candidato do partido, Rodrigo Garcia, ficou em terceiro lugar. O segundo turno ficará entre Tarcísio (Republicanos), apoiado por Bolsonaro, que recebeu 42,32% dos votos, e Fernando Haddad (PT), que recebeu 35,70% dos votos. Para o Senado, os paulistas definiram que, por 49,68%, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia do governo Bolsonaro, Marcos Pontes, ocupará a cadeira por São Paulo.

Renata contou que escolheu o governador, senador e deputados, embasada no que o Partido dos Trabalhadores apoia. “A gente não pode ter só um presidente, a gente tem que ter uma bancada que apoia ele”, explica Renata. Leonardo também fez escolhas alinhadas ao seu candidato, além de pesquisar sobre os cargos e outros postulantes antes de votar.

Uma pesquisa do Ipec, às vésperas do primeiro turno, apontou que Lula tem 54% das intenções de voto para o segundo turno, enquanto Bolsonaro tem 35%. “Eu espero uma virada”, declarou Leonardo.

Resultado das urnas, no plano federal, e estadual em São Paulo, onde também haverá segundo turno

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Melyssa Kell


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