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Arame farpado, odor de incineração e latidos caninos remetem aos campos de concentração, em Jundiaí
Por:Ana Clara Cardoso Berruezo
Espaços fechados com pouca iluminação, fumaça e cheiro de queimado, cachorros latindo ao fundo, arame farpado e papéis rasgados espalhados pelo piso constroem a ambientação do projeto “Holocausto: para que nunca se negue, para que nunca se esqueça e para que nunca se repita”. A exposição, de caráter imersivo, fica até o dia 6 de agosto no museu Solar do Barão, em Jundiaí.
De acordo com o historiador Euler Tegani, um dos criadores da exposição, a escolha do tema foi para que as pessoas se indaguem sobre “Como foi humanamente possível o Holocausto ter acontecido?”. Diante da proposta, a apuração feita por Tegani, Matheus Bellodi Barati e o diretor Paulo Vicentini demandou sete meses de trabalho para conseguir retratar a intolerância do nazismo e dos regimes totalitários em relação às minorias.
O espaço público de cultura apresenta uma perspectiva nova de aprendizado e proporciona à população um debate sobre as ações passadas contra a humanidade. A visitante Priscila Costa Silva afirmou que a experiência de conhecer a fundo sobre os campos de concentração teve uma importância pessoal.
“Recentemente descobri que tenho origem judaica e esse foi mais um motivo para aprender sobre a origem desse povo”, disse Priscila.
Os organizadores tiveram o cuidado de ressaltar que o nazismo nunca foi exclusivo do período em que ocorreu a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Nesse contexto, as paredes do museu contêm episódios da ascensão do nazismo, desde a reação dos alemães com o Tratado de Versalhes (1919) ao incentivo fiscal de marcas da indústria, como Porsche e Benz.
A exposição destaca-se com a quantidade de informações sobre como a chegada de Adolf Hitler ao poder aumentou os discursos de discriminação da época, e como consequência o número seguidores com a ideia de superioridade de raça.
A cautela dos historiadores foi relacionar com os discursos de ódio na internet nos dias atuais, mostrando que os jovens são vulneráveis a eles. “Esse trabalho é feito para que a nova geração conheça a história e não deixe que a discriminação aconteça novamente”, afirmou Barati.
Promovida pela Unidade de Cultura da Prefeitura de Jundiaí junto com o Memorial da Imigração Judaica de São Paulo e o Consulado Geral da República da Lituânia, a exibição segue impressionando a todos que a visitam. Ao deixar o local, a professora de sociologia Helena Ferreira dos Santos disse estar emocionada. “Estar aqui e ver como foi bem construída a narrativa, é impactante”.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Melyssa Kell
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