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Pandemia domina mostra de documentários

As produções de estudantes de Jornalismo serão exibidas a partir de segunda (14), pelo Facebook do Digitais                                                                                                   

Cena de Meu medo não é Covid, no qual moradores de rua protagonizam a narrativa (Imagem: Divulgação)

Por: Bianca Velloso 

A partir desta segunda-feira (14), estudantes de jornalismo da PUC-Campinas dão início a uma mostra de 5 documentários e 2 séries documentais produzidos sob as limitações impostas pela pandemia, ao longo dos últimos 15 meses. Sem terem tido reuniões presenciais com professores e socialmente afastados entre si, os alunos tiveram que driblar as dificuldades do distanciamento social para abordar temas que acabaram convergindo para o impacto dos tempos de isolamento.

“Pedi que os alunos fizessem algo possível de ser realizado durante a pandemia, de modo a respeitar os protocolos de saúde. Durante as reuniões remotas, percebi que os temas acabaram ganhando uma conexão direta ou indireta com a pandemia”, observou a professora Juliana Sangion, das disciplinas de Produção Audiovisual e Jornalismo e Documentário, que foram integradas para a realização da atividade.

Isabela Cassóla, Bruna Dalago e Mattheus Lopes, estudantes que dirigiram produções da mostra (Fotos: Arquivo Pessoal)

A aluna Isabela Cassólla, estudante que atuou como diretora do documentário Vitae, optou por tratar sobre o desemprego na visão feminina. “A ideia surgiu a partir de uma dor pessoal, pois o desemprego foi o maior problema que a pandemia trouxe na minha casa e para milhares de outras pessoas”, disse Isabela, que afirmou ter percebido, durante as entrevistas para o documentário, que as dificuldades que as mulheres enfrentam são bem mais específicas.

“Como as escolas estão em modalidade on-line, as mães não têm onde deixar os seus filhos para irem trabalhar presencialmente”, ponderou.

Com isso, o grupo decidiu fazer uma experiência imersiva e passou um dia com cada entrevistada, a fim de coletar imagens e depoimentos da rotina dessas mulheres. “Respeitamos os protocolos de saúde e distanciamento social”, destaca Isabela. De acordo com a diretora do documentário Vitae, foi um desafio deixar as pessoas confortáveis para falar sobre um tema que as deixa inseguras.

Bruna Dalago, aluna que dirigiu o documentário Adágio, escolheu debater sobre os impactos do distanciamento em relação à saúde mental. “Esse sempre foi um tema muito presente na minha vida desde 2018, quando fui diagnosticada com depressão. Quando a professora Juliana propôs a atividade, sugeri esse tema para o meu grupo”, disse Bruna.

Cena de Quando as cortinas se fecham, que documenta a rotina da bailarina carioca Manuela Roçado (Imagem: Divulgação)

A diretora de Adágio preferiu não realizar entrevistas presenciais. “Abrimos mão da qualidade do vídeo, mas entendemos que o mais importante era transmitir a mensagem nesse contexto de isolamento”, disse Bruna. As imagens foram gravadas pela própria estudante, uma vez que ela também figura como uma das fontes da produção. O grupo também obteve imagens através de videochamadas.

O aluno Mattheus Lopes, que dirigiu o documentário Com amor, Linda, explorou o acervo de fotos da família para fazer uma homenagem para a avó, diagnosticada com Alzheimer em 2015. “Inicialmente, a ideia era contar como a condição da minha avó piorou durante a pandemia. Mas, depois de conversar com o grupo, chegamos à conclusão de que deveríamos falar mais sobre a trajetória de minha avó do que do diagnóstico em si”, explicou Mattheus, que procurou trazer uma abordagem mais intimista sobre as pessoas diagnosticadas com a enfermidade.

Mattheus afirma que, durante a pandemia, passou a refletir mais sobre a vida e a família, uma vez que, na rotina anterior, não tinha muito tempo para olhar as fotos familiares. “Muitas estavam guardadas em locais de difícil acesso, como o porão. Então, para fazer o documentário, tive que empreender essa busca”.

O diretor do documentário Com amor, Linda, afirmou ter sido emocionante ouvir os relatos dos tios e da mãe sobre a avó. “Quando eu estava gravando, prestei muita atenção nos detalhes técnicos. Já na edição, ouvi várias vezes os depoimentos e fiquei emocionado. Sou muito grato por tudo isso”, contou.

A mostra Vida em Telas, que reúne os documentários dos alunos do terceiro ano de jornalismo, será apresentada no Facebook do portal Digitais. Cada produção tem duração de 15 minutos, e cada série conta com três episódios de cinco minutos cada um. São eles:

Com amor, Linda

Documentário registra, através dos filhos, a memória de uma paciente diagnosticada com Alzheimer, permeado por momentos de reflexão, nostalgia e o otimismo de uma família que se despede da matriarca.

Quando as cortinas se fecham

Produção traz uma imersão na realidade de bailarinos e professores de dança em um momento no qual estão impedidos de realizar apresentações por conta da pandemia. De maneira colaborativa, o trabalho acompanha a rotina da bailarina carioca Manuela Roçado, com depoimentos da professora Geovana Andrieta e da aluna Natália Góes.

Meu medo não é Covid

Documentário retrata como os moradores de rua observam a pandemia. A produção evolui sob o olhar de quem já viveu experiências tristes e solitárias, de quem já viu amigos morrerem e que são obrigados a lidar com a dor da fome, todos os dias.

Vitae

Trabalho relata a história de três personagens afetadas pelo desemprego durante a pandemia. A produção busca não somente quantificar, mas também registrar as dificuldades e problemas que milhares de brasileiros enfrentam em seus cotidianos.

Adágio

Documentário aborda pessoas que já conviviam com transtornos mentais, como depressão e ansiedade, e tiveram suas rotinas e dinâmicas sociais alteradas de um dia para o outro. Sentimentos, reações e mudanças que compuseram essa vivência são narrados por quem fez parte de cada ato dessa história.

Outros planos

Produção seriada busca mostrar as faces da morte em tempos de pandemia. O título do trabalho remete tanto ao plano espiritual quanto aos planos que tinham em vida, interrompidos por um corte brusco, afetando a vida não só dos se foram, mas também dos que ficaram.

Sou só eu

A série busca retratar a solidão em três diferentes segmentos: viúvos, professores e deficientes visuais. Os personagens vivenciam o isolamento no dia a dia e compartilham uma experiência coletiva de sentimentos, desafios e histórias, ao mesmo tempo que protagonizam uma rotina solitária.

 

Programação

Antes de cada exibição, os diretores apresentarão uma breve sinopse sobre o trabalho; e ao final, os espectadores poderão enviar perguntas e comentários no chat das transmissões, que ocorrerão no Facebook do Digitais.

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Oscar Nucci 


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Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes Daniel Ribeiro dos Santos Gabriela Fernandes Cardoso Lamas, Gabriela Moda Battaglini Giovana Sotterp Isabela Ribeiro de Meletti Marina de Andrade Favaro Melyssa Kell Sousa Barbosa Murilo Araujo Sacardi Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.