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Camelódromo e viaduto Cury ganham roupa nova com grafitti

Ana Mercúrio foi uma dos 100 artistas de rua que participaram do projeto Camp Crew

Por: Gabriela Moda

Pelo menos cem artistas de rua participaram, nesse domingo (19), do projeto Camp Crew, no chamado camelódromo de Campinas e no Viaduto Miguel Vicente Cury. Segundo os organizadores, o projeto tem por objetivo democratizar o acesso ao graffiti e favorecer uma cultura de participação social e política da juventude, além de repensar os espaços públicos da cidade.

Paredes do viaduto Cury ganharam cores com o trabalho dos grafiteiros de Campinas (Foto: Gabriela Moda)
 

O coletivo de graffiti de Campinas leva cor a lugares tradicionalmente degradados e busca incentivar artistas de rua a se manifestarem ao darem todo o material necessário para fazer suas artes nos muros da cidade. Nessa edição, os grafiteiros levaram cor aos pilares do Viaduto Cury, nas paredes do camelódromo e entre as lojas do local, através de uma sopa de letras e um mural.

A escolha para este 8º encontro do coletivo de graffiti da cidade foi feita por Felipe Gonçalves, organizador do evento. “Acreditamos que, com a intervenção no camelódromo e no Viaduto Cury, vamos conseguir levar cor e valorizar espaços degradados”, afirmou.

Felipe Gonçalves disse que existem muitas discussões a respeito da revitalização do centro da cidade e que levar um projeto tão grande para esses lugares ajuda a chamar a atenção do poder público, além de dar um espaço para que os artistas possam se expressar.

Ana Mercúrio: “Não estamos sozinhos, a cena na cidade é muito forte e presente” (Foto: Gabriela Moda)

O nome que assina MISS nos muros de Campinas é a grafiteira Marta Henriksen, outra organizadora do evento. Ela disse que essa é uma das maiores edições do projeto e que o Camp Crew cresceu muito desde a 1ª edição. No começo – segundo ela – foram muito criticados pelos grafiteiros e que hoje em dia a demanda para participarem do evento é muito grande.

Falando sobre sua carreira como artista de rua, Marta disse que o evento faz com que ela lide melhor com artistas e não deixa que fique desanimada com o cenário da arte urbana. “Esse é um espaço para todos”, afirmou a artista que trabalha com arte de rua há mais de 20 anos.

Ana Mercurio, de 24 anos, que assina suas obras como AMO, foi uma das selecionadas para colorir as paredes do camelódromo. A artista, que combina o neoexpressionismo com cartoon nas suas artes, afirmou que o projeto ajuda a dar visibilidade para o seu trabalho e a superar algumas dificuldades que enfrenta normalmente nas artes de rua. Uma delas é a falta de inclusão ativa de mulheres em cena.

Jefferson Santos: “Conversar com a cidade é o que move o graffiti” (Foto: Gabriela Moda)

“Me apaixonei pelo movimento de ocupar e conversar com a cidade através dos muros, pela acessibilidade da arte através do graffiti, por poder conversar com as pessoas e estar presente no dia a dia delas através da arte”, disse a jovem, que é artista de rua desde 2019.

Jeffferson Santos, de 32 anos, se inscreveu no evento para deixar sua marca nos murros do camelódromo através da obra que chamaram sopa de letras. “Acho que nunca vi o mundo de outra forma, comecei assinando carteira e banheiro na escola”, afirmou o artista.

SANTOS, que é como ele assina suas obras, disse que é preciso que os artistas sejam autênticos e originais. Ele criou um personagem – o Pink Nose – para estar sempre presente nos murros que tiver oportunidade de pintar.

“Além valorizar espaços abandonados, que ganham vida após o processo de grafitagem, o Camp Crew é um evento importante por exercer a inclusão de qualquer pessoa que faça graffiti, abrindo as portas e dando oportunidade para quem está chegando agora em cena”, afirmou a grafiteira AURA, que é como Gabrielly Silva assina seus trabalhos.

AURA, cujo significado vem de “a rua”, lida de traz para frente, também significaria amor, união e resistência. São os elementos que a jovem Gabrielly,  disse ter levado para o evento deste domingo. A grafiteira afirmou que se inscreveu no evento por saber do impacto que a arte tem na vida das pessoas, especialmente em um ambiente quase sempre associado à violência, dor e descaso, como o Viaduto Cury.

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Melyssa Kell


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