Destaque
O produtor Joel Caetano, do curta “Casulos”, o crítico Alfredo Suppia e a atriz Mariana Zani debatem cinema em Campinas
Por Eloísa Bressan
O professor e pesquisador Alfredo Suppia, do departamento de cinema do Instituto de Artes da Unicamp, destacou em bate-papo que ocorreu nesta terça-feira no Sesc-Campinas, que a principal dificuldade das pessoas que desejam produzir conteúdos audiovisuais de ficção científica é ser original em suas propostas e buscar uma identidade própria. O docente, formado em jornalismo pela PUC-Campinas, é especialista em ficção científica nacional, e participou do encontro ao lado dos produtores Joel Caetano e Mariana Zani.
O bate-papo, que teve duração de uma hora, ocorreu após a exibição de três curtas-metragens brasileiros de ficção científica: O quebra cabeça de Tarik (2015), Casulos (2017) e Sideral (2021). Além de ter observado a pouca originalidade, Alfredo afirmou que os gêneros ficção e fantasia podem se confundir no momento da produção, até mesmo para os espectadores. Enquanto o primeiro aparece com sutilidade nas produções, o segundo é mais evidente e está relacionado a criaturas mágicas.
Em contrapartida com a falta de originalidade percebida por ele, Alfredo diz que existem pessoas com boas ideias, mas que essas não possuem tantas oportunidades no mercado cinematográfico. Suppia afirmou que há uma noção de que são necessários muitos recursos para essas produções, o que não é verdade.
Joel Caetano e Mariana Zani, fundadores da produtora independente RZP Filmes, também participaram do evento e relataram sobre a produção do curta “Casulos”, de autoria da dupla, que seria um exemplo de que o produto final pode ser obtido com a utilização de artifícios básicos.
Toda a narrativa de “Casulos” foi desenvolvida pelo casal dentro da casa em que moram. Ambos organizaram a parte de direção, roteiro, iluminação, gravação e até mesmo atuação do curta, que tem Mariana como figura principal.
De acordo com Caetano, roteirista e diretor da obra, “colocar muita explicação em produções de ficção atrapalha a parte cinematográfica. Precisa haver um equilíbrio para que as coisas fiquem mais interessantes para o público”.
Suppia apontou que a divulgação científica e a ficção podem se confundir no cinema, porém atualmente a noção da existência de um único gênero cinematográfico para cada produção está ultrapassada.
“Há um bom tempo a ideia de um gênero puro foi abandonada, de achar que um filme é somente de um gênero. Muitos filmes de ficção científica utilizam da retórica documentária e da comédia, por exemplo”.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Ana Ornelas
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