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Exposição com jeans condena abuso sexual 

Estudantes de Design de Moda lembram data internacional de caso que envolveu uma jovem italiana em 1992

Por Letícia Meneghel

Com propósito de chamar atenção e denunciar casos de violência sexual, estudantes da Faculdade de Design de Moda estão realizando uma exposição que começou na terça-feira (25) e segue até a próxima sexta-feira (28), na praça de alimentação do Campus 1 da Puc-Campinas. 

Em cavaletes, calças customizadas por estudantes de Design de Moda registram a luta contra abuso sexual (Foto: Letícia Menghel)

Expostas em cavaletes, calças jeans foram customizadas pelos alunos com pinturas, recortes, sobreposições e frases como “O jeans não pode invalidar a culpa do agressor”. 

A ideia da exposição surgiu do Denim Day, um movimento de caráter internacional que ocorre na última quarta-feira de abril de cada ano, mês focado na conscientização da agressão sexual. 

Esse movimento se inspira no caso que ocorreu, no ano de 1992, na Italia, quando uma garota de 18 anos foi abusada sexualmente por seu instrutor de autoescola, de 45 anos. O caso aconteceu no caminho da primeira aula de direção, quando o instrutor parou o carro em uma estrada isolada e abusou da aluna. 

Os advogados do acusado sustentaram a defesa chamando a atenção para a vestimenta da vítima, uma calça jeans. O instrutor disse que o ato foi consentido pela aluna, pois não conseguiria despi-la sozinho, uma vez que a calça estava muito apertada, não havendo como tirá-la sem o auxílio da jovem. 

A estudante Ana Carolina Gomes: “… sensibilidade para tratar do assunto, que é delicado” (Foto: Letícia Meneghel)

Na suprema corte, onde o caso chegou através de recursos do agressor, o processo acabou por não considerá-lo culpado. No dia seguinte ao veredito final, como ato de protesto, várias mulheres do parlamento italiano foram trabalhar usando jeans, dando início ao movimento.  

De acordo com a estudante Ana Carolina Gomes, de 21 anos, a professora e coordenadora do curso de Design de Moda, Roseana Sathler, foi quem propôs a exposição. “Ela contou a história pra gente e deixou bem livre na hora de criar. Só pediu para ter sensibilidade para tratar do assunto, que é delicado”. 

Para o estudante de engenharia de software Victor Baruch, a iniciativa é importante, embora ele desconhecesse o movimento internacional. “Nós sabemos que roupa não é justificativa, mas muita gente não tem essa consciência. Então, esse tipo de ação é importante”, comentou. 

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti 

Edição: Ana Ornelas


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