Destaque

Universitárias campineiras lucram com pequenos negócios

Estudantes apostam no e-commerce como fonte de renda e forma de animar as pessoas

 

Por Rafaella Gianoni e Vinicius Goes

 

Na incerteza do funcionamento do comércio devido ao Plano São Paulo de contenção ao Coronavírus, estudantes universitárias de Campinas lucraram com pequenos negócios on-line. As lojas KAPRI Stickers e Starlight Montra passaram por um aumento de vendas e de lançamentos de novos produtos em plena pandemia. O uso de redes sociais e do e-commerce foi o jeito que as vendedoras encontraram de se aproximar mais do público e utilizar os conhecimentos aprendidos na faculdade.

As sócias da loja KAPRI Stickers representando o empreendedorismo feminino (Foto: Reprodução Instagram)

Em virtude do Plano São Paulo de Contenção do Coronavírus, estratégia do governo estadual para vencer a Covid-19, as cidades devem adaptar seu funcionamento pela fase que o estado se encontra, podendo ser vermelha, laranja, amarela ou verde. Na fase vermelha desse plano, o Governo permite apenas o funcionamento de setores essenciais, como saúde e educação, por exemplo. Diante disso, na fase vermelha não é permitido o funcionamento de shopping center, de centros comerciais e de comércios em geral, bem como de serviços não essenciais.

Mesmo em meio a essa situação, algumas lojas on-line (e-commerce) conseguiram se adaptar às restrições e, ainda, terem crescimento em suas vendas. É o caso de duas lojas, criadas por universitárias de Campinas, que mesmo com a incerteza de como o comércio irá funcionar, conseguiram se organizar e não só continuar a vender, mas vender mais do que estavam acostumadas.

A KAPRI Stickers é uma loja de adesivos criada pelas universitárias Aline Aoki (21), que faz o curso de Economia na PUC-Campinas, Larissa Costa (21) e Mariana Gomes (22), estudantes de Economia e Administração no Universidade de São Paulo (USP). Elas afirmam que os conhecimentos da faculdade ajudam a dividir as funções da loja. Aline cuida das redes sociais e das artes da loja, enquanto Larissa e Mariana focam nas atividades administrativas, como contato com fornecedores.

A pandemia foi o ponto de início da marca. As empreendedoras já tinham vontade de criar uma loja virtual e resolveram explorar um mercado novo em Campinas, o da customização. Mas, com as obrigações do estágio e universidade, a ideia era sempre adiada.

A produção dos adesivos é toda feita em casa pelas sócias do empreendimento (Foto: Arquivo pessoal)

Com o início do home office e aulas remotas, elas conseguiram tempo durante o dia para se reunir e iniciar o projeto. “Nós sabemos o caos que essa doença causou, é realmente muito triste tudo o que vem acontecendo desde o começo dela, mas somos gratas por termos conseguido tirar algo positivo disso tudo”, comenta Mariana.

A questão financeira nunca foi o objetivo principal, garantem, e sim trazer mais alegria e animação para o dia a dia dos clientes. A customização é a ação de decorar algum item e deixá-lo da maneira que preferir e ajuda muitas pessoas a se acalmarem, num momento tão incerto, como um escape, dizem as sócias pelos feedbacks recebidos.

Atualmente, a loja lança uma coleção nova a cada mês e se utiliza das redes sociais para se comunicar diretamente com os consumidores. Além disso, cria enquetes, abre para sugestões de temas e até realiza brincadeiras, se aproximando dos seguidores como amigos.

A adaptação às redes sociais também foi um ponto importante para a loja Starlight Montra, de produtos literários. As amigas universitárias Catrine Vieira (20), estudante de História na PUC-Campinas e Natália Rochelle (22), estudante de técnico em biotecnologia pela Escola Técnica Estadual “Conselheiro Antonio Prado (ETECAP), trabalhavam juntas em uma loja de shopping, quando decidiram começar um e-commerce de produtos baseados em grandes séries literárias.

“O primeiro ano da loja foi desafiante, não obtivemos o sucesso esperado”, explica Catrine. Porém, em fevereiro de 2020, um mês antes da pandemia estourar no Brasil, elas lançaram a primeira caixa especial da loja, um combo de vários produtos temáticos.

Com aumento das vendas, a loja investiu na repaginação do site (Foto: Reprodução Internet)

Com o público utilizando mais as redes sociais, para distração e compras, as estudantes conquistaram mais de 20 mil seguidores e, com o maior volume de compras, conseguiram criar mais produtos e com maior variedade. Para elas essa foi a principal diferença de 2020 para os anos anteriores.

A expansão da loja no Instagram gerou a contratação de novos membros para a equipe. Além das donas, há mais três colaboradores responsáveis pelo atendimento ao cliente no site e nas redes sociais. Além do site da loja, para mais conforto dos consumidores, as sócias também criaram um perfil no site Shopee, que oferece frete grátis para todo o Brasil. “As pessoas estão comprando mais, mas, mais que isso, acompanhando e interagindo mais com as lojas. Vemos as pessoas sugerindo mais, pedindo e aguardando ansiosas pelas novidades e lançamentos”, conclui Catrine.

Saúde mental e o consumo

Em meio a essa situação de incertezas, em virtude das constantes mudanças de medidas de restrições, referentes ao combate à Covid-19, uma das principais preocupações é a questão da saúde mental da população. O estresse, excesso de trabalho e ansiedade podem ser críticos e causar doenças psicológicas, como a depressão.

Uma das maneiras discutidas para ajudar no alívio desses sintomas é tirar algum tempo para fazer algo que gosta, um hobby. A solução de várias pessoas foi recorrer às compras online como maneira de distração e de conforto.

Para a psicóloga, o consumo passou a ser uma forma de compensação de frustrações. (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo a psicóloga e neuropsicóloga, Ana Cláudia Alves, o isolamento social e o confinamento impactaram diretamente a vida das pessoas, muito por conta da mudança da rotina, pelo distanciamento de pessoas queridas e pelo medo da própria doença. Diante disso, a especialista entende que o fato de não existir muitas opções para serem realizadas pessoalmente, como viagens e passeios, o consumo passou a ser uma distração.

O excesso de informações, ainda mais nesse período turbulento em que vivemos, pode gerar problemas, sobretudo se não houver limitação. Diante desse contexto, a psicóloga conclui dizendo que, apesar de ter uma grande parcela de culpa e influência, a mídia não é a principal causadora desse aumento do consumo, ou até mesmo de um consumo excessivo por parte das pessoas.

 

Orientação: Prof. Gilberto Roldão

Edição: Fernanda Almeida


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