Noticiário Geral

Artista doa obras para manter legado

“Eu sabia que um dia eu não ia conseguir fazer mais, pelo menos minhas artes já estão por ai”, diz o miniaturista de 94 anos

Por Washington da Silva Coutinho

Morador de Vinhedo, “seu Odyr” – como gosta de ser chamado – vai toda a tarde na oficina que fica no quintal de sua casa para fazer companhia as ferramentas que tanto usou em sua vida. Hoje, com 94 anos, ele não consegue mais produzir suas maquetes por conta de problemas na visão. Nascido em São Paulo, o miniaturista despertou ainda criança o interesse por objetos feitos a mão e reproduzia barquinhos, pipas e balões para participar de concursos. Sozinho, desenvolveu seu talento durante a juventude e passou a forjar aeromodelos e maquetes de pontos turísticos do Rio de Janeiro, onde vivia com seus pais desde os 5 anos.

Odyr Magalhães guarda as obras que produziu durante sua vida (Foto: Washington Coutinho)

Para produzir as réplicas de aeronaves estudava a fundo suas estruturas e essa atividade despertou uma nova paixão em Odyr Magalhães, a aviação. Já adulto aprendeu a pilotar no clube de planadores do Rio, onde mais tarde se tornaria um especialista em voo a vela. A carreira na aviação terminou após um acidente com um dos aviões que pilotava. “O planador ficou todo destruído, me salvei não sei como. Tive uma lesão no pulmão esquerdo e minha família disse pra eu não voar mais e eu obedeci”, conta.

Mesmo quando era piloto e depois como funcionário público, Odyr Magalhães nunca deixou de fazer suas réplicas minimalistas, os pontos turísticos do Rio de Janeiro sempre foram as paisagens que mais gostava de reproduzir, o morro do Pão de Açúcar e o Cristo Redentor no Corcovado foram alguns dos lugares que mais retratou na vida. Segundo ele, algumas maquetes tanto de lugares quanto de objetos eram entregues como presentes para amigos e familiares, também presenteava recém-conhecidos como sinal de boas-vindas.

Réplica da casa onde Odyr mora desde o ano 2000, localizada na cidade de Vinhedo (foto: Washington Coutinho)

Quando se aposentou em 1989, o artista usou o modelismo como forma de ocupar o tempo livre e exercitar o cérebro para ter uma velhice mais saudável, “como era aposentado fazia isso pra não ficar parado, pra exercitar o cérebro e isso me dava um movimento muito bom”. Com o passar dos anos, o artista começou a perceber dificuldades com a visão, quando decidiu reproduzir pontos da cidade de Vinhedo, onde mora desde 2000. As artes foram feitas e doadas para prédios públicos, como o Memorial Tuto Gasparini onde estão em uma exposição fixa e a Câmara Municipal, que em 2018 concedeu o título de Cidadão Benemérito a Odyr Magalhães, pelos serviços prestados ao município. De acordo com o miniaturista, suas obras da cidade foram doadas porque seu trabalho precisava ser mostrado para mais pessoas e serviriam como registro histórico para as próximas gerações de vinhedenses. Até hoje ele presenteia conhecidos e pessoas que vão o visitar com modelos pessoais de suas miniaturas que ficam guardadas na garagem de sua casa.

Com problemas de visão por conta da idade avançada, ele não confecciona mais suas maquetes minimalistas. Porém, ele não reclama das adversidades e diz que busca valorizar o lado bom das situações e o fato de não conseguir fazer suas artes um lado bom, pois se reaproximou de sua esposa.

Orientação: Profa. Rose Bars

Edição: Murilo Sacardi


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